Filler 2 - A viagem ao Templo de Shinto
Acorde Kurato, acorde! – grita Hana, balançando seus ombros.
- O que...? O que está acontecendo? – pergunta Kurato sem entender nada.
- Ai meu Deus, você está babando! – diz Hana limpando os braços no lençol. - Hoje nós vamos ao Templo de Shinto (shinto=luz sagrada), que fica ao norte de Kumogakure. Eu pedi para que viessem dois monges do templo para nos guiar, e a sua ida é de extrema importância. – fala Hana apressadamente.
- Mas o que é esse templo? – pergunta Kurato, que estava tendo dificuldades para absorver tudo o que sua avó falara.
- Eu explico depois, agora se arrume logo, eu vou esperar à porta. – diz Hana, e em seguida se retira.
- Melhor fazer o que ela manda. – diz Kurato.
O garoto levanta se apoiando na escrivaninha ao lado da cama e começa a arrumar sua cama, ao esticar o lençol, ele nota que uma foto se desprende dele e cai no chão, ele se agacha e recolhe a foto.
- Uma foto antiga, quem será essa moça junto da minha avó na foto? – se pergunta Kurato.
A foto estava em preto e branco, sinal de que foi tirada há tempos atrás, nela só estavam duas pessoas, Hana, que pela aparência devia ter uns 15 anos, e outra garota da mesma idade de Hana, esta tinha olhos bem claros e cabelos longos, as duas eram bem bonitas e Kurato ficou morto de curiosidade em saber quem era.
Nesse momento ouve-se um barulho semelhante ao de asas, e no segundo seguinte um pássaro entra pela janela, como se tivesse consciência, a pequena ave bica a mão de Kurato, fazendo-o com que ele larga a foto, depois ele morde a mesma e sai voando pela janela.
- Ei, pássaro estúpido, volte! Isso não é meu! - grita Kurato inutilmente, o pássaro já estava bem longe e nada podia ser feito. – Oba-chan vai me matar. - diz Kurato a si mesmo.
O garoto vai ao banheiro tomar um banho e troca de roupa, depois que prende com força o hitayate em sua testa, de modo a impedir com que os cabelos tampem sua visão, ele vai até à porta da casa.
- Finalmente Kurato. Os monges já devem estar nos esperando, vamos logo. – diz Hana, e em seguida tranca a porta.
Os dois estavam a caminhar na linda manhã que fazia, Kurato estava pensativo, ainda não sabia que templo era esse, resolveu perguntar.
- Que templo é esse mesmo oba-chan? – arrisca Kurato.
- O Templo Shinto, é um lugar sagrado onde habitam monges de diversas vilas que desejam obter paz e equilíbrio espiritual. O clã Tenshi, nosso clã, é muito participativo no templo desde a criação dele, por isso o Templo Shinto tem nos ajudado a ganhar fama em outras vilas, o que é muito importante. – explica Hana enquanto caminhavam até o portão principal.
- Entendi, mas por que eu estou indo para lá? – pergunta Kurato.
- Porque, dos membros da nova geração do nosso clã, eu indiquei você para conhecer os monges do templo, mas não é algo para se gabar, é uma mera formalidade, só tente não envergonhar o clã diante de todos. – brinca Hana.
- Humm... – resmunga Kurato.
Eles ficam a caminhar por mais 2 minutos e chegam ao portão principal, do lado de fora dele, dois monges com trajes tradicionais os esperavam.
- Hana-sama, que prazer em poder levá-la até o templo, é uma honra para mim, pode me chamar de Kuma. – diz o mais velho dos 2 monges, curvando-se.
- Sim, sim, também é uma honra para mim Hana-sama, eu sou Lee. – diz o outro, imitando o gesto dele.
- Obrigada, mas não precisam me tratar tão formalmente, só “Hana” já está bom. – diz Hana.
- Oh não, é contra os costumes, perdão. – fala Kuma.
- Este aqui é o meu neto, vou levá-lo conosco. – diz Hana.
- Sim, meu nome é Kurato, prazer em conhecê-los Kuma-san, Lee-san. – se apresenta Kurato.
- O prazer é nosso Kurato-san. – responde Kuma,
- Vamos andando então? – pergunta Hana.
- Sim, é claro Hana-sama. Nós trouxemos 4 cavalos para nos ajudar nessa jornada, o templo fica longe, levaremos 2 dias para chegar lá. – fala Lee.
Os monges e Hana montam rapidamente, e Kurato fica a admirar o cavalo que lhe restou, era um espécime bonito, tinha um tom de cor marrom claro, seus cabelos eram lisos e ele parecia em forma e bem cuidado, ao se aproximar do cavalo, ele começou a relinchar e bater os pés no chão, mas o garoto o acariciou por alguns segundos e o deixou lamber a mão, depois disso o cavalo parecia mais confiante e deixou Kurato montá-lo.
- Leva jeito para animais Kurato-san. – diz Kuma.
- Talvez eu leve mesmo. – diz Kurato, sorrindo ao montar no cavalo.
Após montados, todos partem para o templo, os monges se postam à frente deles, para guiar o caminho, enquanto Kurato e sua avó permanecem mais atrás.
- Oba-chan, você não já foi nesse templo? Por que chamou esses monges para nos guiar? – perguntou Kurato o mais silenciosamente que pôde.
- Nós estamos indo para o novo templo, eles construíram esse há alguns meses, e eu ainda não o visitei. – responde Hana.
Após algumas horas de cavalgada, eles adentram em uma floresta onde havia uma trilha de terra no chão cercada de árvores, enquanto isso, o Sol já começa a brilhar intensamente sobre suas cabeças, nesse momento Kuma puxa as rédeas de seu cavalo e ergue o braço para fazer os outros pararem.
- Melhor nós pararmos para comer, sei onde tem um rio onde podemos arranjar alguns peixes para fritar, Lee, vá até o rio e vê se consegue pescar alguns peixes bem gostosos. – ordena Kuma.
- Certo. Kurato-san, gostaria de me acompanhar? Será bem divertido. – diz Lee.
- Claro que sim, Lee-san. – responde Kurato.
Enquanto Kuma fala, ele faz um sinal com as mãos muito rapidamente, ato que é passado despercebido pelos outros.
20 minutos depois, Lee chega com Kurato, carregando uma bolsa volumosa.
- Mas tão rápido? Parabéns meninos. – disse Hana.
Depois de abrirem a bolsa, revelou-se que havia 10 peixes dentro dela. Hana fritou e preparou-os para serem comidos apropriadamente, depois que todos comeram, voltaram aos seus cavalos e retomaram a cavalgada.
Enquanto isso, no rio...Kurato e Lee estavam sem sorte na pescaria, 10 minutos já tinham se passado e nada de peixes, foi quando Lee se levantou de repente e aproximou-se de Kurato.
- Eles já devem ter ido, portanto acabou a brincadeira Kurato, lamento por isso, mas a morte vai lhe sorrir mais cedo do que você imaginava. – diz Lee assustadoramente, seu capuz tinha caído, revelando por completo seu rosto jovem e pálido.
Era a primeira vez que Kurato olhava para Lee com atenção, ele devia ter uns 18 anos, não era muito mais velho que ele, Kurato não entendia nada, mas depois da sinistra fala de Lee, o garoto levanta e se afasta dele.
- Quem... Quem é você? – pergunta Kurato, com uma nota de pânico em sua voz.
(Está começando a ficar bom, espero que estejam gostando, pois o próximo filler terá muita ação, mas e a grande pergunta, o que será que aconteceu neste episódio?)