Um céu cinzento havia rasgado sobre a pacata Vila de Konoha, parecendo adivinhar que algo de errado se iria passar nesse dia escuro.
Fora dos portões da Vila de Konoha uma batalha psicológica desencadeava-se.
- Pára! Que pensas conseguir com isso? – Diz um membro da ANBU, observando um homem que tinha um bebé num dos braços, segurando-o pelos colarinhos da sua camisa axadrezada azul e branca.
- Paz… Paz interna, sossego. Penso conseguir tudo aquilo que todos querem e ninguém que anda nesta vida tem coragem para concretizar. – Responde o homem, que para além do bebé, segurava uma Kunai também.
- E esta é a tua maneira de encontrar paz? Vais conseguir paz com guerra? Com sangue? Com o sangue da tua própria família? Com o sangue do teu próprio filho? – Interroga-o o membro da Anbu.
- Não sou um monstro. O meu filho é só para garantir que ninguém me impede de fugir desta vila. Só se me tentarem interromper é que farei mal ao meu próprio filho. – Responde novamente o homem.
Entretanto mais quatro membros da Anbu, incluindo um general, chegam ao local onde estava o indivíduo com um bebé.
- Yasubu Horochi, larga o teu filho, ou teremos que te magoar! – Grita o general da ANBU.
- Se me magoares eu magoa o Konkoro e aí mais sangue será derramado nesta vila, de um modo desnecessário.
A equipa da ANBU sentia-se encostada à parede… Avançariam? Deixariam Yasubu tornar-se um Nukenin e ficar a olhar, simplesmente? Nem eles sabiam… Tinham medo de magoar o bebé.
Yasubu atira o seu filho bebé ao ar, verticalmente, parecendo que o ia deixar cair, provocando a morte ao frágil bebé.
Konkoro já estava perto de encontrar o chão, quando alguém, a uma velocidade tremenda, o agarrou, impedindo a sua morte.
O sujeito estava de costas para a equipa da ANBU, o que tornou uma pergunta necessária:
- Quem és? – Gritou o general da ANBU.
- Calma, senhor general, sou eu, Osobi Horochi, o irmão do Konkoro. – Disse, sorrindo.
- Que valente susto que nos pregaste… - Suspirou um dos membros da ANBU.
- Pai, que estavas a fazer? Ias deixar o meu irmão cair? Tu estás parvo? – Resmungou o filho para o pai, muito zangado.
- Osobi, eu não quero que ele seja meu filho, não quero esta família para nada… Nada me liga a esta vila, vocês só trazem complicações para os meus objectivos, em vez de serem parte deles…
- Pai, não sabia que te sentias assim…
- Pois, mas sinto. A tua mãe está acamada, tu já és um Jounin, o teu irmão já vi que está bem entregue a ti, portanto já não pertenço a este sítio, nunca pertenci, mas tinha a obrigação de vos criar. – Confessou Yasubu, cabisbaixo.
- Mas isto não é resposta para ninguém, abandonares a tua família não mostra que te queres libertar, mostra apenas a tua cobardia…
- Mas é a única maneira de me libertar de todos vocês… É a única maneira de vos tirar da minha vida e finalmente ser eu, viver para mim.
- E tu achas que eu gosto desta família? Que gosto de ter de acordar de madrugada para tratar da minha mãe, para que ela não morra durante a noite? Que gosto de mudar fraldas ao meu irmão, em vez de treinar? Também não gosto… Se queres fugir, fujo contigo! – Disse Osobi.
- Nem penses, tu tens de cuidar da nossa família, de ser o homem da casa. – Argumentou o pai.
- Não pareço a pessoa apropriada para isso… Quero viver a minha vida, ser um ninja forte, viver comigo mesmo e aspirar a grandes objectivos.
- Então parece que não tenho nenhum outro remédio a não ser impedir-te. – Respondeu o pai à teimosia do filho.
Yasubu tirou a sua Kunai do bolso e começou a disferir golpes a Osobi, que se defendia como podia, com uma Shuriken.
Yasubu lançou uma Kunai na direcção do filho e poucos segundos depois começou a fazer uns selos.
- Katon: Gokakyu no Jutsu! – Gritou o pai.
A Kunai envolveu-se naquele fogo e Osobi pareceu ser afectado por tudo aquilo, porém ele conseguiu desviar-se, com o seu Doton: Shinju Zanshu no Jutsu, conseguindo mergulhar o seu pai na terra, deixando-lhe a cabeça de fora.
- Já estás velho para isto! – Diz o filho, ofegando, depois do esforço que havia concretizado.
- Pois, é o que parece, até um pirralho como tu já me derrota… - Confessou o Yasubu.
- Boa Osobi , já temos o teu pai, agora podes descansar que nós tomamos conta dele! – Disse o general da ANBU.
- Peguem o meu irmão, em primeiro lugar! – Exclamou Osobi, atirando o bebé.
A Anbu apanhou o bebé e nada mais pode fazer, devido à velocidade de Yasubu.
- Pai, és um fraco física e psicologicamente… Abandonar a nossa família e ainda acusar-nos da tua falta de responsabilidade… Não mereces a vida! – Dito isto, Osobi deu um pontapé tremendo na testa de Yasubu, partindo-lhe o pescoço.
- Osobi, que fizeste? – Diz um dos membros da ANBU em choque.
- Ele não merecia viver… - Suspira Osobi.
O cadáver de Yasubu Horochi estava ali enterrado, naquele descampado rodeado de árvores, que pareciam suspirar aos sete ventos.
Osobi começa a fugir do local, na direcção oposta à da vila, dando a sensação que ia fugir. Um dos membros da ANBU tenta apanhá-lo, mas o general pára-o.
- Não faças isso… Foi a escolha dele, um dia apanhá-lo-emos, mas agora temos de tratar do bebé e do homem, que pode ainda não estar morto. – Diz o general, ainda com o braço estendido para parar o outro individuo.
Depois de inspeccionado o corpo, puderam confirmar que Yasubu estava morto, como suspeitavam, portanto apenas o transportaram até à morgue, para que lhe fizessem a autópsia.
E assim um dia cinzento acaba em Konoha, com a perda de 2 grandes ninjas da vila.