- Está quase na hora. - Pensava consigo, enquanto percorria rapidamente a estreita e sinuosa trilha escavada na parede da montanha. Ofegante, ela admirava a paisagem que a altura lhe proporcionava, dando-lhe um vislumbre de toda a beleza que a natureza poderia expor. De lá do alto, ela podia ver a verde e densa floresta que começava no sopé da montanha e todos os pássaros que buscavam abrigo entre as folhagens das inúmeras árvores, enquanto a forte brisa criava ondulações em suas folhagens. Entretanto, esse não era um momento de admiração e tranquilidade, mas sim de ansiedade e precaução. Aliás, o fato de não saber como Kimura reagiria ao que lhe iria dizer a preocupava bastante.

- O pirralho se tornou forte. - Balbuciava com sarcasmo, enquanto serpenteava ao seguir a trajetória da trilha, até que viu seu destino ao longe. Ela já escutava o rugido da água chocando-se contra o fundo pedregoso há quilômetros de distância, mas a névoa que se levantava deste impasse – água e pedra - só a recebia naquele momento, com as suaves gotículas que atingiam seu corpo, indicando que se aproximava. Correndo mais alguns metros, logo avistava a ponte Hokairo em toda sua imponência. Construída com grossos troncos de carvalho de lei, sua cor avermelhada e completa ausência de musgo nas juntas indicavam que recebia frequente manutenção.

Como estava há certa altura, em seu alto parapeito do lado esquerdo, Saiako apoiou-se, conseguindo tocar na queda d’água, logo jogando o líquido gelado em seu rosto pálido e desprotegido, refrescando-se. Só então olhou novamente no relógio e percebeu que ainda faltavam quinze minutos para a hora marcada. Ainda teria tempo para pensar na importância que aquele local tinha para ela. Não havia passado mais que dois anos desde que esteve lá pela última vez. Em sua primeira missão como chunnin.

Citação :

Foi dada a ordem de escoltar um comerciante até os limites do País da Água. Parecia uma missão tranquila, até que ela e seu grupo foram emboscados por alguns nukenins poderosos durante a travessia da ponte. E após uma luta feroz, dois de seus companheiros conseguiram levar o comerciante embora, enquanto ela ficou para impedir os últimos dois inimigos de alcançá-los. Já estava ferida mesmo, e com toda certeza não os acompanharia em velocidade. - Foi a melhor decisão no momento. – Interrompeu. Por sorte, com suas últimas forças, venceu os dois, caindo quase desmaiada. Já estava pronta para morrer. Até que Junchei apareceu. Na sua visão turva pela perda de sangue, Saiako viu seus olhos verdes como safiras e seu cabelo negro caído levemente em seu rosto bronzeado.

"Um anjo" - Pensou, mas logo terminou por desmaiar. Dias depois, Saiako acordou assustada numa cama confortável. Estava numa cabana de madeira rústica, simples. De costas para ela estava Junchei, que utilizava um espeto para afastar as brasas do fogareiro e assim atiçava as chamas para ferver a água num bule de bronze. Saiako tentou virar-se para verificar o restante do cômodo, mas a dor a impediu, fazendo-a gemer. Junchei virou-se espantada e logo chegou a seu lado, onde recostou sua mão suavemente em seu ombro. - Descanse. - Ela sussurrou, abrindo uma grande sorriso.

Saiako, não sabia por que, mas sentira uma tremenda tranquilidade na companhia daquela mulher desconhecida, que logo veio a conhecê-la como Junchei, uma shinobi da Vila Nadeshiko. - Como ela estava linda naquela tarde. - Lembrava-se, sozinha, enquanto olhava para a floresta. Já passava da hora marcada, mas não sentiu o tempo passar. Pois aquelas boas lembranças fizeram-na perceber o quanto amar a modificara. Entretanto, seu sangue a impedia de ficar com Junchei. E foi assim que se lembrou de como chegara a esse ponto. Um ponto sem volta. Onde arriscaria tudo para poder ter seu amor definitivamente em seus braços. Junchei a aguardava em Nadeshiko.

Havia vencido a garota num duelo justo, mesmo contra a vontade das anciãs da Vila, e iria se casar em breve. Mas precisava vencer aquele que se punha entre ela e sua felicidade completa. Seu pai. E foi assim que se lembrou de sua figura paterna, começando a rever as inúmeras vezes em que o pediu ajuda. Ela se sentia presa a uma tradição que não escolhera. Da mesma forma que Kimura atualmente. Mas seu pai parecia não se importar. Tanto que chegou a marcar um casamento arranjado. Mas ela amava Junchei. E foi por isso que tomou a decisão de revirar os arquivos secretos do seu clã sem autorização.

Citação :

Sob o manto da escuridão. Saiako sentia que seu coração batia muito forte, enquanto percorria silenciosamente os degraus que levavam até o porão de sua residência. A adrenalina em seu corpo a fazia ofegar como se estivesse numa missão de alto nível. Afinal, iria invadir o cômodo secreto, onde somente o sumo sacerdote tinha acesso. Lá, seu pai sumia por minutos e até horas, retornando como se nada tivesse acontecido. Na verdade, parecia que nem mesmo sua mãe sabia ao certo o que havia naquele lugar secreto, muito menos sabia como abri-lo, já que havia uma corrente trancando o grosso portão de metal de sua entrada. Então, após mais alguns passos, Saiako entrou no porão, onde viu o altar macabro novamente. Não o via desde o seu ritual. Sentiu calafrios. Ela havia faltado a cerimônia de seu irmão, não porque estava ferida, mas sim por não mais concordar com esta tradição. Estava ansiosa.

Tanto que circundou a grande mesa de pedra central e alcançou a porta, onde começou a tentar arrombar o cadeado. Ela já tinha certa experiência neste tipo de operação, então não demorou muito até que conseguiu abrir o local. A porta rangeu alto, e Saiako quase desmaiou de pavor. Escondeu-se e aguardou por mais alguns segundos, e quando ninguém desceu as escadas, percebeu que ninguém havia acordado. Só então entrou na saleta, onde inúmeros pergaminhos empilhados guardavam todos os mistérios do clã, que por séculos planejavam suas conspirações. Suas mãos tremiam em busca de alguma pista que a levasse a "cura" de seu sangue maldito, até que uma velha foto caiu a seus pés.

- Aquela foto me ajudou a decidir o que queria na vida. E logo isso tudo terminará e eu estarei livre. - Sorriu a garota, espreguiçando-se.
- Saiako Endo! Não haverá perdão para você e o que fizeste! - Esbravejou seu pai ao despontar da trilha, olhando-a com um ódio inimaginável.
- Mas, o que você faz aqui?! - Retrucou a garota apavorada.

CONTINUA...

Me gusta esse tom de mistério que cerca a família do Kimura... E ela apaixonou-se por uma garota? Kawaii, malditos sejam todos os que não aprovam -.-' Se eu fosse ela, afogava o pai na cachoeira, ele mais que merece a morte... Vou ler o próximo, só dou-te a dica de não correres com os fillers... deixa o povo se deliciar mais com os fillers, para deixar o clima de suspense no ar; quando vi dois fillers postados, deu a impressão de que estás a querer correr um pouco na história, relax

PWAHAHAHA, pena eu queria introduzir lésbicas primeiros que vocês todos... Oh well, Sr. Orochi decidiu desapontar o seu Tio hein? :C

Ahah continua estás a tornar le histoire interessante. Não tenho nada a comentar, crias pitadas de mistério mas que ainda não me dão aquela curiosidade de saber mais, apenas sobre a irmã de Kimura e o seu casamento com a rapariga de Nadeshiko e como ambas lutarão por ele ^^

Agora só falta o Kimura arranjar um casamento, go boy, busca!