Depois da missão com Eru, descansou durante alguns dias. Ao terceiro dirigiu-se ao campo de treinos, fora da vila.Ao longe ouviu uma voz tão sua conhecida.
- Sugoi onii-san! – exclamou Daitsu tentando copiar os movimentos do irmão.
Enquanto isso, Selim observava-os e aos movimentos que faziam sincronizados. No momento seguinte Eru soltou um enorme relâmpago da palma da mão, enquanto Daitsu se esforçava em vão para obter resultados. Selim juntou-se-lhes.
- Que raio estão vocês a fazer?
- Estou a tentar ensinar o meu irmão um jutsu Raiton, mas ele é péssimo.
- Talvez seja cedo para ele aprender.
- Já lhe expliquei tudo, desde a natureza do chakra até aos selos. Tem de ser inconstante, mas não explosivo. Mas ele ainda não o apa…
Calou-se ao ver como Selim fechava os olhos e concentrava chakra na mão. Já sentira aquela sensação, o choque, a energia em movimento, electricidade, tão diferente da sensação fluida da água a que estava habituado. E contudo, sentia-a a pulsar. Abriu a mão, de onde disparou um ainda muito imperfeito sabre de trovão, que ribombou no oásis.
Sem aviso algum, o pé de Eru dirigiu-se à cara de Selim, que foi atirado ao chão, rebolando na areia, mas aceitando o desafio. Saltou, impetuoso, já de faca na mão, aproximando-se de Eru num ágil shunshin e tentando atingi-lo. O rapaz baixou-se sem dificuldade e espetou o seu braço em Selim, que sentiu a estática na barriga, enquanto um pequeno relâmpago saía da mão de Eru e o electrocutava. Deu dois mortais à retaguarda, embora o seu corpo demorasse a obedecer, como paralisado. Eru aproximou-se correndo, de espada na mão. Selim, juntou as mãos nalguns movimentos rápidos, moldando uma esfera de chakra. Viu a katana dirigir-se ao seu braço, caindo segundos depois num espasmo de dor. Aproveitou a oportunidade e socou Eru com quanta força tinha, afastando-o. Com um shunshin afastou-se também, iniciando nova sequência de selos.
Agarrou numa faca a projectou a sua vontade de assassinar para ela, deixando o chakra fluir, arremessando-a contra Eru, em seguida.
- Achas que me vais apanhar assim? – perguntou enquanto o seu clone desaparecia numa nuvem de fumo.
Espetou a katana no chão e fez alguns selos, mas cometeu um pequeno erro. Olhou para Selim. Este, mostrou-lhe as palmas das mãos, e do chão surgiram cordas que prenderam as mãos de Eru.
O rapaz quebrou a ilusão, mesmo a tempo de bloquear uma foice que Selim atirara. Saltou alto e disparou alguns corvos d electricidade que voaram para Selim, que se desfez em pétalas, surgindo num turbilhão alguns metros à frente.
Selim correu para o lago próximo, concentrando chakra nos pés para se manter à tona da água.
- Baka.
Eru retirou duma segunda katana e saltou alto concentrando raios entre das duas. Selim fez também selos rapidamente, disparando uma torrente de água para o seu inimigo que ficou molhado. O verdadeiro Selim encontrava-se ao lado do lago, concentrando chakra na mão. Disparou por fim um poderoso sabre de trovão contra o mizu bunshin, cuja torrente de água estava em contacto com Eru, atingindo-o assim com uma poderosa descarga eléctrica.
O rapaz caiu, quase que paralisado, tentando arrastar-se penosamente para longe da areia.
- Acabou – declarou Selim solenemente enquanto fazia selos.
Uma enorme esfera flamejante descia assim dos céus, ameaçando incinerá-los a ambos. Eru levantou-se com a pouca mobilidade que ainda tinha, espetando uma faca na perna, acordando-o da ilusão.
O rapaz de cabelo claro apareceu ao seu lado com um shunshin, tentando atingi-lo com o cabo da foice, que Eru bloqueou e agarrou, acertando-lhe com o próprio bastão, desorientando-o.
- Sai daqui! – enxotou-o ele com um pontapé.
O seu companheiro desfez-se em pétalas, surgindo com brusquidão no ar, soprando um pouco de areia, que embebera em chakra. Esta converteu-se em pétalas coloridas, que transportaram Eru para locais diferentes, mas de Selim não havia rasto.
Sentiu de repente uma dor, Selim erguia-o no ar com milhentas serpentes, por uma manga.
- Acabou – declarou sorrindo.
Eru fechou os olhos como resignado. Selim ia a baixá-lo lentamente, quando sentiu uma oscilação nas serpentes. Olhou para cima e viu o corpo do seu companheiro brilhar, coberto de pura electricidade, que se transmitiu ao longo das serpentes e consequentemente para Selim, que caiu redondo, paralisado. O seu inimigo ergueu-se, livre das serpentes, preparando o golpe final.
- Warida.
E com isto espetou a espada no chão. Mas Selim tinha desaparecido, da vista e do pensamento.
Raízes começaram a brotar da terra, agarrando-se como lapas ao corpo de Eru, que se imobilizou por completo. Selim surgiu na árvore por cima dele, socando-o com força na nuca. O rapaz caiu da árvore e Selim sobre ele. Com a ajuda de Daitsu dirigiram-se os três a Suna. Junto do portão, Daitsu murmurou:
- O próximo, sou eu.