Uma Sasame diferente do habitual seguia a sua mãe de cabeça baixa, trajava um kimono branco com flores beges e o cabelo outrora solto e de aspecto despenteado estava apanhado num “coque” disciplinado, a maquilhagem dava-lhe um ar incrivelmente feminino e cuidado, quem a olhasse decerto não a reconheceria. Ao chegar à sala onde se encontrava o futuro noivo, a sua mãe fez deslizar a porta de papel, ordenando que a filha entrasse e deixando-a a sós com o rapaz.
O futuro noivo da kunoichi possuía cabelos loiros, cuidadosamente penteados com risca de lado, os olhos azuis claro pareciam transmitir paz e serenidade, uma rapariga hetero acharia o rapaz deveras interessante, mas Sasame, como homossexual, não apreciava.

- Prazer, deves ser a Kurohoshi Sasame. – Diz o rapaz, numa voz melodiosa e calma apertando a mão de Sasame e fazendo sinal para que se sentasse. – O meu nome é Kurohoshi Suneo.
- Sim, sou a Sasame, prazer. – Cumprimentou a rapariga.
- Bem… Acho que era suposto conhecermo-nos melhor, não? – Questiona o rapaz num sorriso amigável, Sasame começava a sentir-se incomodada com aquela espécie de “flirt” hetero.
- Olha, eu vou ser extremamente sincera contigo. – Declara a rapariga de olhar decidido, o rapaz olha-a confuso. – Eu sou Homossexual.



O sol amanhecia na pacata vila de Suna, Rima despertava lentamente do seu sono sem sonhos, levantou-se e foi tomar um duche rápido e vestir-se. Shizuna já a esperava para o pequeno-almoço, a mãe da amiga havia sido extremamente simpática em lhes ter preparado a refeição antes de ir trabalhar.
As duas amigas comeram em silêncio, Rima ainda estava afectada por ter fugido da casa da mãe e por ter discutido com esta. Shizuna tinha uma missão por isso Rima resolveu ir treinar um pouco num Oásis perto da Vila, a fim de descarregar a raiva acumulada derrubou algumas palmeira com socos e pontapés.

- Rima?



Uma imponente mansão ergue-se entre o nevoeiro, uma figura atravessa as sombras rapidamente. Ao observar-se mais atentamente pode¬-se verificar que se trata de uma rapariga, mais propriamente Risa, esta encaminhava-se para a mansão do seu clã a fim de declara o desastroso insucesso da sua missão de infiltração.



- Rima? – Chamou uma voz conhecida.
- Tu? – Questiona a kunoichi, tratava-se nem mais nem menos que Zero. – Mas queres o quê? Dar-me os parabéns pelo bom duelo?
- não… Eu…
- Oh pá, vê se te desenmerdas! – Exclama a kunoichi visivelmente irritada, estava na “altura do mês”. – Tenho mais que fazer do que te aturar.
A resposta não se fez esperar, num gesto rápido o rapaz puxou Rima para si, beijando-a. Apesar da resistência inicial a kunoichi acabou por responder ao beijo. Quando deram por si já estavam deitados na areia morna, Rima tira a t-shirt ao rapaz, este também tira o casaco e o top à kunoichi. As carícias tornavam-se cada vez mais intensas, mas quando Zero tentou desapertar o sutiã de Rima, esta impede-o e quebra o beijo. O shinobi fica a olhar para ela meio atrapalhado.

- Desculpa… - Murmura Rima. – Agora não consigo.
- Eu tenho aqui preservativos se for o caso. – Informa Zero preocupado, Rima esboça um ténue sorriso.
-Não, não é por causa disso… - Responde olhando o horizonte. – Tenho a cabeça demasiado cheia… E isto era suposto ser algo especial…
- Só por estares aqui já torna isto especial. – Declara Zero aproximando-se da kunoichi, abraçando-a por trás e pousando o queixo no seu ombro. – Eu espero.

- Gosto de ti… - Murmura a kunoichi fechando os olhos e encostando-se ao rapaz, este encosta-se a uma palmeira inclinada.
- Eu sei. – Responde o rapaz, Rima solta uma gargalhada. – Eu também.
E assim ficaram, Zero de tronco nu, Rima de sutiã à mostra, abraçados à sombra da palmeira, sem se moverem, o resto da tarde, até que por fim Zero, depois de já se terem vestido, levou a kunoichi até casa da amiga.



- Olha, eu vou ser extremamente sincera contigo. Eu sou Homossexual.
O rapaz olhou Sasame atrapalhado durante alguns segundos, a kunoichi esperava a pior das reacções mas para sua surpresa o rapaz limitou-se a sorrir.
- És lésbica? – Questionou Suneo.
- Sim, foi o que eu disse… - Respondeu a rapariga.
- Curioso… - Diz o rapaz olhando o tecto pensativo. – Muito curioso…
- Mas curioso o quê? - Questiona Sasame curiosa.
- Eu sou gay. – Declara o rapaz por fim, Sasame olhava-o embasbacada.
- Tu és gay… Não posso! – Diz Sasame, de queixo caído.
- Sim, sou e tenho namorado. Tens namorada? – Questiona Suneo curioso.
- Não… - Responde triste lembrando-se do que sucedera com Rima. – Não tenho.
- Que cara é essa linda? – Pergunta o rapaz agarrando na mão de Sasame. – Conta tudo aqui ao “Je”.

- Bem… Eu… - começou Sasame ainda mal refeita do choque de o seu noivo também ser homossexual. – Eu conheci uma rapariga de Suna, muito gira… Ficámos amigas e eu acabei por me apaixonar por ela, no entanto e apesar de parecer confusa ao início, ela jogava mesmo na equipa contrária.
- Sei o que isso é filha. – Declara o rapaz dado palmadinhas no joelho de Sasame.
- E olha lá… O que fazemos agora? Casamos ou não? A minha mãe não me larga em relação a esse assunto…
- Tu sabes como o nosso clã vê a homossexualidade… Se calhar casávamos mas continuávamos as nossas vidas e ninguém necessitava de saber….
- Sim, mas um casamento é uma coisa séria Suneo. – Diz Sasame. – Uma decisão destas não deve ser tomada de ânimo leve
- E então? Que fazemos? – Pergunta Suneo.
- Olha… por mim… - Começa Sasame



Rima estava sentada no parapeito da janela da casa de hóspedes de Shizuna, com a cabeça encostada ao vidro sorria ao pensar no que acontecera com Zero. Após tantos problemas e stresses, sabia bem uma notícia positiva. Subitamente Shizuna entra no quarto de rompante com uma cara muito preocupada.
- Desculpa Rima eu não a consegui impedir de nada… - Declara a rapariga, antes que Rima pudesse perguntar alguma coisa Orihime entra de rompante no quarto. Rima sem pensar duas vezes abre a janela e pula para fora correndo como uma louca.

Orihime também salta pela janela correndo atrás da filha com uma velocidade incrível, Rima apercebendo-se que a mãe começava a tomar terreno pega nos pesos que tinha nas pernas e joga-os a Orihime se desvia agilmente dos mesmos.
Rima acelera com um Shunshin e esconde-se no meio da multidão do mercado da Vila, que nesse momento se encontrava cheio de gente. Orihime saltava de telhado em telhado olhando para o amontoado de cabeças, ao fim de pouco tempo avista a de Rima, que ao aperceber-se de que a mãe a descobrira torna a arrancar prosseguindo para a zona onde costumava treinar com Zero e Sora.

- Houka Kasai no Jutsu!! – Profere Orihime, e dois jactos de fogo surgem da palma dos seus pés projectando a mulher no ar em direcção à kunoichi, apesar de Rima ter acelerado com um Shunshin, Orihime agarra-a pelo pulso. Ao travar bruscamente Rima caiu ao chão.
Orihime também parou e tentou ajudar a filha a levantar-se, mas Rima rebola sobre si mesma levantando-se e pulando para cima de um poste da luz, Orihime pulou indo em direcção da filha que continuou a fugir sem sequer olhar para trás.
Ao fim de menos de cinco segundos de uma fuga incansável Orihime agarrou em ambos os pulsos da filha que ainda tentava resistir e evitava olhar a mãe nos olhos, olhando o chão.

- Olha para mim Rima!! – Grita Orihime, Rima continua a desviar o olhar. – OLHA PARA MIM C*R*LHO!!
- … - Rima levantou levemente o olhar, o rugido de Orihime assustara-a levemente, olhando a mãe perguntou por fim. – Porque deveria?
- Eu posso contar-te como conheci o teu pai, falar-te um pouco sobre ele… Mas ainda não te poderei adiantar mais…
- Claro… e eu valho apenas isso… Porra mãe! 14 anos sem ti e nem tenho direito à verdade! – Exclama Rima à beira das lágrimas procurando libertar-se.
- Filha… Tu vales muito para mim… Eu quero muito contar-te… Mas é melhor assim… Por favor entende… - Declara Orihime também à beira das lágrimas tentando envolver a filha nos braços.

- Não entendo… Não quero… Nem vou! – Exclama a kunoichi afastado-se da mãe já com lágrimas a rolarem-lhe pela face abaixo. – Estou tão farta…

- Rima… - Diz Orihime tentando consolar a filha que recua uma vez mais e tira uma kunai da bolsinha. - O que vais fazer com isso?!
Rima não respondeu, num movimento rápido cortou os seus longos cabelos negros com a kunai, os cabelos começam a esvoaçar devido a uma pequena brisa que por ali passou. Orihime olhava a filha de lágrimas nos olhos, não querendo acreditar que a filha cortara a única ligação que tinha com esta.

As duas kunoichis permaneciam frente a frente, Rima ainda de kunai na mão, com os seus próprios cabelos a esvoaçarem à sua volta, caindo lentamente. Orihime ostentava uma expressão que oscilava entre a surpresa e a mágoa.



No próximo Filler: Será que Sasame e Suneo casam? Risa será castigada pelo seu fracasso? Será que mãe e filha estão irremediavelmente separadas? E a Sora? O que é que ela descobriu no fim de contas? Nem apareceu no filler!
Comentem!

Alerta Homosexual neste filler, LOL.
Não casam...Digo eu.

Bom filla

holy shit rima!

Brigado aos dois pelo comentário.

Datte, não percebi esse "Holy Shit", é bom ou mau?

Fiquei muito surpreendido

Não é mau ^^

WOW... Isto vai de homossexualidade a erotismo passando por magoa e felicidade... Filler muito completo ^^ gostei... Espero pelo proximo