Pendia uma pequena luz oscilante como o vento diante dos olhos semi-cerrados do jovem recém-acordado. Uma luz tão intensa e ofuscante que a sua cabeça latejou brutalmente, sendo assaltada pela dor e desconforto, como se tivesse sido apunhalado em segredo. Talvez tivesse… não sabia, na verdade, nem o porquê de ali estar. Remontou a cena da caminhada na floresta com se fossem bocados de papel que completariam um rasgado poema. Lembrasse de ter recebido por parte do Hokage, essa tinha como destino a vila do carvão. Mas, na sua cabeça, parecia não haver ligação entre a caminhada na floresta e a razão de ali estar. Manteve-se imóvel no chão frio, fitando novamente a cintila que atacava os seus olhos azuis. A bruma daquele húmido e bafiento sitio era algo perigosa, “talvez hajam armadilhas, é melhor não tentar movimentos bruscos” – Pensou ele para si mesmo. Com uma mão, atreveu-se a tactear o gélido e duro chão e quando verificou que a sua coluna vertebral ainda executava a sua função, suspirou de alívio. Uma madeixa de cabelo caiu aos seus olhos, afastou-a com um sopro enquanto tentava, novamente, perceber o sentido daquele emaranhado de enredos estranhos e algo preocupantes. Por fim, ao ver que nada acontecia, voltou a entregar a sua mente ao sono e a mergulhar numa escuridão ainda mais profunda, a sua cabeça latejava e não suportava ter de ficar muito tempo a observar aquela luz intensa, pensou que, se estava ali, algo iria acontecer mais tarde ou mais cedo.

Quatro horas passaram, Ishimaru estava ainda a dormir quando a porta de ferro do cavernoso lugar se deslocou, abriu-se com um tinido que sobressaltou o rapaz, este acordou de um salto e olhou à sua volta até ver um clarão branco emanar do fundo do compartimento onde se encontrava fechado já há, pelo menos, dez horas. Uma silhueta masculina entrou na sala, cortando a visão de luz quando o seu corpo a tapou, como um eclipse lunar. Era uma figura brutalmente musculada e alta como uma torre, o seu largo rosto não emanava qualquer tipo de emoção perceptível. Apôs deter o seu passo a um metro do semi-erguido rapaz, que o via do chão, disse as primeiras palavras.
- Mexe-te, Dante-sama quer-te na sua presença imediatamente! – Exclamou, a sua voz era cava e pesada. Ishimaru tentou retorquir, mas fechou a boca quando ouviu o som da espada a querer sair da bainha. – Não me contraponhas, ou terei de ficar com a tua língua! – Avisou ele num tom exacto e demasiado frio para se assemelhar a um pequeno bluff. Ishimaru assumiu que aquelas ordens teriam sido expressas por quem o mandara ir buscar. Levantou-se a custo, apoiando uma mão no joelho e a outra no chão. Não tirou os olhos do homem, retribuindo, por entre as longas madeixas do loiro cabelo, o mesmo olhar sério e frio. Eram olhares tão frios como uma só gota de chuva nos piores dias de inverno. Quando se levantou, o homem direccionou-se para a porta sem dizer uma única palavra, engolindo a sua resignação e os pedidos de explicação, Ishimaru seguiu-o até ao exterior. O homem encaminhou Ishimaru por um longo corredor até outra porta de ferro. Pelo caminho, Ishimaru notou que os seus cabelos eram longos e vermelhos, apenas via as suas costas morenas, repletas de cicatrizes. A maior delas era em forma de X no centro das costas, parecia ser bem profunda e antiga. O homem abriu a porta e ordenou-lhe que entrasse.

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Era uma sala algo vasta, mergulhada numa escuridão parcial, haviam duas velas em grandes castiçais postos sobre o chão, no meio delas estava um enorme cadeirão onde estava sentada uma figura colossal e imóvel. Um velho homem de rosto enrugado, vestia uma capa vermelha que luzia à luz das velas. O seu cabelo grisalho era bem penteado e a expressão que emanava do seu rosto era surpreendentemente calma, apoiava um cotovelo num dos braços do cadeirão para, que por conseguinte, pudesse apoiar a cabeça sobre o seu punho. O silêncio permaneceu naquela sala, o velho homem não retirava os olhos de cima de Ishimaru e o rapaz retribuía o mesmo. Por fim, o homem que acompanhara Ishimaru decidira falar.
- Senhor, o rapaz que apanhámos já está aqui! – Informou o homem, referindo-se a Ishimaru. Esperou em hirta forma até ouvir a voz daquele que deveria ser uma espécie de seu mestre. Ishimaru relembrou então os últimos momentos na floresta: O atordoamento, as insanas visões e dores de cabeça e por fim, o apagão repentino e as longínquas vozes de fundo. “Nunca pensei que alguém fosse cair nesta armadilha, vamos leva-o e avisar o Dante-sama!”- Lembrou-se de ter ouvido. Sentado no cadeirão, o velho homem falou com uma voz calma e profunda:
- Deixa-me a sós com ele, não precisarei de ti nas próximas horas! – Disse ele. O servo fez uma rápida vénia e saiu da sala. O velho voltou a falar, desta vez para o atento e emocionalmente petrificado rapaz que ansiava fervorosamente por respostas e explicações.
- Como te chamas, meu rapaz? – Perguntou. Apôs alguns segundos a ponderar o que dizer, decidiu responder.
- Ishimaru! – A sua voz não emanava qualquer tipo de emoção, apenas uma secura enorme. O homem sorriu levemente dentro do circulo de meia luz, os seus olhos negros brilhavam ao fogo das velas.
- Suponho que sejas um ninja de Konoha. – Disse, ao ver a faixa que o rapaz trazia na testa. – Os ninjas de lá são bem poderosos. – Observou, não havia sarcasmo na sua velha voz, apenas a certeza daquilo que dizia. O silêncio invadiu a sala por mais alguns segundos até que Dante voltasse a falar.
- Quantas primaveras viveste tu? – Perguntou com curiosidade. Ishimaru voltou a engolir mais um trago de resignação e um par de rugidos e palavras menos próprias.
- Dezassete! – Acabou por responder. O velho adoptou uma expressão ainda mais curiosa ao fazer a próxima pergunta.
- Tens medo de morrer? – Ishimaru achou esta pergunta inesperadamente estúpida para merecer resposta. Apôs dois minutos de mais silêncio, Dante voltou a insistir em receber uma resposta, parecia realmente interessado. – Tens ou não? – Reforçou a pergunta. Ishimaru levantou a cabeça e decidiu-se a responder.
- Não, sou um ninja, como posso ter? – Acrescentou ele retoricamente. Dante viu os determinados olhos do rapaz e prosseguiu
- Interessante… Eu tenho! – Admitiu ele secamente. – Medo de deixar o meu corpo e não saber para onde vou, de perder os meu objectivos e não poder concretizar mais nada. Medo de não acordar no dia seguinte e saber que estou vivo, porque ninguém dá valor ao seu tempo de vida neste mundo, todos querem conseguir rapidamente as coisas, mas não entendem que isso é passageiro… - CALE-SE, EU QUERO SABER ONDE ESTOU E O QUE ESTOU AQUI A FAZER! – Interrompeu-o Ishimaru com um grito furioso, a sua respiração acelerou com o nervosismo e a tenção aumentou entre os dois. O velho silenciou-se por alguns segundos e sorriu com uma estranha satisfação. A sua cabeça recolheu-se ao peito e os seus cabelos grisalhos reluziram na chama das velas ainda vivas. De repente, as chamas começaram a agitar-se como se um vento fantasmagórico tivesse passado por elas, até que se apagaram, deixando o local mergulhado na escuridão cerrada e iminente. Foi então que a voz de Dante soou maliciosamente satisfeita
- Bem-vindo ao meu mundo, estás aqui para servir a minha imortal eternidade.

Ui brutal esse final. Estás é um bocado destreinado tens alguns erros ortográficos e assim. Gostei de tudo, foi de propósito ou o nome de "Dante" foi ao acaso? É que combinou muito bem

Hum... Interessante, como o Luffy disse tens alguns erros, mas nada que a prática não resolva. ^^

Continua.

mais um bastardo armado em orochimaru? x)
by the way ta bueda nice
continua

Muito... Interessante. É a melhor palavra para o descrever.

Estou como todos um pouco, expectante em relação ao "vilão", afinal não se vêem imortais todos os dias.

Gosto do facto do Ishimaru ser "impulsivo" mas prudente, afia os sentidos porque o torna imprevisível :b

Continua Saru, que sejam mais frequentes e tão bons ou melhores que este ^^

Como já foi aqui dito. Muito interessante

Agora um "vilão" imortal OMG!! Isso vai dar muito que falar.

Continua^^