O dia acabava com o sol a camuflar-se atrás de umas montanhas, deixando a vila às escuras assim que o último brilho do dia se escondeu. Enquanto isso um grupo de três homens suspeitos reunia-se num beco escuro camuflados com os seus capuzes e fatos pretos. Com vozes roucas discutiam o plano para aquela noite, e penúltima noite de festival aquela em que seriam lançados fogos de artificio.
“Ora bem, tu vais usar o henge para te mascarares igual à pita.”, ordenou o homem carrancudo com uma ligeira marreca nas costas.
“E eu, chefe?”, perguntou o mais baixo.
“Bem, tu vais usar o henge e transforma-te no rapaz mais pequeno, pelo que percebi ele é do clã Nara.”
“Hai.”, disse prontamente.
“E o chefe, vai fazer o quê?”
“Vou aproveitar a minha posição não guarda para colocar todos os outros sobre o efeito de um genjutsu e virá-los contra a Daymio.”
“Boa, boa.”
“Vá vamos lá, assim que o festival começar a rebentar façam o que têm a fazer sem matarem a mulher, apenas queremos por as culpas neles.”
***
Enquanto isso Seirei, Miya, Nagatsu e Taka mantinham as posições dos dias anteriores. Os três gennins vagueavam pelos telhados disfraçados atentos a qualquer perigo enquanto Taka se fazia acompanhar pelo Lord e a sua família fazendo-se de amiga para os observadores. Eram cerca de dez horas da noite quando flashes de vermelhos, verdes, amarelos e azuis começavam a iluminar os céus escuros da vila. O fogo de artificio tinha começado, assim como o terrível plano.
Na porta do palácio da Daymio encontravam-se os falsos Miya e Seirei, essa porta era guardada pelo cúmplice dos falsos gennins e por um outro guarda bem apetrechado com armas.
“O que querem vocês?”, perguntou o cúmplice.
“Queremos entregar um presente à Daymio Haruna, para mostrar a nossa gratidão.”
“E que presente é esse?”, perguntou o outro guarda.
“Apenas um ramo de flores que fiz esta tarde.”, disse a falsa rapariga retirando o presente das costas.
Quando o guarda se aproximou do ramo de flores, o cúmplice dos dois nukenins que usavam o Henge no jutsu cortou-lhe a garganta fazendo um fio de sangue que preencheu a roupa da falsa Miya de tons de vermelho. Este voltou a usar o Henge para limpar a roupa. Enquanto isso uma sombra no tecto via tudo o que se passava mantendo-se calada.
O chefe entrou no salão onde a Daymio jantava e interrompendo o jantar da mulher fez uma vénia saudosa.
“Haruna-sama, estão aqui dois pequenos ninjas encarregues de proteger o Lord Koringa, dizem que trazem um presente para si, um ramo de flores, majestade.”
“Que simpáticos, diz-lhes para entrar.”, sorriu Haruna.
Os dois gennins falsos entraram a correr e deram uma pancada na nuca do seu chefe, depois disse dirigiram-se para Haruna com a intenção de a matar. Assim que esta percebeu o sucedido saiu da mesa e começou a gritar tentando fugir pela sala. Rapidamente alcançaram a mulher e com cordas de nylon ataram-na. Colocaram-na nas costas e preparavam-se para fugir quando o chefe disfarçado de guarda normal fingiu recuperar os sentidos e então chutou-os aos dois por uma janela deixando a mulher estendida no chão.
“Eles tentaram-me matar.”, gritava Haruno meia confundida e aterrorizada com tudo aquilo que aconteceram num flash.
“Não se preocupe Haruna-sama, eles já não estão cá.”
“Por favor guarda, amanhã trata de os expulsar da minha vila, por favor.”
“Claro sua majestade, faço isso logo de manhã.”, pausa. “Não se preocupe eu vou protege-la.”
***
A luz rompia pela janela da estalagem, embatia mesmo na face esquerda de Seirei. O rapaz do clã Nara acabou por acordar meio sonolento. Foi então que se levantou olhando para o colega Nagatsu que ainda dormia profundamente. “Este cromo ressona que nem um porco.”, comentou ao passar por Nagatsu enquanto caminhava para vestir a sua roupa.
No outro lado da estalagem estavam Miya e Taka, que como Nagatsu dormiam ainda. Três homens encaminhavam-se com passos brutos e bem sonoros pelo interior da estalagem, cada um com destino diferente. Ouviram-se três portas a quebrarem como que se fossem forçadas a abrir com um pontapé. Foi então que os homens, agora separados irrompiam pelos quartos. Foi então que os três que ainda dormiam foram acordados com brusquidão e Seirei que acabava de se vestir deu um salto. Os homens amarraram-nos e levaram-nos para fora da estalagem deixando tudo o resto para trás. Foram colocados dentro de uma carroça como se fossem cadáveres a ser atirados para uma vala comum. Ao fim de algumas horas a andar a carroça parou. Os três homens deixaram-nos ali e disseram:
“A tentativa de assassinato ontem à Daymio não correu como esperavam e para proteger-mos a majestade temos de vos expulsar, seus bandidos.”
“Dêem-se por sortudos, eu queria-vos estripar mas a Daymio Haruna é muito bondosa.”