Akio vira aquele vulto mesmo à entrada da sua casa mas logo desviou o olhar para o caminho à sua frente, não revelando qualquer tipo de interesse por quem ali estava. Quando já via a porta de casa, achou estranho já não estar lá ninguém. Entrou e, enquanto pousava Akebono no chão, falou calmamente:
- Podes mostrar-te…
Do nada, alguém surgiu mesmo à sua frente, com um manto escuro e um capuz que lhe tapava o rosto, mas que ainda deixava a descoberto uma madeixa de cabelo prateado. Fitava Akio, sorrindo para ele:
- Sempre o mesmo, não é caro Akio?
Os olhos de Akio abriram-se um pouco, mas manteve a mesma postura calma e perguntou:
- O que fazes aqui?
- Simplesmente vim ver como estás… ou melhor, como tens passado, pois estás sempre da mesma maneira…
Akio que tinha voltado os olhos para o chão, de um momento para o outro, estendeu fios de chakra, rapidamente, até à sua marioneta e quando esta erguia uma das espadas contra aquele homem, simplesmente parou. Tinha parado o ataque, sem sequer lhe tocar e estava agora, com os olhos postos no chão, abanando a cabeça como que a reprovar a atitude de Akio:
- Ai, Akio… Nervos à flor da pele…
O jovem genin, percebia agora que quem estava perante ele, não era um simples desconhecido que o estava a ameaçar. Estava em maus lençóis.
- Tive tanto trabalho contigo e é este o pagamento que recebo? Que ingrato. – disse o homem, em tom sarcástico. – Mas compreendo, afinal nem te lembras de nada…
Dito isto, ergueu o olhar até Akio.
Akio caminhava, lado a lado, com um homem de cabelos prateados que aparentava ainda ser jovem, num longo corredor de paredes de pedra.
- Então o que me vais mostrar?
- Calma Akio. Já vês.
Continuaram o caminho, até chegarem a uma sala ampla. Encontrava-se completamente vazia, excepto no centro, onde estavam três mesas. Uma delas estava ocupado apenas com um scroll, outra tinha algo que lhe parecia com pedaços de madeira. A última estava vazia.
- Akio, senta-te naquela mesa por favor. - indicando-lhe a mesa vazia.
- Eu a pensar que íamos fazer alguma coisa de jeito e tu mandas-me sentar?! – gritou-lhe, indignado, Akio.
- Ai Akio… Sempre com os nervos à flor da pele… Aquilo que vamos fazer é, digamos, dar-te uma bênção…
- Uma bênção?
- Sim. De um deus. Mas não daquele que estás a pensar… Mas, mais tarde perceberás.
Dito isto, três pessoas surgiram do nada. Todos estavam cobertos em mantos pretos com um capuz, cobrindo-lhes a cabeça.
- É agora? – questionou uma dessas pessoas, ao homem que estava com Akio. Curiosamente, Akio teve a sensação que era uma mulher quem falava, devido à sua voz.
- Sim. Akio, por favor deita-te.
Akio deitou-se na mesa e ainda com a cabeça levantada, viu que aqueles três estranhos formavam um triângulo à sua volta. Tinham os olhos fechados, como que a concentrarem-se. Depois aquele homem de cabelos prateados, dirigiu-se à mesa que continha o scroll. Desenrolou-o rapidamente e enquanto este estava no ar, fez uma quantidade considerável de selos e pronunciou:
- Hitokugutsu! – logo de seguida, Akio desmaiou.
- Não façam asneira agora! Concentrem-se! – gritava alguém.
- Não consigo! Não consigo controlar o meu chakra!
- Estamos a perde-lo!
- Não há escolha, vai ter de ser!
- Não faças isso! Sabes bem os riscos que corres! Não te lembras o que se passou com a Chiyo por causa desse jutsu?!
- É a única alternativa… Kishou Tensei!
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Mais um filler da célebre (ou não) saga Rinkusu. Espero que gostem e por favor dêem a vossa opinião, deixando-me alguns conselhos sobre a escrita ou até mesmo sobre a história.
NOTA: Aqueles parágrafos grandes é para marcarem mudanças da "acção".