- Eu fiz o que me foi assinalado – afastou-me com um empurrão – a minha ordem era ultrapassar a fronteira sem que fosse vista. Estes viram-me, tive que acabar com eles – a sua voz era fria apesar da sua aparência. Retirava a katana do peito daquele shinobi, e sacudiu o sangue onde esta estava embebida, colocando-a de seguida na bainha.
– Eles ter-me-iam morto também.
Estávamos perto da fronteira do País do Fogo com o País do Rio, portanto tínhamos que nos manter alerta para qualquer coisa mais anormal. Akane sacou novamente do mapa que Loki lhes tinha dado e colocou no chão. Os três ajoelharam-se e colocaram-se em frente ao mapa, a olhá-lo de cima.
- Antes de tudo… eu sei que já sabem o meu nome mas, eu sou a Harumi – não reagi tão bem como ela esperava. Desviei o olhar para o mapa e calei-me. Akane fez-lhe uma ligeiríssima vénia e olhou para o mapa também – bem… a nossa missão… é escoltar o Lorde Feudal do País do Fogo para um Templo que está sob vigilância de uma das mais antigas ordens ninja.
- O Lorde Feudal? – interroguei – Porquê, ele não está em segurança?
- Pelos vistos, não parece aos Kages suficiente… - disse Akane. Harumi pegou num pequeno lápis que tinha num dos bolsos e fez um pequeno ponto no mapa.
- Temos que ir até aqui para nos darem mais informações, sobre um outro posto… e assim sucessivamente até nos darem a exacta localização do Senhor Feudal. Isto tudo para não passar mais do que um esquadrão por lá… Prontos? – acenamos ambos com a cabeça e após isso, a rapariga desapareceu. Nós seguimo-la.
Durante quase uma hora prosseguimos por entre os densos ramos daquelas enormes árvores da floresta do País do Fogo até encontrarmos finalmente o primeiro posto. Era um posto amplamente guardado e com dois shinobis que aguardavam a nossa chegada. Mal nos viram acenaram e nós fomos em direcção a eles, sempre alerta a ver se era uma emboscada.
- Podem vir… - disse um rapaz com os olhos brancos, envoltos em veias salientes. Eu estava um bocado relutante em relação a tudo aquilo, mas nada fizeram senão mostrar outro mapa com mais um ponto.
- Bem, têm que seguir sem parar até ali… - um shinobi de cabelos avermelhados falava para nós como se nos conhecesse desde pequenos. Não é que fossemos muito velhos, mas pronto – Se vacilarem em relação ao vosso objectivo, podem ser atacados, e neste momento o que menos precisamos é de baixas.
- “Oh, que bom que é saber que não interessa quem somos mas sim que somos meros shinobi” – pensei enquanto me ia afastando para a floresta, em direcção ao próximo ponto. As duas raparigas seguiram-me. Prosseguimos durante mais ou menos quarenta e cinco minutos sem dizer uma palavra, até que Akane decidiu quebrar o raio do silêncio.
- Porquê nós?
- Porquê nós o quê? – disse com um leve sorriso. Já sabia o porquê, mas pela cara de Harumi, esta não sabia, mas também não queria perguntar.
- Porquê que fomos nós os escolhidos para levar o Lorde Feudal? – a questão da rapariga de cabelos vermelhos ficou no ar, pelo menos até chegarmos ao templo. Passamos por mais alguns postos de segurança e o processo do primeiro repetiu-se, até chegarmos a uma espécie de pequeno palácio onde quase uma centena de homens estavam atentos e vigilantes.
- Parem aí! – um deles apareceu subitamente à nossa frente. Todos ficamos surpreendidos com a rapidez do rapaz – Quem são vocês?!
- Uchiha Hayato! – disse eu entusiasmado, com uma mão no ar – shinobi de Konohagakure!
- Eu sou Uchiha Akane… e esta é a Harumi, de Suna.
- Muito bem, então são os mandados para…? – questionou ele, numa espécie de teste.
- Não está claro? – disse Harumi – para escoltar o Lorde Feudal! – o homem sorriu e aproximou-se de nós.
- Esta missão é uma das missões mais secretas que já alguma vez se fez… ninguém sabe a localização deste templo, e quem aqui veio, nunca mais saiu… pelo menos até o Lorde ficar em segurança. Bem, acompanhem-me… - abriu duas grandes portas apenas com as suas mãos e entrou para o palacete. Nós seguimo-lo, sem hesitar. Entramos por entre uma sala não muito grande, mas o suficiente para a pessoa que era a “proprietária” de todo o País do Fogo tivesse as suas regalias.
- Daimyo-sama – disse o rapaz colocando-se sobre um joelho. Eu e Akane fizemos o mesmo, mas Harumi, arrogante, nada fez.
- Harumi… - sussurrou Akane – baixa-te! – disse fazendo um gesto com a mão. A shinobi de Suna soltou uma pequena gargalhada.
- Eu não tenho nada que me baixar, de mostrar respeito… por alma de quem é que o faria? – eu estava-me a conter, eu juro que estava a tentar. Instantaneamente me levantei e lhe dei um potente soco que a fez cair redonda no chão. Desloquei-me para ela e agarrei-a pelos colarinhos.
- Lá por seres a Chuunin com a maior taxa de sucesso nas missões… com as melhores qualificações em todos os exames e testes que fizeste… não te admito, eu que sou múltiplas vezes o pior, que faltes ao respeito ao Lorde Feudal do País do Fogo – a rapariga olhou-me como se de chamas os seus olhos fossem feitos e deu-me um valente empurrão, sacando de uma kunai de seguida.
- Chega! – levantou-se o Lorde – não interessa quem vocês são, interessa que são shinobis do mundo. Têm as vossas funções, e esta por acaso é proteger-me numa caminhada minha. Bem, vamos?
- Hai – respondemos os dois, eu e Akane, com grande convicção, ao contrário de Harumi que, ao olhar de relance para mim, soltou uma palavra seca e insossa.