Chyuri dirigiu-se a uma pequena sala, sempre seguida pela criada que levava o guarda-sol e Kadmos mesmo atrás. Depois de entrarem no pequeno compartimento, os dois membros do clã sentaram-se frente a frente e com um sinal dado pela idosa a criada retirou-se. Descontraída, Chyuri tomou a iniciativa na conversa.

Chyuri - Diz-me então Kadmos-san, o que te inquieta mais a mente? Saber o que realmente são os shikigamis ou o que se passou com o teu amuleto?
Kadmos - Não sei porquê, mas acho que ambos estão ligados. Afinal quando perguntei a Manta sobre o amuleto ele evadiu-se da pergunta e foi-se embora. Acho que quero a explicação da maneira mais lógica, a partir do principio...
Chyuri - Hum... Muito bem, o que sabes então sobre a Kuchiyose de Shikigamis?
Kadmos - Sei que o nosso clã tem a honra de conseguir falar e ver os Shikigamis, seres espirituais que conseguem alternar entre o mundo físico e o mundo espiritual. Mais nada. - Concluiu desapontado com a pouca informação que tinha.
Chyuri - Então vou dizer-te a historia toda... Tens razão, Shikigamis são seres espirituais que podem andar entre o mundo espiritual e o mundo físico. Além disso, Shikigamis mantém os mesmos dotes que tinham quando vivos, por isso é que Manta consegue usar jutsus como Bunshin no Jutsu e o Kakuremino no Jutsu. - Kadmos seguia com atenção a conversa. - Tal como Manta, existem mais shikigamis que mantiveram as suas habilidades, ou algumas delas, pois o facto de não terem um corpo "fixo" incapacita-os muito.
Kadmos - Então, há mais Shikigamis para além de Manta? Shikigamis com outros poderes? - Interrompeu ele.
Chyuri - É o que tenho estado a dizer... Mesmo assim, esses Shikigamis não obedecem a qualquer membro do clã, obedecem apenas...
Kadmos - ... obedecem apenas ao escolhido. - Completa a frase. - Já estava a prever algo assim. Mas como podem eles usar jutsus se não têm um corpo? Sem corpo não há chakra e sem chakra não há jutsus...
Chyuri - Ninguém te pode explicar isso com a certeza de estar certo. Nunca conseguimos chegar à resposta dessa pergunta, contudo sabemos que os jutsus que os Shikigamis fazem quando invocados depende muito da quantidade de chakra usada na invocação.
Kadmos - Entendi. Então o que é que isso tem a ver com o amuleto?
Chyuri - O amuleto é a chave para teres acesso à sua obediência. - Kadmos retira do bolso o colar e admira o símbolo. - Esse símbolo é o símbolo do clã Brisingr e os amuletos dos escolhidos, seja em que forma estiverem, colar, pulseira, tanto faz, são os únicos que permitem a alguém subjugar um destes Shikigamis.
Kadmos - Subjugar?
Chyuri - Sim. Para poderes convocar certo Shikigami deverás passar provas para tal, tal como te testei para saber se eras capaz ou não de usar a nossa Kuchiyose. Foi para isso que serviu a nossa primeira luta.

Por alguns momentos nenhum dos dois disse alguma coisa. Kadmos reflectia, tentando assimilar aquela informação. Resumindo, havia mais Shikigamis que ele poderia invocar além de Manta, mas para tal teria que passar testes para eles o reconhecerem como um "escolhido". Além disso, o colar que tinha na mão era o que ele precisava para alcançar tal objectivo, mas continuava uma pergunta a saltar na sua mente.

Kadmos - Então que significa o brilho castanho de um dos cristais do amuleto? Foi tudo muito rápido... De repente estava frio em cima da mesa de cabeceira e no momento a seguir brilhava e ganhava um calor confortável.

Chyuri acabava de beber um chá de uma caneca que tinha a seu lado e preparava-se para responder. Porém foi interrompida pela entrada de alguém na sala. Uma Ashante loira, mais bonita e mulher que da ultima vez que Kadmos ali estivera, apresentava-se na sala. Vestia um vestido largo de cor beje e um lenço serpenteava entre os braços e a parte de trás do pescoço. Cumprimentou ambos com uma vénia, à qual Kadmos esforçou-se por tirar o olhar do decote da rapariga, e que era acompanhada de um "Ohayo Gozaimasu".
Com um pequeno trocar de olhares, Chyuri deu permissão a Ashante para tirar a dúvida do rapaz.

Ashante - Os amuletos brilham em duas ocasiões, Kadmos-kun. Primeira, o "escolhido" detentor do amuleto passa a série de desafios para obter permissão de invocação de um dos Shikigamis e a segunda é quando um outro membro obtém a invocação de um Shikigami. Estás a perceber o que te estou a dizer? Eu já completei uma dessas provas. - Revelou ela.



Sob o calor do deserto, Miu vagueia pelas ruas de Sunagakure. Aproveitava o tempo livre antes de treinar com o seu aluno para fazer algumas compras. Passeava já com alguns sacos quando uma kunai rasga as asas de um dos sacos e um miúdo agarra as compras e corre para o meio da multidão. Sem hesitar ou gritar "Ladrão!!", Miu inicia uma corrida atrás do rapaz. Como a rua estava com tantas pessoas, ela mal conseguia ver o rasto do ladrão e por isso saltou para um telhado e do cimo via a rua. De lá, reparou num pequeno caminho que era aberto à força entre as pessoas e quem o começava era um rapaz de cabelo negro que se agarrava a um saco.
Com um Shunshin aproximou-se dele e assustou o gennin, este por sua vez num movimento rápido virou à sua esquerda e continuou a correr por uma rua lateral. Usando ambas as mãos, Miu fez um selo e uma segunda Miu aparecia numa nuvem de fumo.

Miu - Volta para a pensão com as compras depois disso estás dispensada. - Disse enquanto entregava o saco que lhe restava.

A perseguição continuava e os dois estavam já noutra rua. O gennin parecia correr pela sua vida, já lançara shurikens, kunais e até makabishis e parecia ter o seu stock de armas já esgotado. Já farta daquele jogo do gato e do rato, Miu faz alguns selos e da sua boca são lançadas várias bolas de água na direcção do gennin. Mesmo quando os projécteis de água estão a pouco mais de um metro, bolas de fogo colidem com eles e uma explosão de vapor ocorre. O nevoeiro que se formou fez Miu perder de vista o rapaz. Impaciente a jounnin fez uma corrente de vento com um jutsu fuuton e removeu o vapor para encontrar as suas compras espalhadas no chão, sem gennin e com um homem do outro lado da rua.

Homem - Desculpe-me, não reparei no seu Teppoudama e lancei o meu Housenka para parar o gennin. Eu ajudo-a a apanhar as coisas...
Miu - Não preciso de ajuda, nem precisei durante toda a tarde. Tinha a situação controlada e o gennin estava agora a levar nas orelhas se não fosse a sua "ajuda". - Já de joelhos começava a arrumar as compras dentro do que restava do saco.
Homem - Um gajo desvia-se do seu caminho para casa para ajudar e ainda leva com um agradecimento destes? Vida injusta a nossa...
Miu - Agradecimento, acho que andas com cera a mais nessas orelhas! Eu disse que só foste um empecilho! Só fizeste asneiras! - A partir daqui os seus olhares cheios de ódio repetiam a mesma frase mental - Quem é esta pessoa que tanto me apetece esganar?



Numa sala de pedra, Ashante, com o seu uniforme de luta e Kadmos preparavam-se para se enfrentar. A sala era uma cave, com quatro paredes de pedra maciça, as paredes laterais e a do fundo tinham três pequenas fontes que jorravam água para um circulo que percorria toda a sala. Dentro do círculo estavam os dois jovens e preparavam-se para a luta.
Chyuri, que estava numa espécie de cabine numa das paredes, deu o inicio ao combate. No mesmo momento, ambos os combatentes começavam a fazer selos a grande velocidade e o seu chakra era concentrado. Os nomes dos seus jutsus eram ditos em alto e bom som...

Bom Filler Kadmos-kun

Acho que a Miu já encontrou um noivo...

Aguardo o próximo

Bom filler e boa explicação sobre os Shikigamis. =)