Nota: O treino anterior ainda não está postado porque ainda não me foi possivel terminar a missão, mas não queria parar com a saga por isso aqui fica:
Episódio 3 – Medos Partilhados O rapaz de cabelos pretos começou a dormir assim que a mãe lhe curava os ferimentos do treino. Cansado do treino exigente que havia tido com o pai, só acordou pela manhã do dia seguinte quando ouviu o rangido habitual da porta de casa a abrir, e logo de seguida a fechar. O sol quase acordava, mas a vista ainda estava escurecida, calculou que fosse cedo e por isso fechou os olhos. Ao tentar adormecer novamente ouviu pelo menos três vozes na cozinha a conversar, duas delas tinha a certeza de serem dos seus pais mas a outra era desconhecida.
Abriu a porta do quarto, de maneira a não se fazer ouvir e voltou a fecha-la depois de se encontrar no corredor. Tatane também estava acordada de pé no corredor, o mesmo acontecia com o seu irmão do meio, Oshitsune encontrava-se encostado à parede, com a cabeça de fora para as escadas, tentando ouvir o que se dizia no piso a baixo.
— Se estão a sussurrar desta maneira... – Disse a irmã mais velha dos três irmãos. – ...é porque é suposto não ouvir-mos.
— Mas vamos ouvir certo? – Perguntou Oshitsune.
— Claro. – Disse Kamui, o mais novo.
Lá em baixo as vozes iam-se intensificando e cada vez mais audíveis.
— É sobre o treino do Kamui, estou certo? – Perguntou o pai dos três ninjas.
— Sim. Quero falar com vocês sobre o que poderá acontecer.
— Fale homem. – Impacientou-se Loina.
— Bem, antes de mais... – O homem retirou a máscara e o capuz de Anbu que lhe escondiam a cara.
— Kazekage-sama? – Disse Saimou. Lá em cima os três shinobis irmãos abriram a boca surpreendidos.
— Sim, queria falar pessoalmente convosco. Como ia a dizer, o Kamui vai treinar com a sua equipa e o Habaki Nagatsu, não sei se já ouviram falar. Ainda é um chuunin mas é um sensei promissor. Para os ajudar, o ex-Kazekage Gaara vai auxiliar o treino. – Saimou e Loina que se mantinham abraçados, pareciam mais confortados com a ideia. – Mas a intensidade do treino vai ser alta e há probabilidade de nenhum deles sobreviver ao rigor do treino. – Falou Arashi com frieza.
— O quê? – Apesar de ser uma jounin bem treinada, Loina não foi capaz de segurar as lágrimas que lhe inundavam a face como cascatas. Continuou como se elas não existissem. – Quais as probabilidades de sobreviver?
— Cerca de 40 por cento, mas acalma-te. O teu filho é muito forte mentalmente. – Os dois irmãos mais velhos de Kamui voltaram para o seu quarto, Oshitsune para esconder a raiva e Tatane as lágrimas iguais às da mãe. Enquanto isso Arashi tentava que percebessem o seu ponto de vista e que o compreendessem. – Esta missão que vão fazer é muito importante, e eles são os únicos que podem participar. As restantes equipas estão em missão, desculpem...
Não muito longe de Suna
Pontos brancos pequeninos ajudavam a lua a dar luz à noite numa pequena vila perto de Sunagakure. Um homem e uma mulher caminhavam pelas areias do deserto escuro, enquanto o homem rastejava parecendo que se suportava pelos quatro membros e com a face oculta por um capuz, a mulher caminhava elegantemente com uma roupa provocadora e as pernas finas e macias elegantemente brilhantes.
— Wani-senpai, ainda falta muito tempo? – Perguntou a rapariga para o homem.
— Já chegámos. – Disse com voz rouca e grossa abafada por madeira.
Penetravam na vila há noite sem que ninguém se apercebesse. Devagar foram-se aproximando da casa que continha o seu prémio. Portas e janelas muito bem fechadas, numa delas estava o seu alvo com a família.
A rapariga sensual tirou do bolso uma carta de um baralho inteiro, olhou para ela e ao ver um Ás de Paus sorriu. Concentrou chakra pela mão e ao mesmo tempo outro qualquer tipo de energia que lhe dava um tom cor-de-rosa espalhando-se pela carta, que ganhava chamas cor-de-rosa em seu redor. Fez o mesmo movimento com a outra mão, desta vez saí-lhe um Ás de ouros. Cruzou os braços iluminando a noite e de seguida as duas cartas saíram num flash rosa em direcção à porta de madeira.
As juntas de ferro da porta foram cortadas pelas cartas que tinham adquirido uma capacidade física superior com aquele tipo de energia envolvente. Assim que a porta perdeu a ligação com a parede caiu para trás abrindo passagem aos dois invasores.
Ao atravessarem a porta uma bola de fogo viajou pela casa em direcção a ambos. Espantados recuaram, era suposto não ser um ninja ou saber técnicas ninja. As suas ordens diziam que quando encontrassem algo inesperado deviam matar qualquer testemunha. Haviam cinco pessoas em casa, duas das quais ainda eram crianças. Enquanto a rapariga lançava algumas cartas envolvidas em chamas rosa para os três adultos, Wani atirava senbons que saíam da sua boca matando a criança mais velha com duas na testa e a mais pequena apenas com uma pregando-as à parede. A beldade assassina com cartas rasgava a jugular aos adultos sem que estes pudessem fazer algo. Em quatro minutos todos estavam mortos e havia um charco de sangue na casa.
— Vamos, já causamos estragos a mais.
— Fiquei com penas das crianças. – Disse a rapariga.
— Não podem haver testemunhas, é por isso que todos os outros criminosos foram apanhados e nós nunca seremos.
Sob estas palavras, abandonaram a vila escura e caminharam pelo deserto sem direcção definida.