A Reunião
♦ ♦ ♦
" Nada é verdade, tudo é permitido. "
♦ ♦ ♦
- Anteriormente...:
— Entendo, mesmo assim o que quer que eu faça afinal? Mate os emboscadores? Minha equipe vai perceber e vai fazer perguntas, vão perguntar-se porque eu os matei em vez de deixá-los vivos e conseguir respostas, ainda mais agora com a situação do jeito que está... — a situação que me referia era a situação hostil que permeava minha relação com minha sensei.
— Tens todas as informações que precisa, sei que pensará em algo, é talentoso, afinal não estaria conosco se não o fosse. — retrucou, apertando meu ombro num gesto incentivador.
— Certo vou tentar pensar em... País do Ferro? — exclamei, notando de onde a informação partira.
- Citação :
- ... Andei investigando um regimento de samurais do País do Ferro, descobri que estão sendo agenciado por um membro da La Hermandad que ainda permanece oculto de minhas investigações, ele é bom, sabe evitar identificação. O regimento compõe um grupo de cinco samurais, convocados para rastrearem a rota e raptar o irmão do senhor feudal...
— Algum problema? — inquiriu o encapuzado, curioso.
— Não, não esperava que fossem samurais... Obrigado pelo aviso! Pensarei em algo. — disse agradecendo pelo scroll. Selei o item com a fita e guardei dentro das vestes, levantando-me, selei o arco no devido makimono e apertamos as mãos e ambos desaparecemos do local logo em seguida (Shunshin no Jutsu).
OST
https://www.youtube.com/watch?v=dahEIugyyYg&list=PL1tFM4hAoC6X7SFGasRWx_RxDGnN6BTTT&index=17
Os últimos dias que se passaram transformaram-se em um borrão de pensamentos profundos e sentimentos confusos para mim. Tenho me contentado com as conversas com Osamu, que mostraram-se fazer muito bem para meu estado mental que tinha resumido-se apenas a paranoias, planos, suposições e esperanças que quanto mais eu refletia, mais fazia-me crer que levar aquilo adiante era inútil. A confiança se esvaiu de minhas mãos como grãos de areia escapando da mão de um gigante. O diário de Katsumoto também tem sido explorado arduamente por mim, cada pensamento, cada passagem... Nunca imaginei que ele fosse aquele homem que era, não maquiavélico ou mal como eu formulei após os acontecimentos, apenas um homem, com seus dilemas, dificuldades e escolhas.
Descobri também uma parte do motivo de seu jeito de ser, ou pelo menos era isso que estava dando a entender em seus pensamentos. Ele explicou que um bando de ninjas de Yukigakure estava planejando um grande assalto ao regimento dele, disse que usaria a nova técnica que apenas me despertava o interesse e curiosidade, mas de alguma forma tudo saiu errado, tanto os ninjas de Yukigakure quanto seus samurais morreram e apenas ele e alguns sobreviveram a catástrofe, da qual fez questão de não explanar em seus pensamentos. O motivo não sabia, medo? Desconfiança? Eram as duas causas que corriam quando ocasionalmente me pegava a refletir sobre este assunto, e curiosamente, Osamu sempre aparecia para conversar nestes momentos. A um dia atrás, quando estávamos levantando acampamento decidi por um ponto final nessa briga que estava acontecendo entre mim e Emi, correu tudo bem, por mais que parecesse que ela estava com rancor, senti que também estava farta de tudo isso e acabou por aceitar minhas desculpas e me dirigir um soco na face.
Agora, estávamos no tal País do Arroz após dias inteiros – ou quase inteiros – viajando sem parar por floresta, cidades e vilarejos, acampando e reunindo o mínimo de suprimentos que precisávamos para realizar tal viagem. Mas um dilema desconfortante me atingira nos últimos dias, como proceder quanto à dita emboscada da qual fui avisado? Matar a todos? Creio que isso não seria um problema, afinal, tenho andado cada vez mais forte e tenho quase certeza pelas informações que os criminosos não serão de tão alto nível, como um Jounnin por exemplo.
Quando estava prestes a dormir uma noite atrás, cogitei até matar todos os meus amigos de equipe após parar a emboscada. O que era isso? Será que estava mesmo me transformando numa sombra, que rasteja por ai e mata quando é preciso, seja quem for, como Akio? Apenas sei que meu desejo como membro da organização conflitava diretamente com meu desejo e dever como um ninja. Matar meia dúzia para evitar a morte de milhares? Logicamente, era a melhor escolha a ser tomada mas naturalmente os sentimentos que eu nutri por eles me impediram em aceitar tal solução, ainda mais quando a imagem de Inoue vinha a minha mente. Eu tinha de arranjar outro jeito, outro meio embora soubesse, que Akio provavelmente diria que não existia outros meios.
Hoje à noite, haveria uma reunião oficial com o irmão do daimyo e com o grupo de escolta de ninjas do som, este momento seria vital na missão e talvez na minha vida. Após analisar e voltar a analisar repetidas vezes aquelas informações, dando o máximo de mim em horas de erudição para com as informações, cheguei a conclusão de que o melhor momento para atacarem o irmão do daimyo e raptá-lo seria este, nesta reunião e para meu profundo azar o local só seria revelado minutos antes por um ninja o que me impediria de estudar cuidadosamente o terreno e montar um plano de defesa contra os tais emboscadores, portanto me contive com alguns mapas da capital do País do Arroz que incluíam as principais vias, becos e esgotos e devido a isto me mantive recluso no quarto de hotel que foi oferecido a nós como cortesia pela missão.
Um dos ninjas, que julguei ser da escolta do som, anunciou-se após saltar pela janela e chegar no recinto onde estávamos todos reunidos, entregou uma carta envelopada com o selo do daimyo do país, seu irmão, e após dizer algumas palavras sumiu na escuridão fria da noite deixando-nos a sós com a localização da reunião contida naquele item. Pegamos e abrimos rapidamente, lendo, reconheci o local devido meus estudos geográficos mas sua estrutura ainda eram lacunas perigosas em meus pensamentos. Lacunas estas que poderiam significar o fracasso daquela importante missão.
Após nos prepararmos por alguns minutos, nos munindo de nossos equipamentos e suprimentos partimos todos juntos pelos telhados da capital, sendo os mais silenciosos ninjas daquela cidade.
" Sei que pensará em algo... " — ouvi a voz de Akio ressoando em minha mente e me torturando-me por dentro devido a minha incapacidade de conseguir traçar um plano de ação, aposto que Chikako conseguiria, afinal, era um dos ninjas mais inteligentes que já tinha visto. Sua capacidade de raciocínio e análise da situação era surpreendentemente maior do que as minhas e até que as de Emi, fato este que fez com que o garoto fosse promovido a Chuunin no último Exame que ocorrera e no qual eu falhara. Talvez fosse comparável até com os famosos analistas do clã Nara.
Continua...
Considerações: Minha internet voltou ao normal finalmente, e dei uma acelerada na saga para terminá-la logo e prosseguir com a próxima. Enjoy!