Yamanaka Shimei - Filler 2: Entre Ocarinas e Ruivas, Um Encontro Triplo
- Calorzinho infernal que está fazendo hoje. – comentava um homem careca sentado no banco da praça.
- Estás preocupado com calor? Por acaso já ouviste falar da organização Karasuemo? É com ela que devemos nos preocupar. – retrucou um chuunin em voz alta.
Após a fala do tal ninja, outras pessoas se aproximaram dele para ouvir o que ele estava dizendo. Uma chatice sobre como as vilas deviam combater a Karasuemo, como recuperar Iwagakure, enfim, seus ideais sobre aquela organização. Sim, Shimei já havia ouvido falar dela, mas não cabia a ele nem aquele chuunin discutir sobre este assunto, já que a maioria das pessoas tem muito pouco conhecimento sobre os objetivos desta organização, e discutir sobre isso seria inútil.
Shimei pretendia continuar sentado em um dos bancos mais afastados do “grupo de discussão”, mas ele não conseguia nem pensar com tanto barulho ao redor, por isso resolveu se levantar e passear por Suna sem preocupações em mente.
Assim que o garoto deixou a praça, uma mulher de cabelos muito vivos saiu de uma casa verde ao lado e começou a andar atrás dele, mantendo alguns metros de distância. Era quase impossível dizer a idade dela, os traços do seu rosto eram bem finos, no entanto ela tinha um “quê” de adulta. O jovem nem notaria a presença daquela estranha figura se não fosse a cor vibrante dos seus cabelos, mas ele não se importou com fato, afinal a mulher não estava perseguindo-o.
Shimei continuou seu passeio despreocupadamente, mas um estranho som vindo de trás dele chamou sua atenção. A mulher tinha pegado uma ocarina, e começado a tocar uma calma, porém bem audível melodia através dela. O garoto retomou sua caminhada normalmente, afinal não haveria por que se irritar, a melodia era realmente bonita e parecia levá-lo a um mundo de sonhos, logo o calor já nem o incomodava mais.
“Eu gostaria de aprender a tocar um instrumento tão bonito.” – pensou Shimei.
Assim que o garoto ia virar a esquina, se deparou com algumas faixas amarelas com letreiros em vermelho onde se podia ler:
Proibida a passagemO jovem estranhou a cena, mas não se importou muito, só pegou outro caminho e retomou o passeio. Assim que estava passando por outra rua, outras daquelas faixas apareceram, desta vez o ninja olhou para os lados procurando alguém que pudesse informá-lo sobre o que estava acontecendo, mas ninguém se encontrava perto. Então Shimei olhou para trás e viu a mulher tocando a ocarina a uns 10 metros de distância.
- Mas que diabos... – disse o garoto.
Aquelas faixas não eram comuns em Suna, e a falta de alguém para informar o motivo delas intrigava o jovem mais ainda, mas sem poder fazer mais nada, continuou por outro caminho à direita. Shimei nem sabia mais onde estava caminhando, aquela era a parte Leste da vila, onde a maioria das pessoas procura evitar, por ser a parte mais violenta da região. Quando o garoto já pensava em voltar para casa, se é que ainda existisse um caminho livre para isso, ele escutou vozes muito altas vindo de um bar. No pensamento do garoto não parecia certo entrar em um lugar que nunca ouvira falar, mas a curiosidade o estava corroendo por dentro, e sem dar ouvidos à razão, ele entrou, mas não foi acompanhado pela mulher ruiva, que continuou o seu caminho e, a esta altura, já havia parado de tocar a ocarina.
O odor de bebida e fumo entrou pelas suas narinas quase instantaneamente, ali era um lugar bem fedido e sujo, o que explicava a presença de poucas pessoas, no máximo 12. A primeira coisa que notou ao sentar em uma cadeira, quebrada por sinal, foi que um homem barbudo com o hitaiate de Konoha, por volta de seus 23 anos, estava segurando pelo braço uma jovem bonita, que chorava descontroladamente enquanto o homem rugia.
- Não quero saber de desculpas, a tua dívida comigo é muito alta, se não tens garantia alguma de que vais me pagar, então eu levarei a sua filha. – falou o homem, dando um sorriso maléfico.
- Não, a minha Kari não, por favor. – lamentava-se o pai da menina
As pessoas no bar estavam indiferentes à cena, ninguém se atrevia a defender a garota, isto irritou Shimei quase tanto como a atitude do homem. Ele podia sentir a própria pulsação batendo nervosa em suas veias, e novamente aquela dor que sobe pelo pescoço atacou.
Mesmo sentindo dor, Shimei levantou-se da cadeira com um salto e correu até o homem, que distraído, não o viu chegar. O garoto deu-lhe um forte tapa na mão, fazendo-o largar a jovem e correr até os braços do seu pai. O homem berrou de fúria e olhou para o garoto corajoso que se encontrava à sua frente.
- Como ousas fazer isso? Não sabe quem eu sou, verme? – perguntou o homem empurrando Shimei.
...
- Não vai responder, estou falando com você! – repetiu o homem empurrando o garoto mais uma vez, porém Shimei não respondeu novamente.
...
- Eu exijo saber o seu nome antes de matá-lo. – gritou o homem, que começou a apertar o braço do garoto.
Um jovem ninja de Suna, um tipo esquisito de óculos não muito mais velho que Shimei, levantou de sua cadeira e parecia que ia falar algo, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o homem soltou o braço de Shimei e se afastou. Demorou alguns instantes para as demais pessoas no bar perceberem o que estava ocorrendo: o corpo do garoto estava tremendo e uma marca vermelha apareceu no seu pescoço, além de que alguns copos e pratos próximos dele começaram a levitar, mas o fenômeno durou pouco tempo, segundos depois a marca emitiu uma luz vermelha muito forte e Shimei caiu sentado no chão.
Um sorriso transpassou pelos lábios do homem barbudo, a sua expressão facial era um misto entre espanto e alegria, e logo depois ele saiu correndo pela porta do bar, esquecendo Shimei e a garota. Quase automaticamente, o jovem de óculos repetiu o gesto do homem e começou a persegui-lo.
- Espere! Volte aqui! – gritou Shimei em vão. – O que deu nessa gente? – perguntou o garoto a si mesmo, enquanto os “inocentes” no bar o observavam como se fosse de outro planeta.
Kari e o pai dela já haviam parado de chorar a tempos e não pareciam desestabilizados emocionalmente, agiam como se aqueles acontecimentos fossem comuns, e logo começaram a tomar uma bebida, o que desconcertou um bocado Shimei, que esperava algumas palavras de agradecimento.
O rapaz, mesmo com muita dor de cabeça, não teve outra opção a não ser correr atrás dos homens que saíram correndo, pois queria saber quem eram e o que queriam com ele, por isso ele entrou na perseguição de qualquer maneira. Shimei estava bem atrás dos seus perseguidos, mas ele podia enxergá-los ao longe, porque estavam correndo em um terreno quase abandonado, ou era isso o que pensava Shimei, a julgar pelas poucas casas na região.
A dor de cabeça ia diminuindo gradativamente conforme eles corriam, a luta para alcançar os outros dois homens parecia fazer com que o jovem se esquecesse da dor. Cinco, dez, vinte, trinta minutos correndo e a perseguição continuava, porém já se notava um nítido esforço deles para continuarem correndo, até que o “líder da corrida” parou e esticou as mãos, fazendo o jovem de óculos parar também, e em seguida Shimei, que ficou lado a lado do jovem.
- Chega de brincadeiras! Não tenho tempo para isso, se querem um combate é o que terão. – disse o homem com altivez na voz, enquanto mexia com o seu hitaiate de Konoha, fazendo os outros lembrarem que ele também era um ninja.
- Certo! Mas primeiro quero saber quem vocês dois são! – gritou Shimei descontroladamente.
Nesta hora o homem de Konoha cuspiu no chão e respondeu que não falaria nada, mas o outro jovem, balançando a cabeça em sinal de desaprovação, falou:
- Olá Shimei, meu nome é Arthur, depois eu lhe conto como sei o seu nome, agora é hora de lutar. – disse Arthur. – Sabes lutar, certo? – perguntou sorrindo a Shimei, que confirmou levantando o polegar, pois parecia ter ficado mudo.
Em Konoha, Templo do Clã Goryo- Goryo Shujinko. - lia um jovem em uma carta. - Chegou uma carta para o senhor. - disse o jovem entregando uma carta para um homem idoso, mas imponente, sentado em uma espécie de trono.
- A carta é dela? - perguntou Shujinko sendo respondido afirmativamente pelo mesmo jovem. - Espero que seja boas notícias, não queria ter de confiar em uma mulher qualquer, mas não havia jeito. - falou o homem rasgando a carta, curioso para ler o seu conteúdo.
Em uma letra muito bonita e desenhada, podia-se ler a frase:
Meu trabalho está feito.----------------------------------------
(Talvez o filler precise de um pouco mais de informações, mas não podemos dar tudo de uma vez só, não é? Tem algumas surpresas mais para frente, ahh, só como dica, aqueles ninjas que estavam conversando no finalzinho do 1º filler não são as mesmas deste filler
)