O nascer de um novo Sol dera-se no primeiro dia pós-graduação académica. Revelava-se como sendo o dia em que Ohan abria as asas ao mundo exterior; era, talvez, um dos dias mais importantes da vida da sua vidinha.
No dia anterior, tinha descoberto a que grupo iria pertencer. Não estava de todo desiludido; poderia ter sido muito pior. Ficara com uma rapariga um pouco sinistra e um rapaz que tinha a ideia de que era engraçado. Mas não ficou com os mais trouxas da academia, o que nem é mau de todo.
Acordara muito feliz. Estava fresco e não deixava de sorrir. O coração batia tão forte quanto o vento outonal no velho carvalho. Estava demasiado ansioso para começar jornadas e conhecer quem é o seu mestre quem são realmente os seus novos companheiros.
Arranjara-se e saudara toda a gente do clã que vira. Alguns até ficavam um pouco impressionados ao ver tal boa disposição num dia que nem estava grande coisa.
Caminhara a passos largos até à academia. Sorria, mostrando a toda a gente a sua fita que lhe fazia representar a sua vila, a viva e cheia de magia Vila da Folha. Na academia entravam e saiam pessoas (umas mais felizes que as outras). Era difícil de imaginar a razão de tantos saírem tristes.
O comprido corredor do primeiro andar deixava Ohan com um certo sentimento de nostalgia e uma lágrima no olho; que água salgada do mar? Esta vinha directamente do coração dum pássaro que se via a aprender a voar. Ao longo dele havia várias portas numeradas. Estava combinado encontrar-se com a equipa na sala 3, por volta das nove horas. Entrara na sala, agora um pouco nervoso ao invés de ansioso, e apressou-se a sentar. Ninguém tinha chegado até ao momento, mas não demorou muito até chegar a segunda pessoa.
Era uma rapariga que reconheceu imediatamente, era Yui. Vestia uma espécie de quimono de cor tinto, embelezado com flores negras. O seu cabelo não era tão negro quanto o de Ohan, nem tão macio. Mesmo assim, é bonito. Os seus olhos marcam um tom escuro de cinzento. A sua pele é clara. Usa maquilhagem nos olhos e lábios. Podia parecer misteriosa e obscura mas Ohan, pessoalmente, achava-a bonita.
Mais tarde, apareceu Yūji, o seu outro novo colega. Um rapaz louro de olho azul. Veste roupas pretas e têm um gosto especial por ataques físicos. Era, a ver de Ohan, irritante.
E às nove em ponto apareceu o novo mestre. Ohan ficou surpreendido ao vê-lo.
Na realidade, era uma mestra. Iria saber posteriormente que se chama Luna. Era magra, média estatura. Tinha um andar bastante elegante. Usava uns calções pretos. Vestia roupas de tons vermelhos e rosas. Nas suas mãos, luvas para defender a mão enquanto soqueava. Mas a sua cara era marcante.
Ao entrar, andara em frente. Consegui ver perfeitamente o seu lado esquerdo da cara. Tinha olhos azuis e a pele clara. O seu cabelo castanho-claro era comprido e parecia macio. Era liso no topo mas tinha alguma ondulação depois de escorrer da cabeça de Luna. Mas virou-se para nós, sentados. O seu olho direito apresentava uma marca negra. Ohan admitiria que lhe assustava um pouco se lhe perguntassem. Uma cara que parecia bastante simpática tornou-se um pouco temida. Era bastante … qual seria mesmo o termo? Diferente, sim, acho que se pode dizer “diferente”.
- Isto é mais ou menos assim: vocês voltam para a academia se forem fracos. São fracos? Adeus, fim da história. – Declarou agressivamente.
- Nós somos fortes. Em certo ponto. – Disse Yui, com uma gota de sarcasmo a querer sair-lhe da boca.
- Provem-me. Campo de Treinos número 6, dentro de dez minutos. – Afirmou Luna.