Estava uma madrugada linda em Sunagakure: os pássaros cantavam e estava tudo muito silencioso…
‘Tump!’, ‘Tump!’’Tump!’
Bem… Talvez só se ouvissem os pesados passos de Kenka que, devido aos acontecimentos passados nessa manhã, não se encontrava em muito bom humor: ia de cabeça baixa, olhos semi-serrados, mãos enroladas em punhos e a sua cara, normalmente divertida e alegre, ostentava uma pesada careta. O dia estava a correr pessimamente.
Flashback:
“Kenka! Acorda! Está na hora do treino!” – gritava-lhe a mãe do piso inferior. Kenka levantou-se pesadamente, calçou os chinelos, dirigiu-se à casa de banho e tomou um duche rápido. Quando saiu da casa de banho sentia-se totalmente acordada e super preparada para uma manhã exaustiva de treino. Estava com o pressentimento que o dia ia-lhe correr lindamente!
Ao chegar ao piso inferior, contudo, teve que riscar esse pressentimento. A sua mãe estava a pegar numa fita métrica e mal ela pisou o último degrau correu ao seu encontro e começou a medi-la dos pés à cabeça com a língua de fora.
“Uh… Mãe?” – perguntou Kenka com uma cara esquisita e olhava para a mãe como se ela tivesse crescido uma segunda cabeça.
“Umm?” – respondeu a mãe, simplesmente, ainda muito atarefada com as medições.
“Para que é isto?” – perguntava Kenka ainda com a mesma cara confusa.
“Então Kenka! Não me digas que não sabes!” – perguntou a mãe deixando as medições, pondo as mãos na cintura e olhando para a filha com uma sobrancelha erguida.
“Pois mãe, se pergunto…” – respondeu Kenka, obviamente aborrecida com a conversa enquanto olhava de minuto a minuto para o relógio da sala. Ela estava a ficar atrasada!
“É para o casamento da tua tia Matsuki! Não me digas que te esqueceste!” – a mãe agora olhava-a com olhos do tamanho de pratos.” Sabes como a tua tia te adora! Ela vai ficar muito triste se não fores.”
“Mãe… Não é que não queira ir mas já viste o dinheirão que gastamos só em casamentos da tia Mitsuki?? Se bem me lembro, já lá vão uns 4 ou 5! Se eu não for a este não deve fazer grande diferença pois não? Por favooooor!” – Kenka olhava para a mãe com olhos de cachorrinho abandonado.
A mãe demorou um pouco a olhar para a cara dela mas ao fim de uns 2 ou 3 minutos respondeu.
“Nem penses nisso.” – respondeu a mãe, virando a cara, fechando os olhos e cruzando os braços.
Kenka caiu estilo anime (adicionem aqui a gota tradicional).
“Vais ver que vais linda! Já pensei em tudo! O vestido tem que ser rosa! Fica perfeito com o teu cabelo! E tem que ter imensos folhos!! Ai, até já te estou a imaginar…” – a mãe tinha voltado ao tema com uma rapidez incrível e agora estava com as mãos entrelaçadas uma na outra e podia ver-se um brilho ofuscante no olhar enquanto ela sonhava acordada.
A única coisa que Kenka podia fazer era olhar, e olhar, e olhar. Cada palavra da descrição do vestido atingiu o seu orgulho como uma kunai super afiada. Aproveitando a distracção momentânea da sua mãe, Kenka esquivou-se muito devagar pela porta fora e mal fechou a porta atrás de si correu desenfreadamente na direcção dos campos de treino.
Fim de flashback
Ao relembrar-se do que aconteceu, lembrou-se que não tinha tomado o pequeno-almoço. O seu estômago também se queixou.
‘Se calhar é melhor parar num café ou assim para comprar alguma coisa.’ – pensou Kenka, massajando o estômago. Jogou a mão à bolsa que transportava à cintura e reparou, com olhos esbugalhados, que se tinha esquecido da carteira em casa. O dia não estava, definitivamente, a correr bem.
Cá está! O meu primeiro filler! É pequeno eu sei, mas acho que capta um aspecto muito importante da personalidade de Kenka, e que irá causar-lhe alguns problemas: o seu interminável azar.