Anteriormente...- Spoiler:
(...)
-Ela ficará bem? – perguntava Tora, receosa por estar causando aquilo, de certa forma.
- Sim, vamos andando. Estamos longe de Konoha, quanto mais cedo sairmos, melhor para ti - dizia, também saindo do quarto num shunshin. Tora fez o mesmo, e acabou o ouvindo dizer em tom pensativo:
- Somente para ti...
Ela ficou perturbada, e o rapaz acabou percebendo que ela ouvira-o. Corou de leve, e saiu, sendo seguido pela silenciosa Nara. Ambos estavam completamente constrangidos e andaram calados por alguns minutos, ele à frente por conhecer o caminho. Chegaram a uma espécie de túnel, onde ao longe avistava-se um pouco de raios solares:
- Ainda há sol, embora incomode-me um pouco, devemos partir agora, para estares com os ANBU's de Konoha antes do amanhecer, assim minha volta não será tão afetada - dizia ele, enquanto colocava a máscara.
Correram por aproximadamente duas horas, a noite já tinha caído e Tora acabou afastando-se um pouco de Shinji por conta do cansaço, já que não haviam diminuído o ritmo e a Nara ainda não estava acostumada a percorrer grandes distâncias. O Chinmoku percebeu, e decidiu que deveriam agora caminhar, enquanto ela recuperava o fôlego:
- Tsc, esqueci-me que ainda és gennin - disse ele, oferecendo-lhe um cantil com água.
- Recém-gennin! Sequer conheci minha equipa! - respondia Tora, bebendo o líquido avidamente.
Novo silêncio. Alguns segundos passaram-se, mas a tensão era tão grande, que ambos sentiram que foram eras. Tora respirou fundo, e pediu:
- Bem, em breve devemos separar-nos, então... Poderias ti... tirar esta máscara?
- Claro... - dizia ele, obedecendo-a e mostrando um semblante entristecido.
- Não fiques assim! Não temos culpa dos nossos destinos... Mas ainda assim, perdoa-me por eu ver-te como um estranho... - dizia,com a cabeça baixa, enquanto interrompia a caminhada.
- Não tens culpa... Tua família de criação também não. - respondeu ele, enquanto chegou-se para perto da gennin.
Ele pegou em seu queixo, e levantou sua cabeça, obrigando-a a olhá-lo. Ambos estavam nervosos e corados, e Shinji nem mesmo sabia o porquê de estar agindo daquela maneira, afinal, apesar de tudo ela era uma estranha... O que era aquilo que sentia? Não queria deixá-la partir, talvez nunca mais pudesse vê-la novamente...
- Na.... Nani?! - perguntava a Nara completamente atordoada com o rapaz a segurar-lhe o queixo e ficar parado como uma estátua. Ela também não entendia o que sentia, borboletas no estômago, a sério? E então foi percebendo que ele aproximava-se lentamente dela.
Ela sentia que ele era confiável, e quando seus rostos estavam à mesma altura, olhou-o nos olhos. Encararam-se por mais uns segundos, em que pareciam estarem comunicando-se telepaticamente. Ela abriu a boca num movimento involuntário, talvez à procura de um pouco mais de ar. O rapaz então com a mão livre, enlaçou-a pela cintura, e com a outra ainda segurando seu queixo, colou seus lábios nos dela. Tora de início ficou surpresa, não sabia como reagir, mas o toque do rapaz deixava-lhe desarmada. Correspondendo ao beijo, ela colocou suas mãos em torno do pescoço do rapaz, enquanto ficava na ponta dos pés. "Ser baixa traz mais desvantagens, Tsumetai-san!", pensava divertida, enquanto os dois desfrutavam daquele doce momento.
Beijaram-se por um tempo, até Shinji descolar seus lábios dos dela. Lentamente ambos abriram seus olhos, e Tora começou a ficar vermelha, embora não conseguisse desviar o olhar. O rapaz tirou a mão de sua cintura e acariciou-lhe os cabelos, enquanto o rubor começava a tomar conta de sua face. "O que eu fiz?", pensava preocupado. Afastou-se um pouco da garota, e seguiu-se mais um silêncio perturbador. A Nara voltou-lhe as costas, não conseguia mais encará-lo:
- O... o que nós... fizemos? Eu... eu - tentava dizer algo.
- Go... gomenasai! Eu não queria ter feito isso, eu não sei, perdoa-me! - respondia o rapaz, ajoelhando-se e completamente embaraçado. Tinha a voz embargada por um choro contido.
- Hey, não fiques assim! - dizia ajoelhando-se à sua frente, preocupada.
- Por favor, perdoe-me! - insistia ele.
- Tudo bem, então tens de perdoar-me também, afinal eu... eu correspondi.
Um vento mais forte passou assobiando enquanto encaravam-se, desfazendo o folgado coque dela e balançando os cabelos de ambos. Ela levantou-se, nervosa, e afastou-se dele, mas ele rapidamente fez o mesmo, alcançando-a e agarrando seu braço, tapando sua boca:
- Shhh, temos companhia. Depois falamos sobre... enfim, sabes o quê. - dizia ele em tom sério, enquanto agarrava a gennin e subia numa árvore.
A floresta estava escura, mas não era um problema para Shinji. Pediu a Tora que permanecesse escondida na copa de uma árvore, enquanto sorrateiramente fora investigar os chakras que tinha sentido. Eram dois homens, aparentemente bêbedos, mas o Chinmoku resolveu observá-los, pois o chakra parecia poderoso. Até que ouviu um dos homens comentar:
- Nossa, o nee-san está demorando bastante hein? E ele é o único sóbrio por aqui!
O rapaz lembrou-se que Tora não sabia ocultar presenças, e correu o mais rápido que pôde até à árvore em que deixara-a. Seu coração palpitava, parecia que estava a morrer, tropeçou e caiu por diversas vezes até finalmente chegar. Subiu à copa, e os galhos lá em cima tinham algumas shurikens encravadas. Seguiu o rastro de perseguição que encontrou, e logo viu uma raivosa Tora amarrada a um tronco:
- Tsc, quem és tu? - perguntava furiosa, enquanto tentava sem sucesso, sair dali.
- Não importa quem eu seja, minha princesinha. Quem diria, encontrar um diamante desses em um lugar tão remoto... - respondia o homem, iluminando o rosto da gennin com uma lanterna, enquanto passava a mão livre suavemente por seu rosto.
Tora debateu-se, tentando livrar-se do toque daquele homem, e ele irritado deu-lhe um tapa em seu rosto, enquanto preparava-se para causar-lhe um grande mal:
- Muito bem, agora deixarás de ser uma garotinha! - dizia enquanto desabotoava seu cinto.
Shinji indignado já com o fato dele ter batido em sua prima, realizou alguns selos e rapidamente um forte jato d'água projetou o homem para longe de Tora. O semblante dela mudou de terror para alívio, ao avistar o rapaz:
- Shinji! Tira-me daqui! - pedia.
- Hai! - respondeu, rapidamente retirando as cordas que prendiam-na.
- Arigatou gozaimasu! - a gennin agradecia enquanto abraçava o rapaz, entre lágrimas.
- Tsc, então tens um protetor? Não por muito tempo - desafiava o homem, desembainhando uma katana.
- Aqui, Tora-san, isto pertence-te. - dizia Shinji enquanto dava a ela uma bolsa com equipamentos ninja. - Vamos divertir-nos um pouco. - finalizou, com um sorriso.