Após um dia preenchido por um repouso preguiçoso, Miya juntava-se ao resto da equipa para a escolta nocturna. Era a segunda noite do festival da vila e finalmente "apetecia" ao Lord Koringa passear pela vila e apreciar as festividades.
Taka - Já sabem pessoal. Vocês os três irão mover-se pelas redondezas, deverão ter cuidado com possíveis ameaças à familia do Lord.
Seirei - Sim, sim... Nós já sabemos o que temos que fazer, mas o que vai fazer Taka-sensei?
Taka - Não se nota? - Deu uma volta sobre si, mostrando toda a beleza do seu kimono ornamentado. - O que acham? - Cada um dos gennins teceu vários elogios à rapariga, mas Nagatsu fora de longe o mais interessado. - A mulher do Lord ofereceu-mo para eu o poder usar enquanto ando com eles no meio da população. Enquanto vocês vigiam de longe, eu estarei com eles para os acompanhar pelo festival.
Acabada a explicação Miya levava Seirei de volta para a estalagem, argumentara que precisava de ajuda com adormecer Ten, deixando Nagatsu e Taka sozinhos à entrada. Permaneceram calados por alguns instantes, naquele silêncio que apenas o relógio da parede conseguia perturbar. Quando lhes pareceu que Miya e Seirei já não os conseguiriam ouvir, Nagatsu falou.
Nagatsu - Esse kimono... Fica-te muito bem.- Disse com uma pontinha de desafio. Chegou-se a Taka para lhe roubar um pequeno beijo.
Taka - Gostas? Eu também, mas não acho que faça o meu estilo.
Nagatsu - Eu acho que o podias usar mais vezes, faz-te sobressair os teus dotes... femininos. - A sua mão escorregava pelo tecido suave até ao rabo saliente da rapariga, apenas para ser mudado de sitio pela mão dela.
Taka - Talvez o use... - Um sorriso atrevido e pervertido surgia. - Tenho um namorado muito atrevido.
O som de uma porta a abrir-se alarmou o par de namorados, a familia do Lord, mais um pequeno conjunto de criados e criadas saía dos aposentos e começava a descer para a entrada do edificio. Num ápice o par descolou-se e voltou à sua postura ninja para os receber. Fizeram uma pequena vénia ao terem a familia Koringa à sua presença e após o resto da equipa voltar saíram para a rua. Mal a porta se abriu o trio de gennins avançou primeiro, analisou a vizinhança e dispersou-se com um shunshin de cada um. Só depois de três senbons atingirem o tapete da entrada da estalagem é que Taka declarou que poderiam continuar.
Tal como esperavam, a festa não os desapontou em divertimento, folia e alegria. Pelas ruas haviam várias barracas e malabaristas que entretinham todos os presentes. Todas as iluminações mostravam o esplendor que se escondia durante o dia, apenas para ofuscar a lua. No centro da vila ocorriam pequenos espectáculos, tal como Miria havia contado a Miya e que eram o alvo de grande parte da população. A curiosidade da mulher do Lord fê-los dirigirem-se para lá. Taka ia sempre disfarçada entre o pequeno grupo de serventes, enquanto o trio de gennins percorria os telhados e as copas das árvores que apareciam ao longo das ruas. Não havia nenhum sinal de ameaças, todos pareciam ter sido invadidos pelo espirito festivo.
Chegados à praça central, toda uma multidão apresentava-se a festejar ao som de uma simples banda. A música era contagiante, apenas feita por instrumentos de sopro e de percussão, inundava quase toda a vila e arredores com alegria e diversão. Ao chegar, o Lord e sua familia foram logo reencaminhados para um pequeno camarote numa torre improvisada. De lá a vista era das mais belas, via-se a forma como a vila tinha sido criada e crescera ao longo dos anos. Desde o palácio, no centro e topo de um pequeno monte na vila com várias iluminações nas suas muralhas e na frente deste até à perferia, toda a organização da vila mostrada pelas ruas que se dividiam como as raízes de uma planta milenar. Enquanto Taka ficava no conforto do camarote, os seus alunos penduravam-se nas sombras do palco vigiando... Após vários minutos de espera, Nagatsu mostrou interesse em alguém de entre tantos na multidão, alarmou Seirei e Miya e pediu-lhes que se preparassem.
Naoki - Oyasuminasai, Koringa-sama! - Um homem, alto e bem constituído aparecia de repente no topo da varanda do camarote.
Taka - Não te mexas! Identifica-te desde já. - Pusera-se entre o Lord e o visitante, empunhando um pequeno tanto na mão esquerda.
Naoki - Vejo que estão bem prevenidos. - Miya, Seirei e Nagatsu tinham aparecido mal Naoki aparecera na varanda. Cada um tinha uma kunai apontada a uma parte vital do corpo do estranho. Nagatsu encostava-a ao pescoço, Miya deixava uma kunai apontada ao coração e Seirei preparava-se para cortar os testículos do homem. - Sou Naoki, guarda da Daimyo Haruna. Haruna-sama pediu-me que chamasse Koringa-sama e a sua familia para a acompanhar durante o resto das festividades.
Taka analisou de alto a baixo o homem. Usava um fato negro que lhe cobria todo o corpo excepto a cabeça e nos braços usava umas protecções metálicas. Nas costas carregava duas pequenas espadas num estilo diferente do oriental, um conjunto de três barras metálicas perto da base da cintura e notavam-se duas pequenas facas escondidas nas canelas. O símbolo da Guarda Nacional encontrava-se gravado nas armaduras metálicas, dando a quase certeza do que ele dizia era verdade. Deu a sua opinião a Koringa que tomou a palavra e aceitou o pedido, acabando por combinar o encontro para a noite seguinte.
Naoki - Sendo assim, um resto de boa noite. - Numa explosão de flores o rapaz saía do local deixando pendurados os seus três opositores.
Após este pequeno imprevisto, a noite correra normalmente. A festa mantivera o mesmo ritmo e Koringa chegara mesmo a embriagar-se e misturar-se com o público, tudo para desespero dos seus protectores. Com meia hora de dança no corpo, este caíra no mundo dos sonhos e deixara-se levar pelo sono, acabando a noite de diversão. Com esforço entre o trio, levaram-no numa maca emprestada e na estalagem todos descansaram.
Desliguem a música anterior
Quatro da manhã - Perto da Muralha do Palácio.
A festa tinha já terminado e as iluminações apagadas a já um par de horas. Os únicos que restavam nas ruas eram os bêbedos e os guardas que rodeavam e protegiam as muralhas do Palácio da Daimyo. Eram agora horas da mudança de turno e os guardas substituídos voltavam todos juntos para dentro da secção dada para os aposentos da Guarda. Um deles ficava mais para trás, algo sozinho e distraído.
Uma kunai furava o ar à sua passagem e espetava-se na àrvore ao lado do homem. Alarmado o guarda retirava dos três tubos metálicos e juntava-os todos habilmente para formar um longo bastão. Outras kunais eram disparadas de vários lados, obrigando-o a desviar-se e defender-se rodando a sua arma. Nenhuma conseguira penetrar nas suas defesas acrobáticas e ele não encontrava o seu oponente. O ataque seguinte foi o disparo de vários Endans e pequenos Raikyuus, todos em simultâneo. Uma parede de água emergiu por meio de um ninjutsu do guarda que o defendeu dos ataques. O silêncio da noite prolongou-se, não sendo perturbado por nenhum passo em falso.
Guarda - Onde estás? - Gritou ele. - Aparece!
Ninguém respondeu à sua ordem, apenas uma coruja piou ao fundo de um ramo. Uma corrente de água saía com força e velocidade de uma posição totalmente diferente dos restos dos jutsus, sendo desviada pelo controlo do guarda sobre o elemento. Desprevenido pelo último jutsu, havia sido apanhado! Uma espada curta e afiada aparecia perante o seu pescoço. Além disso o que parecia ser um circulo adornado começava a ganhar uma cor escarlate no meio da relva que estava aos seus pés.
Desconhecido - Preparaste tudo? - A voz roca e gasta de um homem sussurou ao ouvido do guarda.
Guarda - Porque teimas em fazer isto sempre que vens conferir as coisas? - Desabafou enquanto retirava a máscara de protecção. Mostrava uma grande tufa de cabelo acinzentado e o resto da cara tapado por um lenço vermelho.
Desconhecido - Cada maluco com as suas manias. Trataste de tudo ou não?
Guarda - Ainda não. Falta um último detalhe. - Respondeu. Punha a sua máscara de novo.
Desconhecido - Atrasado como sempre...
Guarda - Temos tempo. Agora tenho de ir! Daqui a pouco os restantes notam a minha falta.
O seu parceiro não respondeu... Voltava a estar ali sozinho no meio do mato. O círculo que ganhara uma cor cada vez mais forte activara-se e de lá uma torre de pedra emergiu repentinamente.
Guarda - Baka! - Disse aparecendo alguns metros à frente.