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A Oeste das montanhas de Kirigakure, o sol despertava com todo o seu esplendor perante as rochas constituídas por terra batida que rodeavam as proximidades e alegravam a vista daqueles que por ali passavam, mais a baixo localizava-se uma caverna com a sua entrada escondida, perante os precipícios das mais elevadas altitudes. Seria impossível para um ninja vulgar chegar à mesma caverna, devido às rochas molhadas que constituíam as montanhas de cima abaixo.
No interior da gruta estava uma criatura com os seus 8 metros de altura, as suas asas grandes de uma tonalidade vermelha acompanhavam-lhe o resto do corpo, assim como as suas escamas expeças e duras que o tendiam a proteger de qualquer ataque que o mesmo viesse a sofrer. Este tipo de criaturas é designado como os ferozes dragões que apesar de serem conhecidos como extintos, ainda tendem a habitar o mundo, escondidos da humanidade.
Apesar dos conhecimentos que pairam sobre os livros de bibliotecas das grandes vilas ninjas, estas criaturas jamais seriam capazes de formar laços com um humano, mas seria isso verdade? Este dragão não estava sozinho no mundo, encostado ao seu corpo pairava uma criança perto dos seus 4 anos de idade, com os seus cabelo de uma tonalidade loira clara, mesmo caminhava de gatas junto ao corpo quente do dragão vermelho como se de amor se tratasse. Seria possível neste mundo constituído por guerra e revolta, uma besta ter amor próprio por uma criança tão pequena? Ou seria até algo mais que isso?
- Um dia vais crescer e tornar-te um ninja, e nem te irás lembrar daquele que te criou - O dragão falava enquanto observava o rebento a andar de um lado para o outro em quatro patas, com uma gargalhada típica da sua idade. Mas após escutar o dragão agarravas-se de imediato junto ao seu peito quente, como se nunca o quisesse vir a abandonar, como se o tivesse até compreendido... – Vá... não sejas tão esquisito – Apesar da criatura não conseguir manifestar o seu sorriso neste momento, a criança havia-lhe entendido o olhar, assim como a típica frase que um olhar vale mais que mil palavras, retribuindo-lhe de volta com a sua gargalhada que enchia bem fundo o coração do dragão – Quero-te mostrar uma coisa – Afirmava a besta com a sua voz grossa, colocando a criança cuidadosamente às suas costas, de forma a não a vir a aleijar com as suas grandes e afiadas garras.
Era audível o bater das suas asas em contraste com o vento que se formava no momento, segundos depois o mesmo abandonava a caverna num voar moderado com a criança às suas costas, não fosse a mesma vir cair.
O rebento manifestava um sorriso no cimo das costas do dragão, junto às escamas que cobriam o seu pescoço, era notável a confiança que esta depositava na besta mesmo em tamanha altitude em relação ao solo. A criança apreciava não só a vista da terra acompanhada por pequenas árvores como até mesmo alguma movimentação mais distante, isto tudo até ao fim do horizonte, onde os seus olhos azuis jamais poderiam alcançar.
O mesmo dragão pairava agora no topo da montanha mais alta das proximidades, de facto era incrível os locais onde estes míticos seres podiam alcançar, mais ao fundo e não muito distante, localizavas-se agora a vila de kirigakure no satu.
- Estas a ver aquela vila ali? – Perguntava o dragão sem obter grande resposta através do pequeno, apenas um olhar ligeiramente serio destinado à respectiva vila - Quero que um dia te venhas a tornar um dos melhores ninjas lá – O pequeno olhou por momentos com um olhar chocado em direcção da besta, respondendo de seguida com um “nã, nã”, esta havia sido a primeira palavra dita pelo criança. Algo que até havia emocionado a besta por alguns segundos, disfarçando de seguida.
A breve distracção do dragão havia colocado ambos em perigo, uma organização secreta destinada a caçar os dragões que ainda habitavam no mundo, com o objectivo de vir a aprender as suas técnicas secretas por meios de pesquisa de conhecimentos, havia tomado medidas neste preciso momento. Eram uns três, ou talvez uns quatro, ou quem sabe até mais neste momento, ambos estavam montados em esqueletos de dragões antigos, mas o mais estranho seria talvez o facto dos mesmos aparentarem estar vivos, os sujeitos que os montavam estavam armadurados dos pés à cabeça, cobrindo até o próprio rosto com uma armadura idêntica à face de um dragão.
O membro que aparentava guiar o grupo havia iniciado uma caçada com uma goukakyuu que dragão não havia conseguido detectar a tempo, sendo atingido nas costas e projectado alguns metros para lá da montanha, apesar de não lhe ter causado grandes danos foi o suficiente para a criança se desequilibrar das suas costas e iniciar uma queda livre pela montanha a baixo, a preocupação do dragão de imediato não foi tentar combater contra aqueles que o desafiavam, mas sim alcançar a criança a tempo antes que a mesma a acabasse mesmo por cair.
Os mesmos sujeitos que o pretendiam caçar não tendiam a desistir e com as suas próprias kuchyoses seguiram o dragão a pique lançando agora cada um uma espécie de corda acompanhada por uma kunai irregular, que se havia espetado rapidamente às costas da besta. Os mesmos soldados juntavam agora as suas mãos, ficando por um curto período de tempo a prender o selo “tigre”, ao mesmo tempo que uma luz de chakra começou a invadir o metal frio das kunais afiadas. O chakra do dragão estava a ser sugado para dentro destas.
Este por sua vez e num momento de desespero havia rodado o seu pescoço o mais que conseguira, libertando uma onda de chamas pela boca ,que por sorte havia atingido as cordas partindo-as e impedido que as kunais ainda cravadas nas suas costas lhe continuassem a retirar chakra. Olhou por momentos em direcção à criança que não parava de cair, a mesma olhava-o com um olhar de pânico e com algumas lágrimas que já se começavam a manifestar nos seus olhos azuis, não só por estar a cair, mas principalmente por estar a ver aquele que mais admirava a ser atacado mesmo diante dos seus olhos. Como se a mesma pudesse compreender.
E de um momento para o outro tudo parou de respirar, uma explosão gigantesca havia acontecido no local e nada se fazia perceber, só se via areia e mais areia que havia sido elevada a uns 15 metros de altitude. Um buraco havia-se formado na cratera do solo com tamanha explosão e foi a vez de a organização que havia iniciado tudo isto, voltar a tomar medidas, com dois dos membros desta a recorrem a jutsus de elemento fuuton, haviam conseguido empurrar grande parte da areia que cobria por completo o local. Até conseguirem observar o dragão caído no solo, ainda consciente mas com grande parte do seu corpo ensanguentado e com crateras na sua pele dura, devido à queda a que se havia debatido, certamente não podia combater mais, não neste estado.
Os mesmos sujeitos dirigiam-se ao solo lentamente, ainda montados sobre os seus próprios dragões esqueléticos até que desfizeram a sua própria invocação, começando agora a caminhar num andar lento em direcção do dragão que os olhava em tamanha fúria.
- O que me querem?! – Gritava o mesmo soltando uma gigantesca onda de fogo pela boca, atingindo agressivamente os soldados que apesar de tudo se continuavam a dirigir a si, por entre as chamas quentes que acabam por derreter a própria areia.
- Achas que não viríamos minimamente preparados? – Ripostava um dos membros da organização, enquanto gargalhadas algo cínicas se faziam ouvir por parte dos outros. Mas após um sinal de dedos feito pelo líder, ambos haviam parado. Um som, um choro, uma criança, esta chorava bem dentro das mãos fechadas do dragão, ao que aparentava este havia conseguido salvar a vida daquela criança.
- “Não tenho como fugir... Grande parte dos meus ossos estão partidos... Não existe outro meio se não usar aquela habilidade, infelizmente o teu corpo é bastante pequeno para sobreviver a tais mudanças, mas quero que partas para o outro mundo com o nome que eu sempre te quis dar, Dagatsu...” – As mãos do Dragão começaram a brilhar num vermelho vivo, ao mesmo tempo que a mesma luz ia entrando para dentro do corpo da criança. Não havia demorado muito mais que um minuto, antes da besta ter caído para o lado... Num sono eterno.
A alguns km de distancia, bastante perto da vila de kirigakure no satoDois ninjas caminhavam em missão, quando de um momento para o outro a terra havia começado a tremer ligeiramente e um ciclone de fogo tornou-se visível ao horizonte. Os mesmos pararam por momentos enquanto que com cautela, tentavam perceber o que se estaria a suceder.
- Seja o que tiver acontecido ali, ninguém sobreviveu – O alto cortou o silêncio criado por breves segundos, enquanto o seu amigo olhava de boca aberta para o ciclone criado por chamas que continuava activo – Mas de todas as maneiras, os ninjas perseguem o perigo... Vamos passar por lá.
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Ouvia-se agora o ar frio libertado pela janela aberta que atingia o rosto de uma criança que começava a despertar, ainda na cama de hospital. O mesmo estava ligado a algumas máquinas através de soros, foi então que observou por breves momentos o calendário de parede que estava ligeiramente ao lado da porta do seu quarto
- Ah quanto tempo estou aqui? - Questionou-se o loiro enquanto que retirava apressado, os tubos que se prendiam ao seu corpo.