-Ainda me há-de explicar… Porque raio… É que vamos voltar…
-Ainda me hás-de explicar porque é que não sabes ter calma. – Resmungou Kita, estendendo uma mão a Kaede e ajudando-a a terminar a escalada. – Porque é que não podes deixar de querer saber tudo de uma vez, relaxar um bocado?
-Simplesmente… Porque não nasci calma. – Kaede respirava profundamente por entre cada grupo de palavras, procurando recuperar o seu fôlego.
Deixou-se cair no chão sem sequer olhar para o vasto horizonte à sua frente. Num movimento pouco ou nada solene, desapertou o nó do hitai-ate que se prendia fortemente na sua testa, deixando-o cair no seu colo. Virada para si tinha agora a placa metálica com o símbolo de Suna. Quando olhou para ela não se lembrou da sua nova casa, mas sim das circunstâncias em que acabou por trocar o hitai-ate de Konoha por aquela fita. Suspirou, deixando todo o ar acumulado nos seus pulmões libertar-se para os céus. Pensava nas últimas semanas, na vila de Kumo e em tudo o que havia preenchido a sua estadia nessa mesma vila. Duvidava que alguma vez voltasse a ser a mesma depois de tudo aquilo…
-Vês, ali ao longe? – A voz de Kita soou baixa e suave. Kaede levantou o rosto para o seu professor, deixando em seguida o seu olhar seguir a direcção que o dedo dele apontava. – Estamos quase a chegar.
Kaede levantou-se, enxugando a testa com o tecido rugoso da sua manga. Quando deixou o seu braço cair, a ponta da ligadura que o cobria roçou-lhe o nariz, obrigando-a a fazer uma careta para não espirrar. Colocou-se ao lado de Kita, olhando para a vila que se erguia lá ao longe, vários metros abaixo de onde eles se encontravam. Despontava graciosamente por entre as árvores, parcialmente oculta pela imensa e vasta folhagem verde. O sol da manhã, ainda fraco e tímido, iluminava os edifícios de um modo saudoso. Uma brisa familiar enrolou-se pelos cabelos da rapariga, transportando-lhe uma amostra quase irreal dos perfumes que dançaricavam pelas ruas e vielas da vila.
-Continuemos. Não queremos chegar depois do anoitecer, não é? – Incentivou Kita, retirando a alça da mochila de Kaede do seu ombro e pousando-a no solo. Provavelmente já estava estafado por ter transportado as mochilas dos dois durante todo o caminho até ali.
Sem delongas, Kaede pegou na mochila. Kita já iniciara a descida, deixando-a a sós com o vento no topo daquela montanha inóspita. Tão rápido quanto lhe era permitido colocou a mochila às costas, tentando posicioná-la de modo a que esta não lhe magoasse as costas quando esmagasse o cabo da foice contra elas. Inspirando mais uma vez, Kaede amarrou a jovem fita do seu hitai-ate mais uma vez à volta da testa. Deu por si a lançar um último olhar à vila lá em baixo antes de afagar inconscientemente a palma da sua mão esquerda. Ainda algo receosa em relação ao que o professor reservava para ela na sua antiga vila, Kaede seguiu-lhe os passos na descida.

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Quando Kita e a sua aluna finalmente chegaram ao seu destino, já o sol havia atingido o seu auge e iniciado a sua descida no horizonte. O céu, ainda azul e claro, mesclado com ocasionais nuvens de algodão branco, deixava-se inundar pelo canto breve e quase ausente de diversas aves, pelos risos de criança ao longe e por distantes e secas batidas na madeira.
-Já de volta, Kita-san? – Saudou um dos Chuunins que se encontrava de vigia ao portão da vila. A alegria camuflada que lhe brincava no rosto foi substituída por um breve espanto quando viu quem seguia o Jounin.
-Ah, isso… - Começou Kita a explicar-se algo embaraçado, após ver a quem o Chuunin dirigia o seu olhar. – Precisava de companhia até aqui.
O Chuunin anuiu, apesar de no seu rosto a dúvida ainda ser notória. Afinal de contas, Kita era um homem que sempre se dera bem com a solidão, e que não precisava de qualquer tipo de ajuda para se defender. Mesmo sabendo que aquela desculpa era, provavelmente, uma mentira descarada, o Chuunin nada disse: se Kita tivera necessidade de mentir, certamente não queria revelar o porquê de ter voltado a Konoha ainda com a sua estudante, que por esta altura deveria estar em Suna.
-Kita-sensei… Afinal porque é que viemos para Konoha?
-Tem calma rapariga. – Expirou Kita, irritado com a falta de paciência da rapariga. – Depois vês.
Kaede fez uma careta.
-Espero que, seja o que for, valha a pena.
-Então porquê?
-Porque saímos à pressa de Kumogakure para vir aqui. Eu nem sequer tive tempo de recuperar dos ferimentos em condições.
-Estás óptima. – Barafustou Kita, deitando a língua de fora. – Quanto mais tempo ficasses no hospital pior.
-Claro, claro… - Disse Kaede entre dentes, pouco disposta a uma nova discussão com o seu professor. Era impressionante como aquele homem se queixava sempre da teimosia dela, mas era ainda mais casmurro que ela.
-Vá, não amues. – Explodiu Kita alegremente, enfiando a sua palma na cabeça da jovem e empurrando-a ligeiramente para baixo.
Kaede tentou libertar-se da mão do seu professor, bastante irritada por, mais uma vez, ele evidenciar a diferença de alturas entre os dois. Na ânsia de se libertar, e já com a irritação acima do normal, Kaede não reparou no caminho à sua frente, e acabou por colidiu contra alguém. Teria caído ao chão, não fosse a pessoa em questão ter conseguido agarrá-la pelo braço antes que tal acontecesse.
Por momentos, Kaede deixou-se ser suportada pelo braço forte que a agarrara, meia aparvalhada e ainda sem perceber bem o que acabara de acontecer. Quando finalmente se conseguiu equilibrar propriamente e descerrar os olhos, deu por si a olhar para um rapaz aparentemente jovem, alguns centímetros mais baixo que Kita, mas mesmo assim muito mais alto que ela. Espectáculo, só me saem gigantes na rifa…
-Estás bem?
-Óptima. – Respondeu Kaede, não se dando ao trabalho de olhar para o dono daquela voz ligeiramente preocupada, soltando-se rapidamente da mão que (ainda) a segurava.
Novamente liberta e ainda a alguns passos do seu professor, Kaede deixou-se olhar em frente. O seu olhar deparou-se com o rapaz que havia amparado a queda dela, e que não aparentava ser muito mais velho que ela própria; e, com ele, um homem da mesma faixa etária de Kita. Kaede não se deteve a observar o aspecto dos dois estranhos durante muito tempo, sendo a sua atenção focada no olhar que Kita e o outro homem trocavam entre si. Aparentemente já se conheciam.
-Kita-san. Estiveste ausente durante bastante tempo... - O homem interrompeu-se, deixando que Kita anuísse silenciosamente. – Medo ou assim?
-Tchh... Medo de ti? Nem sonhes. - Rosnou Kita, parecendo insultado. - Estive fora em missão.
-Durante tanto tempo?
-Houveram alguns contratempos.
A troca de palavras ácidas entre os dois homens continuou por mais algum tempo, sendo cronometrada por vários momentos de silêncio ameaçador. Durante esse tempo, Kaede e o rapaz que acompanhava o outro homem foram deixados completamente de parte, olhando meio aparvalhados para ambos os adultos sem perceber o que se passava.
Desatenta à discussão e já levemente aborrecida, Kaede entreteve-se a estudar os estranhos com que se haviam cruzado, focando-se a sua atenção, primeiramente, no rapaz que evitara que ela caísse. Reparou no seu cabelo negro com uma leve tonalidade loira na franja, que lhe escondia parcialmente os olhos vermelho vivo. Deveria ser mais alto que ela pelo menos uns 20 centímetros, e transportava algo às costas. Kaede tentava perceber o que era quando o rapaz olhou para ela. Quando os olhos curiosos dele encontraram os dela, Kaede desviou o seu rosto bruscamente para o lado oposto, levemente embaraçada pelo descaramento com que o observara. Algum tempo bastou para comprovar que ele não sentia esse mesmo tipo de embaraço, visto que a observava sem qualquer receio.
-Importas-te? – Rosnou Kaede furiosa e inquisitoriamente, simultaneamente irritada e incomodada pelo facto de ele a continuar a observar. O jovem nada disse, limitando-se a encolher os ombros com desinteresse e a redireccionar o seu olhar para os dois adultos que ainda “discutiam”. Pelos vistos, o rapaz não estava tão interessado em analisar Kaede quanto ela pensara.
-O QUÊ?!? – Perante o berro indignado de Kita, Kaede saltou levemente, sobressaltada. – O QUE É QUE TU PENSAS QUE EU SOU?!?!?
O único que não olhou para Kita com olhos arregalados foi o homem que argumentava contra ele.
-Precisas que eu repita? – Gozou ele com um sorriso matreiro.
-Hmpf. – Kita baixou o seu rosto, fazendo com que este fosse parcialmente escondido pela sua fímbria esbranquiçada. Kaede observava-o preocupadamente, até perceber que ele se estava a rir. Num repente, Kita voltou a erguer o rosto, endireitando-se drasticamente. – DESAFIO-TE PARA UM DUELO COM DURAÇÃO DE 3 DIAS, HAYASHI!!!

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E pronto, cá está o primeiro de [muitos] fillers conjuntos com o Sr. Suzaku x'D Este por acaso custou a sair, devo admitir >_O
Enfim... Deleitem-se com o texto de baixa qualidade D':
[E prometo que dentro de algum tempo o título fará sentido... x'3]

SP-KK escreveu:

E pronto, cá está o primeiro de [muitos] fillers conjuntos com o Sr. Suzaku x'D Este por acaso custou a sair, devo admitir >_O
Enfim... Deleitem-se com o texto de baixa qualidade D':
[E prometo que dentro de algum tempo o título fará sentido... x'3]

LOOOOOL... Senhor está no céu Sra. SP-KK!

O filler está brutal, pois nem preciso de ler claro pois dei ideias e depois ainda reli...


Espero que voçês gostem do nosso filler[Primeiro de muitos x'D]

Pois... Mas eu não disse Senhor, disse Sr. xD

Suzaku escreveu:

Espero que voçês gostem do nosso filler[Primeiro de muitos x'D]

Sr. Assassino da mui nobre e respeitável língua portuguesa, escreve-se "vocês" xD

'Brigado pelo comment :'3

Muito bom o filler, é incrível a maneira como detalhas todos os pormenores ^^
Um duelo de três dias?omg...que terá ele dito? xD

Achas incrível? Boa, tinha receio que fosse "aborrecido" xD
Pois, três dias... Nem perguntes T_T
xD

Muito obrigado pelo comentário, filhinho *-*