Sob a luz da lua avermelhada, na penumbra de uma densa floresta, duas silhuetas humanas caminhavam com dificuldade. Forçando passagem por altos arbustos donde os animais noturnos fugiam assustados. A silhueta maior vinha na frente. Carregando algo sob o ombro, ele utilizava o outro braço para puxar com poder os ramos que bloqueavam a estreita trilha. Enquanto isso, a outra silhueta era silenciosa. Parecendo flutuar a poucos centímetros do chão, mal se podia escutar sua respiração. - É aqui. - Sussurrou o segundo, com uma voz soturna. Logo, a sombra gigante parou seu avanço e olhou para o chão à procura de alguma coisa. Esticando o braço musculoso, o brutamonte alcançou uma alça de metal enferrujado e puxou a tampa de um grande alçapão, fazendo-o expelir vapor d’água provindo de um profundo túnel vertical, onde alças de metal chumbado na parede, serviam de apoio para a descida até o fundo. Tomando a frente, o segundo vulto desceu primeiro, seguido do outro, que fechou a tampa e com um eco metálico, as trancas selaram a entrada.

Ambos desceram por vinte metros até a base do túnel, onde automaticamente várias luzes do complexo se acenderam ao mesmo tempo, deixando a mostra uma imensa caverna escavada na pedra, onde cerca de doze macas de aço escovado estavam perfiladas. À esquerda, uma grande mesa de madeira cheia de pastas espalhadas. A mesa margeava algumas estantes preenchidas com inúmeros vasos que traziam um líquido turvo, cuja luz sombreava e denunciava a existência de alguns órgãos humanos dentro de cada um deles. À direita, quatro cilindros de vidro gigantes. Estavam vazios. E ao lado, uma grande vidraça onde a falta de iluminação impedia a visualização do que havia noutro lado. - Deixe-o na maca nº1. - Falou o homem com ar de comando ao brutamontes, ao mesmo tempo em que retirava a pesada capa de chuva, deixando a mostra um homem de idade. Franzino, mas com vestimentas elegantes, ele se dirigiu a um painel com diversos relógios e botões, acionando alguns deles. Obedecendo a ordem, o brutamente foi até a maca e despejou o que carregava. Era um garoto de pálido que aparentava ter quatorze anos de idade.

Amarrando-o com faixas de couro, prendendo-o firmemente. O brutamonte então deu mais alguns passos até uma mesa lateral, onde pegou um aparelho em forma de uma robusta máscara. Feita de um metal escuro, ela trazia alguns hieróglifos desconhecidos em dourado e brilhou com uma luz opaca quando entrou em contato com o rosto do rapaz. Enquanto isso, o senhor de idade começou a acionar algumas alavancas que fizeram toda a área estalar com pequenos raios elétricos, ao mesmo tempo em que todas as agulhas "saltaram" dos mostradores, movendo-se para a potência mediana. - Estamos prontos. - Respondeu o grandalhão, retornando à mesa de madeira, onde se recostou e suspirou ao cruzar os braços. Respondendo com um sorriso matreiro, o senhor baixou a alavanca vermelha e uma aura opaca de energia saltou da máscara em direção ao aparelho, que transmitiu tudo através de grossos cabos presos à parede, que se perdiam de vista até a lateral da caverna, onde a escuridão atrás da vidraça ainda escondia o que havia no local. O garoto gritava e se debatia na maca de metal, até que a aura se esgotou e o menino parou de se mexer, enquanto os olhos dos dois piscaram com uma luz fraca e opaca.

- Ótimo. Transferência de dados efetuada com sucesso. - Comemorava o idoso. - Tsukai, libere o Kashikogan dele.
- Mas senhor, ele vai perceber que algo mudou e pode desconfiar de tudo! - Retrucou o brutamontes, surpreso.
- Deixe que o pai dele se explique. Este será meu presente para ele, por sua ajuda à organização. - Sorriu.
- S-sim, senhor. Iniciarei o procedimento - Respondeu com impaciência.

Com dúvida em seu olhar, o grandão deu a volta lentamente na mesa e abriu a gaveta, retirando uma pequena bandeja prateada onde estavam duas seringas e três ampolas. Duas azuladas e outra esbranquiçada. Quebrando as ampolas, ele encheu a primeira seringa com desenvoltura e logo, um líquido azulado e viscoso a preenchia por completo, reservando-a. Depois, pegou a outra seringa e encheu-a com o líquido verde, despejou-o na ampola com líquido esbranquiçado. Balançando para misturar os dois líquidos até obter uma solução avermelhada, ele encheu a segunda injeção a repousou na bandeja. Olhando para o idoso mais uma vez, como se pedisse permissão, o velho acenou positivamente. Só então ele se dirigiu ao garoto amarrado, ainda fumegando e gemendo por causa do procedimento doloroso. Segurando seu braço, o homem aplicou a primeira injeção. O garoto parecia ter acordado de um pesadelo. Seus gritos mais uma vez interromperam o silêncio fúnebre da caverna. Jogando a primeira injeção no lixo, o homem agora segurava o braço do garoto com grande força, quando aplicou a segunda injeção. Dessa vez, o rapaz não se moveu e suspirou como se sentisse algum alívio.

- Pronto, senhor. Ele vai sentir uma grande dor de cabeça quando acordar. - Brincou, mas logo calou-se quando encarou o velho.
- Tsukai, apague a memória dele e o leve de volta para sua família. - Retrucou o velho com frieza, enquanto caminhava em direção à vidraça.
- Sim senhor. E enquanto a irmã dele? Agora sabemos que foi ela quem deu nossa localização. - Perguntou enquanto se dirigia ao garoto.

Pensando por alguns segundos, o velho acionou o interruptor na lateral da vidraça, acendendo a luz de dentro do grande galpão, onde centenas de marionetes humanoides estavam ligadas aos cabos que recebiam os dados dos olhos do garoto. - Isso é problema de família. Avise ao pai.- Respondeu o idoso. E continuou maliciosamente: - Agora, a Karasuemu tem todos os dados dos jovens talentos de quase todas as vilas. Mas precisamos de mais dados quanto aos ninjas mais experientes e poderosos. E calculo que uma cisão no leito familiar, fará Kimura abandonar o lar e procurar outras vilas, consequentemente, conhecerá e visualizará como os outros lutam e assim, no final, nossas marionetes serão imbatíveis. - Vibrou. Enquanto isso, Tsukai retirava a máscara do garoto e fazia alguns selos antes de tocar a testa do pálido genin*, escondendo em algum lugar de sua mente, tudo o que aconteceu naquela noite.

CONTINUA...

*genin, pois aconteceu logo antes da final do torneio.

Muito interessante o filler. No começo pensei que seria algo como "O Homem da máscara de Ferro", mas depois vi o procedimento da "Arma x" em Wolverine Origens ^^.

O garoto é um espião e nem sabe, é isso mesmo? Se for é muito legal

Será que esse homem está pensando em começar uma nova guerra com essas marionetes?

Continua essa historia que irei acompanhar

"Apesar que alguns falam, para mim você é digno de está onde você está, não precisa ficar puxando saco de ninguém. Tens uma boa escrita ao meu ver sabe detalhar bem e não exagera neles."

Força parceiro continua

Bruno Moraes escreveu:

O garoto é um espião e nem sabe, é isso mesmo? Se for é muito legal

Será que esse homem está pensando em começar uma nova guerra com essas marionetes?

Sim... hehehe... acertou. O coitado está a espionar sem saber. Enquanto a "nova guerra"... quem sabe. hehehehe. Obrigado por ler e obrigado pelos comentários.

Uia, a história parece promissora. Não sei que espécie de pai concorda que seu filho seja experiência de sabe lá Deus quem (e o que tem em mente), mas existem muitos loucos por aí né... Tuas descrições estão muito boas, me senti naqueles laboratórios de cientistas malucos, a tentar criar o Frankstein Vamos ver o que será de Kimura daqui pra frente, continua

isto é tudo muito fofinho mas escreve-se "Kashikogan" e eu gostava de alguma coerência relativo a ele. É muito bonito mas começa a pensar numa conexão com os Fukeru se queres continuar com o Doujutsu D:

Queres que to coloque na Ficha do Kimura?

Sobre o FIller, boa escrita acompanhada de boas descrições como já nos habituastes. Não tenho mais a dizer, pelo que vejo só és mais um que planeia uma pequena guerra. O mais engraçado é que todos os que planeiam uma guerra, em larga escala pelo que vejo, são de Kiri D:

Continua ^^

Tsutao escreveu:

isto é tudo muito fofinho mas escreve-se "Kashikogan" e eu gostava de alguma coerência relativo a ele. É muito bonito mas começa a pensar numa conexão com os Fukeru se queres continuar com o Doujutsu D:

Desculpa Tio, já editei e isso será explicado... não vou abusar de "seu" doujutsu, pode deixar.

Obs.: Quando pedi permissão para alterar o doujutsu, pois iria usá-lo, não houve este tipo de cobrança. Por acaso mudou de ideia, tio?

Tsutao escreveu:

Queres que to coloque na Ficha do Kimura?

Sim, por favor. Acho que com as habilidades alcanço a 2ª chave.

Tsutao escreveu:

O mais engraçado é que todos os que planeiam uma guerra, em larga escala pelo que vejo, são de Kiri D:

Kirinins gostam de sangue. Só isso...

Não te preocupes que eu não mudei de ideia, por mim podes usar o Kashikogan numa boa, só te peço é que inventes uma conexão com os Fukeru, para que assim não te encostem à parede em relação ao Doujutsu. Só quero que cries um caminho seguro, nada más ^^

Ficha atualizada ^^