Treino 2: Uma pequena luta
Na hora de voltar ao treino, Riri, decidiu que era melhor ir buscar mais uma camisola, apesar de ter a certeza que o treino em cima do lago já tinha terminado.
Quando iam a meio do trilho gasto e húmido, Masaki parou e olhou em volta.
- É aqui. Podemos parar Daiki.
- É aqui que vai ser a segunda parte do meu treino? – A rapariga estava confusa, não percebia o que poderiam fazer no meio de uma estrada rodeada por umas quantas árvores.
- É sim. Vamos treinar kenjutsu e esta é a minha parte. – Masaki olhou em redor de novo. Ouviram-se uns pássaros a esvoaçar e depois ele começou a caminhar em direcção às árvores que os rodeavam. Colocou seis rectângulos de pano que tinham, no centro, um círculo vermelho desenhado com diâmetro aproximado de 25 centímetros, em seis árvores. Com os alvos posicionados de modo que se vissem do centro do circulo formado pelas árvores. Os primeiros alvos estavam de acordo com a altura de Riri. Depois colocou mais seis alvos em cada uma das mesmas árvores, mas desta vez a altura dos alvos era o triplo dos anteriores e ainda colocou mais uma rodada de alvos com o dobro da altura dos segundos. Todos os alvos foram presos com uma kunai, na extremidade superior. - O objectivo é acertares no centro dos alvos com as kunais. Primeiro nos de cima e depois nos de baixo. Quero que faças isso o mais depressa que conseguires. Numa luta, é algo crucial.
Dadas as instruções, a jovem ninja dirigiu-se para o centro das árvores que formavam o círculo, empenhando duas kunais em cada mão.
- Preparada? Começa!
Às ordens de Masaki, Riri, flectiu as pernas e impulsionou-se para cima. Saltou o mais alto que conseguiu, passando alguns centímetros acima dos alvos da segunda fila. “Para chegar lá a cima tenho que me apoiar as kunais… E a maneira mais rápida de acertar nos alvos é se rodar sobre mim mesma ao mesmo tempo que lanço estas kunais e depois ser rápida o suficiente para tirar mais quatro, assim os últimos já estão e depois é só fazer o mesmo para os outros!”, com isto ela voltou a saltar mas desta vez com vista para a kunai que prendia um alvo da primeira fila. Mal pousou o pé sentiu a kunai a deslizar e voltou a saltar, desta vez para a kunai que segurava um alvo da segunda fila, da árvore da frente. Desta vez soube que mal pousasse o pé tinha que voltar a saltar para o cabo da kunai que segurava um dos alvos que compunha a última fila. Depois disso e num último impulso, direccionou-se para o centro e começou a disparar as kunais. Duas kunais não atingiram os alvos da terceira fila e ela teve que ser rápida a mandar mais, sabia que não se podia demorar ou não iria ter tempo para disparar contra todos os alvos. Quando acabou a última fila, tirou da bolsa mais três kunais para cada mão e girou sobre si mesma, como havia planeado no inicio. Desta vez apenas falhou um, que em vez de atingir a segunda fila, atingiu a primeira e mesmo assim não acertou na segunda tentativa. Já estava muito perto do chão quando empenhou mais três armas em cada mão para mirar aos últimos alvos. Destes últimos não falhou nenhum, dada a pouca distância do chão.
Quando Riri acabou, Masaki foi buscar os alvos que estavam nas árvores.
- Vês? De dezoito apenas acertas-te nove… Apesar dos que falhaste não terem sido muito longe do círculo vermelho. Mesmo assim ainda há muito para melhorar. Por isso vais repetir mais uma vez.
Masaki voltou a colocar os alvos nos respectivos lugares e Riri também voltou para o centro das árvores. Desta vez, quando pousou o pé no cabo duma kunai da última fila, saltou para a árvore que estava à sua frente e, ao concentrar aproximadamente a mesma quantidade de chakra nos pés, conseguiu dar três passadas, verticalmente, pelo tronco da árvore e assim conseguir uma altura mais elevada, mais tempo e concentração para acertar nos alvos.
Repetiu o plano inicial, mas agora estava mais concentrada para mirar bem os alvos. Apercebeu-se que falhara alguns do centro, mas tinha a certeza que a fila mais próxima do chão tinha kunais no centro vermelho.
- Bem, está melhor, mas ainda há muito para trabalhar no kenjutsu. – Masaki comentava o treino de kenjutsu de Riri enquanto olhava para as árvores. – Agora já acertas-te treze e quase todos mais ou menos no meio do alvo.
Como os irmãos se encaminharam de volta ao trilho, ela seguiu-os. Entre o lago e a floresta havia uma faixa de descampado que o percorria por toda a volta. Esse espaço era suficientemente grande para se treinar, por isso, supôs que fosse aí a continuação do treino. E acertara, fora mesmo naquele espaço que os irmãos se preparavam para a nova parte do treino.
- Agora vamos fazer uma pequena luta, amigável claro, mas queremos que dês o teu melhor. – Quando Daiki acabou de dizer isto, o irmão chegou-se à frente.
- Bom, e parece que é comigo que vais lutar. – Disse Masaki com um sorriso nos lábios. – A luta é amigável, mas não te vou facilitar as coisas!
- Nem eu queria isso! – Agora, Riri, estava mesmo empolgada com a luta que se iria seguir.
- A luta vai ser neste pequeno descampado, podem ir até às árvores, mas não se podem emaranhar na floresta. Podem ir até ao lago, mas não para o meio dele. – Daiki ditava as regras e nenhum dos dois que iam lutar não as ousavam questionar. – Agora fiquem a uma distância de 3 metros. Comecem!
A rapariga colocou-se logo na posição defensiva, era o máximo que podia fazer antes de planear o ataque. “Se eu começar com o Magen: Narakumi no Jutsu ganho tempo para arranjar uma maneira de o atacar usando o elemento surpresa! Mas este genjutsu tem que ser mesmo bem feito… Tenho-o bem treinado, de certeza que surtirá algum efeito!”, fora o melhor plano que ela tinha arranjado e sabia que o irmão queria que ela começasse. Respirou fundo e realizou o conjunto de selos necessários do jutsu. Quando acabou, o olhar do irmão parecia turvo, ela sabia que devia estar a ver um conjunto de folhas começou a rodopiar em volta dele, o que significava que estava a funcionar.
“Que sensação estranha… folhas… é um genjutsu, só pode ser...”, o olhar opaco de Masaki começava-se a notar mais. “O que é isto? As imagens aparecem turvas… parece… uma casa a arder… a nossa casa! Onde é que está toda a gente? Já fugiram? Continuam lá dentro? Está tudo tão difuso…”
Enquanto o irmão estava meio abalado, concentrou chakra no punho direito e, mesmo antes do Chakra Punchi acertar na barriga no irmão, quebrou o seu anterior genjutsu.
- Ai! – Masaki soltava um pequeno grito de dor enquanto era arrastado três metros pelo chão. – Apanhaste-me desprevenido, estás a melhorar.
Mas o que Riri não queria agora eram conversas com o intuito de a fazer desleixar, por isso limitou-se a esboçar um pequeno sorriso.
O irmão percebeu que ela já não caia naquele pequeno e também se deixou de pequenas conversas. Resolve tirar oito kunais da sua bolsa. “Espero que ela defenda isto…”, era o pensamento de Masaki enquanto atirava as kunais na direcção da irmã, esperando que ela as soubesse defender.
Mal Riri percebeu o que o irmão ia fazer, veio-lhe logo á memória utilizar o Fuuton: Toppa para se defender das kunais. Mal ele disparou as kunais, ela realizou os selos do jutsu e uma explosão de vento se fez sentir naquela região, contrariando a força das armas que iam na sua direcção. Desta vez Masaki teve que se defender do próprio ataque.
Enquanto ele se defendia, ela correu para o lado da floresta e concentrou chakra nos pés de modo a conseguir subir a uma árvore. Subiu apenas cinco metros, o suficiente para tentar atingir o irmão com quatro kunais vindas de cima. Quando Masaki se apercebeu do ataque as kunais já estavam a vir na sua direcção, sem se quer pensar muito, usou o Hari Jizō e o seu corpo começou a ficar parecido a um porco-espinho. Quando as kunais o atingiram fizeram lembrar palitos contra uma pedra. Mas rapidamente voltou ao normal.
Com este ultimo ataque, Daiki, deu a luta por terminada.
- Já? – Perguntou a irmã desiludida.
- Sim, é tudo por hoje. Mas digo-te já que estás a mostrar progressos, até mesmo neste pequeno treino. – Com estas palavras a desilusão de Riri desapareceu, ficando apenas orgulho por si própria.
- Está bem… Mas o próximo tem que ser maior!
- Claro!
O sol já ia baixo quando os três irmãos voltaram ao gasto trilho que os iria conduzir a casa.