Dois encapuzados estavam a minha frente, ambos calados e misteriosos com suas vestimentas escuras e a insígnia de sua seita de assassinos libertários. Assassinos libertários? Tsc, como soava pura demagogia e mentira as vezes.
— Expliquem-se. — falei de maneira rígida. Apoiando minhas mãos no solo de madeira me ergui, com algumas dificuldades todavia obtive sucesso. Movimentando a perna atinginra de raspão pela bala de canhão olhei para eles, surpresos. Eles me curaram?
— Chang é um ótimo Iryo-nin a propósito, curou essa sua perna que provavelmente não estaria mais ai se não fosse por ele. — disse o encapuzado que se revelou, deduzi que aquele que me resgatara era Chang e Akio era o que apenas falava.
— Obrigado. Onde estão minhas coisas?! — indaguei preocupado, afinal, não poderia perder meus pertences, não as vésperas de procurar Katsumoto e dar um fim a sua vida.
— Ali... a armadura de couro foi danificada seriamente, não tinha como repará-la, sinto muito. — respondeu friamente. Seu semblante agora estava revelado e demonstrava um misto de apreensão e preocupação.
— Preciso de uma armadura nova para enfrentar aquele maldito, tem mercado nesta cidade? — indaguei, já prevendo a resposta. De fato era uma pergunta realmente desnecessária, um mercado em área portuária era requisito mínimo e vital para se movimentar o comércio internacional.
— Tenha calma, tenho para lhe dizer. — respondeu rispidamente, insatisfeito com minha impaciência. Me recolhi rapidamente, ficando atento e dando a deixa para o homem começar seu discurso.
— Tem tido visões em sonhos? Um "amigo" lhe dando conselhos ou algo do tipo? — fiquei calado, como ele sabia daquele samurai que frequentemente aparecia em sonhos com um jovem garoto? Olhei em sua face, analisando-a. O que ele queria com aquilo? Estavam me manipulando? Ele é o tal samurai?
— Não...por que a pergunta? — mudei gradualmente o semblante para não despertar suspeitas, meu coração e mente esfriaram e uma calma de mãos dadas com a frieza me invadiram.
— Tem certeza? — insistiu. Isto despertou minha curiosidade.
— Tenho... Onde estou? — confirmei rapidamente, e decidi por trocar de assunto rapidamente já que tais mistérios apenas me tirariam a atenção de meu alvo.
— Ótimo. Estamos na sucursal da Liga, no subsolo. — retrucou trocando breves olhares sérios com Chang, que se mantinha completamente calado e provavelmente analista. Um silêncio repentino se fez no local, algo estava errado e tanto eu quanto os dois já sabiam, isso eu tinha certeza!
— Tens informações de Katsumoto? — indaguei curioso, tentando disfarçar a tensão do minuto anterior.
— Temos, mas pretende enfrentá-lo assim sem equipamentos? — respondeu de maneira normal, muito mais do que a de momentos atrás. Este ficou pensativo, tocando o queixo, me examinava. Os dois assassinos trocaram olhares novamente e dessa vez Chang se expressou, embora que limitadamente. Acenou com a cabeça em confirmação e saiu da frente de um armário de madeira selado.
— (Suspiro), abra, é sua. — declarou, aliviando os ânimos e dando outro sentido aquela situação.
" O que é minha? E por que? " — tais pensamentos permeavam minha mente. Estou tão perto de dar fim aquela empreitada e resgatar Inoue e agora me sentia inseguro e curioso. Por que ele fizera isso comigo?
" Uma simples dúvida pode retirar o guerreiro por completo de seu caminho... " — Essa era uma das frases que nos tempos antigos Katsumoto pronunciava para mim. Caminhando até o tal armário girei a chave previamente colocada no contato da fechadura, algumas trancas se soltaram em baques metálicos e de repente alguns itens se revelaram, porém, um se destacou. Uma armadura samurai completamente negra.
- Armadura:
Me aproximei, cauteloso e toquei o metal frígido da armadura negra e instantaneamente tive uma tontura e novamente aquele ser que idêntico a armadura materializou-se, entretanto, a minha frente, este me encarava seriamente e por fim retirou seu capacete mostrando um semblante de sofrimento no rosto, cabelos loiros, barba e olhos que passavam simplesmente experiência e sofrimento.
Em poucos segundos a imagem se desfez enquanto caminhava para frente, cada passo sua silhueta se dissipava e no fim, voltei a realidade e notando os olhares desconfiados em minha retaguarda, virei-me.
— Conseguiram minhas armas pelo menos.. Érr, obrigado pela armadura. — proferi com certo tom de arrogância proposital.
— Aqui está as informações que recolhemos, boa sorte. — declarou Akio entregando duas folhas cheio de kanjis escritos a tinta. Peguei o papel, li duas linhas e olhei para ele.
— Não vão ajudar? — indaguei, temeroso pela resposta.
— Não podemos, temos coisas mais importantes a fazer. Agora, desejo apenas boa sorte e que as medidas da armadura estejam certas. Sayonara. — respondeu, virando-se seriamente e indo em direção as escadas que conduziam a superfície. Chang o seguiu. Dei de ombros e andei em direção a armadura, toquei em seu metal retirando-a do suporte e vestindo-a. Em minutos me equipei com as hidden blades, kusanagi e a bolsa ninja, puxei o capacete e me retirei do esconderijo.
" Estou a caminho, Inoue. " — pensei.
Continua...
Considerações: A armadura será feita logo mais, tenho de reunir o dinheiro e elaborá-la então por enquanto só será usada em fillers. Enjoy!