Citação :

Nota: Repitam as OST se precisarem, algumas são muito pequenas. Espero que gostem.

Naquela noite alguém corria desesperadamente pela floresta, alguém que fugia.

https://www.youtube.com/watch?v=HtN0qt8y0sw&feature=related

A noite era apenas um manto negro, não haviam estrelas, não havia a luz azulada que o céu costumava conceber àqueles que sentiam a solidão todas as noites. Havia apenas a lua, como corpo celestial mestre, que rutilava com bravura, formando uma auréola de prata à sua volta. Havia também o corpo assustado de alguém que se movia rapidamente pela floresta, pelo meio das árvores, esburacando os caminhos. A sua respiração, se fosse um pouco mais alta, ouvir-se-ia até nas paredes das casas da aldeia mais próxima. Os pés nus e sujos pisavam os charcos de água que aquele dia de Outono lá deixou, fazendo gotas grossas de água molharem-lhe os pés do quimono negro que trazia.

O corpo, tão veloz como uma seta, continuava a correr e a arfar delirantemente. O seu coração era uma pedra que lhe martelava as entranhas. De vez em quando a luz da lua desvendava um pedaço do seu rosto branco e suado, talvez por estar tão assustado. Os cabelos negros faziam uma crista inclinada no topo da sua cabeça, a testa estava completamente nua, no sítio onde devia estar uma hitaite. “ Tenho que fugir” – Sussurrava ele, entre arfadas e soluços. A sua voz parecia a voz de um louco que começará a perder a sua sanidade há pouco tempo. “Mais uns quilómetros… e nunca mais me vêem”- Continuava, determinado. A sua velocidade aumentava, talvez fruto do medo e desespero que lhe transbordavam da face. “Esperem por mim, “esperem por mim, aguentem-se” – Voltava a falar com a sombra do desespero a cobrir-lhe a voz. Pisava galhos das árvores mortos no chão e os seus estalidos preenchiam o silêncio nocturno e por vezes saltava de árvore em árvore, com o vento noctívago a refrescar-lhe o rosto pálido. A sua cabeça reproduzia trechos de memórias e rostos.

“Esperem por mim” – Repetia ele, em tom mais alto e grave. Aqueles quilómetros todos que correu descalço e sem parar reflectiam-se agora em febre, tonturas e fraqueza. O seu corpo magro parece querer ceder ao chão e pede algum descanso e tratamento, mesmo assim ele aguentava e persistia em lutar contra tudo aquilo. Era impressionante como alguém que mostrava ser tão jovem possua toda aquela estamina, e mais que isso, toda aquela garra e determinação e concretizar um objectivo que só ele sabia qual… Talvez não fosse mais nada se não o medo. As primeiras luzes da manhã não tardariam a romper o céu, a aurora estava perto, por isso ele acelerava sofregamente o passo, a tentar quebrar as barreiras humanas…. Talvez não fosse humano. Nem ele sabia o que era ao certo, a catana ensanguentada que bailava nas costas dizia que ele era um assassino, mas o seu rosto berrava a salvação.

https://www.youtube.com/watch?v=ewHL3ZF_YIY&feature=relmfu

A bruma começou a desmistificar-se. Filamentos de luz começavam a urdir a manhã, lentamente. Os primeiros rastos de azul vivo começavam a iluminar o céu, a apagar a tristeza no coração dos solitários. O sol nascia lento no horizonte e o vento gelado das manhãs de Outono começava a entrar pelas narinas do rapaz que ainda corria. O rapaz que tinham um quimono negro, uma espada ensanguentada nas costas e tinha os pés descalços. Era branco como a neve e tinha os olhos negros como pedras baças e preciosas. Suores frios escorriam-lhe pelo corpo, colando as roupas ao tronco. Ele corria afligido, mas não foi isso que o impediu de apreciar o momento de proporção épica que é ver uma manhã romper-se por cima do nosso corpo, diante dos nossos olhos. O silêncio matinal era diferente do silêncio noctívago, era puro, sem maldade, sem sangue. Naquele momento podemos ser o castanho das folhas que do penúltimo dia de Outono que pendem sob as árvores, podemos ser as pedras do chão, livres de toda a dor, aflição e pensamento. Aquele era um momento para congelar.
A floresta começava a chegar ao fim e uma vila erguia-se para lá do horizonte. O rapaz continuava a correr. Quando o fim da floresta chegou, a febre atingiu-o com violência, cambaleou e ainda tentou resistir.

https://www.youtube.com/watch?v=RDLqxnOOIc8

A última imagem que conseguiu ver na sua mente, antes de cair inanimado, foi a de um velho senhor que poisava a sua mão sobre os cabelos negros de uma criança inocente e feliz. Ambos sorriam. Depois desse sonho meio lúcido, o seu corpo ficou quedado no terreno arenoso, nas profundezas de um desmaio.

Um começo interessante e que guia logo o leitor para um suspanse. Tudo se resume em duas perguntas "O que aconteceu?" e "O que vai acontecer?", e isso é algo que quem ler isto vai esperar ansiosamente após a leitura do Filler.

Nunca li nada teu mas pareces ser daquele tipo que preza muito a descrição, contudo acabaste por conseguir fazê-las leves e fáceis de ler. De resto foi um Filler razoavelmente pequeno mas como introdução revelou-se bom...

Continua ^^

pois sempre admirei a habilidade do Saru de fazer algo pequeno tornar-se bem descrito e interessante, muito bom, rapaz.

Esta historia eu vou acompanhar, espero mesmo que fiques desta vez, parabéns pelo ótimo filler

Estupendo. É como disse o Loan. Chega a ser intrigante como transformas um filler pequeno em algo tão bom apenas com uma escrita bem bolada.
Fico desiludido de ver que tem este tamanho. A curiosidade aumenta imensamente,

Em geral, muito bom, só queria analisar algo... Não ficaria melhor em vez de "vento gelado das manhãs de Outono", dizeres Brisa? Acho que ficaria melhor adequado. Mas é questão de gosto e opnião. Ótimo filler e estou no aguardo do próximo, acelera, haha!

Bem, como eu já te disse, Saru, muito bom filler, adorei mesmo ^^. Tsu resumiu bem em como a gente se sente ao acabar a leitura o/
continua logo

Tsc, ainda duvida Eve? Tsu é o que faz les melhores comments aqui do bairro tsc

Odeio é quando os escritores não agradecem pelos comments... Malditos sejam

Tsutao escreveu:

Um começo interessante e que guia logo o leitor para um suspanse. Tudo se resume em duas perguntas "O que aconteceu?" e "O que vai acontecer?", e isso é algo que quem ler isto vai esperar ansiosamente após a leitura do Filler.

Nunca li nada teu mas pareces ser daquele tipo que preza muito a descrição, contudo acabaste por conseguir fazê-las leves e fáceis de ler. De resto foi um Filler razoavelmente pequeno mas como introdução revelou-se bom...

Continua ^^

Muito obrigado, Tsu....
Essas respostas vão ser dadas mais lá p'ra frente...
Sim, prezo a descrição...
Gosto que as pessoas possam imaginar as coisas com mais "perfeição"

Ps: Eu estava só à espera que o pessoal comentasse para poder "fechar" os comentários com um quotes a todos. Acho que fica melhor! (Não penses que menosprezei os vossos comentários, porque são todos muito importantes.)

Drow elf escreveu:

pois sempre admirei a habilidade do Saru de fazer algo pequeno tornar-se bem descrito e interessante, muito bom, rapaz.

Esta historia eu vou acompanhar, espero mesmo que fiques desta vez, parabéns pelo ótimo filler

Obrigado Drow.
É, se vou fazer uma coisa pequena, que seja com conteúdo!
Prometo que os filler's próximos serão maiores!
Claro que vou ficar!!

Qwerd escreveu:

Estupendo. É como disse o Loan. Chega a ser intrigante como transformas um filler pequeno em algo tão bom apenas com uma escrita bem bolada.
Fico desiludido de ver que tem este tamanho. A curiosidade aumenta imensamente,

Em geral, muito bom, só queria analisar algo... Não ficaria melhor em vez de "vento gelado das manhãs de Outono", dizeres Brisa? Acho que ficaria melhor adequado. Mas é questão de gosto e opnião. Ótimo filler e estou no aguardo do próximo, acelera, haha!

Obrigado pelo comentário...
Os filler's serão maiores daqui para a frente
Tens razão em relação à "brisa", eu é que não pensei nisso antes!

evefigueiredo escreveu:

Bem, como eu já te disse, Saru, muito bom filler, adorei mesmo ^^. Tsu resumiu bem em como a gente se sente ao acabar a leitura o/
continua logo

Obrigado, fico feliz por teres gostado.
Espero que sigas os próximo! ^^