Todas aquelas revelações deixaram Vitan completamente exausto, sem rumo, sem caminho, vagueava perdido pelos seus pensamentos e sentimentos. Tudo em seu redor desapareceu, a câmara, os seus adversários, tudo, encontrava-se fechado em si próprio, no seu subconsciente.
- Quem sou eu…? O Vitan…? Não… Uma arma? Alguns dizem que sim… O fim do mundo? Apresentaram argumentos bastante fortes sobre esta hipótese… - Vitan ria-se, um riso inocente, de quem fala sem saber do que, ironizando a sua própria existência. – É só eu querer, e num estalar de dedos, “Pum”, o mundo entra em guerra, nações inteiras mobilizam os seus exércitos, só para poderem-me tocar com um único dedo. – Vitan começava a delirar, um riso maníaco soltou-se da sua boca. Encontrava-se sentado “à chinês”, flutuando numa espécie de universo, não fazia mínima ideia de onde estava, alias, nem sabia o que o rodeava, perdido nas suas teorias de conspiração.
- Também poderia enriquecer, oferecer o meu poder a quem pagasse mais, era de mestre. – De súbito, agitou fortemente a cabeça, com querendo afastar aqueles pensamentos. – Mas que raio estou eu para aqui a dizer, eu devo de usar os meus poderes, mas para ajudar os outros, não para despoletar guerras e brigas sem sentido, eu devo resguardar o meu poder para quando precisar de proteger aqueles que me são importantes. Sim é isso que tenho de fazer com o meu poder, se é algo assim tão grandioso, tenho de contrariar as previsões dos Deuses, ou lá o que era, e, em vez de ser um “espalha guerra”, posso muito bem ser um “espalha paz”, um justiceiro, ponho uma máscara para ninguém me conhecer, “El Viton” entra em acção… - Gritou Vitan, fazendo a posição de “nice guy”. - Mas que nome mais panilas… acho que me vou ficar por ser o maior da minha aldeia, e limitar-me a proteger aqueles que me são importantes… mas vendo bem, Kumogakure é muito grande, e o Raikage é bem forte, por isso também não posso ser o maior da minha aldeia, tenho de me contentar com aquilo que tenho neste momento, não preciso de mais, tenho amigos, uma casa, comida todos os dias na mesa… só me falta mesmo uma alma completa. – Dito isto, um brilho intenso iluminou a escuridão.
Voltando ao mundo real, Hiagushi, Vull e Murimoto, encontravam-se caídos no chão, sem forças quase para se moverem, tal como Makai e Sophia, que estavam a trocar insultos, bastantes feios por sinal, enquanto recuperavam o fôlego. Ace enfrentava Antetsu e Ankuko numa troca de olhares.
- Aquilo que dizes, é verdade? – Perguntou Antetsu numa postura séria.
- Tão certo como o sangue que corre nas veias passar pelo coração. – Respondeu Ace, olhando para Ankuko de relance.
- Nunca ouvi falar de tal organização… - Duvidou Antetsu.
- Tal como disse, a sua existência nunca foi revelada, sempre agiram nas sombras, não deixando nada para trás, nem um único fio de cabelo.
- Se essa organização era assim tão… especial, como não impediram tantas desgraças? – Perguntou Antetsu.
- Nem todas as desgraças são possíveis de ser impedidas pela mão do homem, apenas escondidas, ou apaziguadas, mas nunca suprimidas completamente. Podem-se selar Bijuus em Jinchuurikis, mas nunca aqueles que buscam o seu poder, podem esconder traições, mas nunca as suas consequências, pode-se ocultar a verdade, mas isso não anula o seu efeito. Muitas foram as organizações que surgiram, com o objectivo de espalhar o caos, ou simplesmente remodelar o planeta para satisfazer a sua vontade, mas apenas uma surgiu para impedir tais situações, por vezes, a vontade não chega, falta meios e recursos para tal. – Ace mantinha uma expressão calma e serena ao longo de todo o discurso, um tom de tristeza emanava das suas palavras.
- Percebo, é para isso que querem o Vitan, impedir que este cai a nas mãos de alguém que espalhe esse tal de caos no mundo, estou correcto? – Analisou Antetsu.
- Correcto. Apenas a morte de Vitan poderá salvar o equilíbrio do planeta.
- Infelizmente, esse cenário não me agrada muito, um mundo onde Konoha fosse a sua capital, esse sim é um cenário bonito de se ver.
- São pessoas como tu, que ao longo dos anos, têm dado origem a guerras, são pessoas como tu, que custaram a vida a milhares de pessoas, são pessoas como tu, que a minha ceita combate. – Ace elevou as cartas ao nível dos seus olhos.
- Não faças nada de que te venhas a arrepender rapaz. – Antetsu tirou a sua espada, colocando-a em frente do corpo. – Ankuko, não te intrometas. – Ankuko simplesmente acenou afirmativamente e cruzou os braços.