Treino realizado com o mano Swagger Pussyfucker

Sokei sentou-se na pedra fria do campo de treino em Iwa e olhou para os diversos pesos distribuídos aos seus pés. Com uma rápida análise do Kashikogan, percebeu qual seria o mais ideal para o seu corpo e pegou num par, um para cada braço. Pesado, como era esperado. Deslocou-os regularmente em movimentos verticais, sentindo cada músculo dos braços a protestar pela força que tinham de prestar para erguer as pequenas formas. Quando conseguiu fazer uma dezena de musculações, cansou-se e sucumbiu ante aos intermináveis protestos dos braços para cessar com aquele excruciante exercício. Infelizmente, os pesos escorregaram-lhe das mãos e caíram dolorosamente sobre os pés da adolescente. Esta berrou sonoramente, levantando as pernas e retirando as botas para massajar freneticamente as zonas esmagadas, na vã tentativa de as acalmar. Quando não sentia mais dor, suspirou e tentou acalmar o seu coração.
- Se não fossem as minhas botas, o ferimento seria muito mais grave. – Concluiu a rapariga enquanto calçava novamente as botas, dedilhando com os pés para mexer com todas as articulações e assim perceber o seu estado. Embora com umas dores secundárias, os pés estavam completamente operacionais novamente.
Decidiu afastar-se dos pesos e deitou-se sobre a pedra fria. Juntou os braços para bem perto do seu tronco e relaxou. De seguida, usou toda a força nos seus braços, que puderam descansar um pouco enquanto a Fukeru tratava dos seus pés, para se erguer. À primeira tentativa não ficou reta no ar, por muita força que empregasse no movimento, pelo que abaixou o corpo e repetiu o movimento. Fez uma vintena de flexões, muita delas mal feitas, e deixou-se cair no chão, exausta. Os braços tremiam e protestavam por descanso e, mesmo ignorada, algumas dores nos pés continuavam a teimar perturbar.
Fez um esforço para erguer-se. Já estava com sono, um efeito natural após tanto esforço físico por parte de uma adolescente que passou cinco anos presos numa biblioteca, e cheia de dores, mas ainda tinha algum chakra para gastar e, antes de dormir, pretendia fazer isso mesmo.
- Faz algum tempo que não utilizo o Hitoshirenu Wana. É uma técnica que me permite criar pequenas armadilhas, perfeitas para apanhar o adversário desprevenido e coloca-lo inconsciente, caso não as consiga evitar. Como as armadilhas são pilares de terras, este tipo de Ninjutsu é perfeito para ser usado nos terrenos montanhosos de Iwagakure. – Raciocinou a Genin, colocando-se de joelhos e unindo alguns selos, lentamente devido às dores nos braços, e concentrou chakra no solo pedroso abaixo de si, ativando o Ninjutsu em questão. Uma pequena runa circular surgiu, brilhando uma tonalidade vermelha intensa – A sua cor vermelha passa despercebida devido às pedras à volta e podem ser plantadas muitas destas armadilhas. Apesar de ser uma técnica interessante, as armadilhas não poderão ser deslocadas após serem ativadas, o que torna a técnica muito situacional.
Usou um Shunshin para surgir alguns metros afastada do selo do seu Ninjutsu. Desviou o olhar e focou-se numa pedra aleatória do cenário, que não estava muito afastada do selo vermelho, e imaginou que ela era uma pessoa. A pedra depressa mudou para a imagem de um ninja de Iwa, com as clássicas vestes castanhas e vermelhas, estático e inexpressivo, perfeito para ser usado como cobaia.
- Posso atrair as pessoas para cima da marca da pedra com o Utsusemi no Jutsu em locais mais cobertos, ao invés desta planície de pedras. – A adolescente então imaginou que o cenário à sua volta era um conjunto de árvores e que o ninja de Iwa estava sozinho num clarão, incapaz de a ver, e o selo vermelho a passos de distância. Ela então reuniu alguns selos, concentrou chakra na garganta e ativou o Utsusemi no Jutsu – Aposto que ser uma pedra é deteriorante, não? – Perguntou, manipulando a sua voz para que saísse projetada exatamente de um dos lados da floresta. Sokei então imaginou o ninja de Iwa a perceber a voz dela e a tentar segui-la, pisando o selo vermelho e sendo automaticamente atingido por um pilar de pedra – Sim, é uma boa estratégia para ser utilizada quando o meu inimigo não sabe da minha localização. Embora demasiado situacional, é muito eficaz.
Perdendo o seu propósito, a floresta imaginária desapareceu da mente da Fukeru e deu lugar novamente ao longo terreno de pedra. O ninja de Iwa e o selo vermelho ainda ali estavam, pacientemente à espera de serem usados a bel-prazer das estratégias da sua criadora.
- Outra maneira de atrair o adversário para o selo é obrigando-o a pisá-lo, utilizando Ninjutsus de distância como o Shotto no Chakra no Jutsu ou de combate mais curto e com recurso a Taijutsus. Este método não é infalível, pois não é certo que as esquivas do oponente o obriguem a pisar o selo, mas com um uso apropriado do Kashikogan posso descobrir as limitações físicas do adversário e usa-las como vantagem para o conseguir obrigar a pisar o selo. – A Genin espalhou chakra nas mãos, usando o Shotto no Chakra no Jutsu para criar dois pequenos cilíndricos feitos de energia e seguidamente dispará-los como se fossem balas. Apesar dos projéteis atingirem e criarem dois pequenos orifícios na rocha que foi feita alvo, a mente de Sokei imaginou que o ninja de Iwa havia consegui escapar, saltando, inconscientemente, para cima do selo vermelho e sendo atingido por um pilar de terra. – Mas se aumentar o número de selos do Hitoshirenu Wana à volta do adversário, a probabilidade de o atingir aumenta, obviamente.
O que até então imaginou voltou a desfazer-se e o selo de terra e ninja de Iwa estavam novamente nas suas posições, correspondentes à realidade. A adolescente dobrou os braços e sentiu-os ainda pesados. No entanto, teria de força-los a um último exercício antes de os deixar descansar oficialmente.
- Em combates de Taijutsu, é muito mais fácil controlar os movimentos do adversário e obriga-lo a pisar os selos, desde que ele não seja muito superior que eu nessa arte ou demasiado imprevisível para o Kashikogan. – A loira aproximou-se do ninja de Iwa com um Shunshin, tentando uma variedade de pontapés e socos que o obrigavam a esquivar, quase o fazendo pisar o selo. Era óbvio que, na realidade, os ataques físicos delas não estavam a ser usados com verdadeira, tratando-se apenas de movimentos coordenados que nunca chegavam a tocar na pedra, como se ela estivesse a tentar magoar o ar – Mas caso o oponente seja superior em Tai… - Desta vez, imaginou que o ninja de Iwa escapava com relativa facilidade e que era ele que dominava a luta física, tendo liberdade suficiente para esquivas largas (e que não o empurravam para perto do selo vermelho, quer ele estivesse consciente do mesmo ou não) e ainda podendo contra-atacar – Eu terei simplesmente de me usufruir da pura força física e esperar conseguir algo disso! – Concluiu, retraindo-se por breves segundos, atirando-se de frente com o ombro em riste numa verdadeira carga corporal – Tokken! – E embateu violentamente no ninja, fazendo-o cambalear para trás até se estatelar exatamente por cima do selo que, ao ativar-se, o projetou para bem longe ao surgir um pilar de terra.
No entanto, a realidade não correspondia à imaginação de Sokei. Embora o ninja de Iwa tivesse sido derrotado por todas as estratégias da Fukeru, a verdade é que ele não passava de uma pedra de considerável tamanho. E o Tokken que a Genin utilizou não foi minimamente controlado, sendo nele utilizado todo o peso e força corporal que ela tinha. E o resultado não pode ter sido mais desastroso. O corpo todo tremeu com o doloroso embate contra a pedra, ricocheteando-lhe o corpo frágil e colocando-a a gemer por cima do terreno de pedra fria. A adolescente apressou-se a afastar as roupas à volta do ombro enquanto o analisava profundamente com o Kashikogan.
- Não parece haver nenhum ferimento grave. Tive sorte de não ter deslocado o ombro com este movimento impensado. Tenho de ter o cuidado de não confundir o imaginário com o real… - Reprimiu-se Sokei em murmúrios, colocando as roupas no sítio e deixando-se cair sobre a pera fria. Mexeu um pouco com o braço cujo ombro impactou contra a pedra, só para ter a certeza de que não havia mesmo deslocado nada. Satisfeita por ser uma rapariga de sorte, sorriu para as nuvens escura no alto do céu que abeiravam chuva. Não se preocupou com esse fato, inquietando-se mais pelo facto de estar profundamente cansada e não conseguir simplesmente dormir para recuperar forças e chakra. Acabou por se obrigar a fazer isso - Tanuki Neiri no Jutsu! – Exclamou, fazendo uns selos enquanto espalhava chakra ao longo do corpo, ativando o Ninjutsu. Sentiu-se imediatamente relaxa e as pálpebras pesadas. Não demorou segundos a adormecer ali no meio…

Acordou com alguma água a bater-lhe na cara. Sentia o corpo dolorido, talvez por ter adormecido sobre um chão de pedra, e o facto de estar a ser movido freneticamente fazia-a gemer de agonia por sentir os músculos retesados a serem pressionados sem justa causa. Quando despertou, espreguiçando-se e bocejando sonoramente, deu por si sobre os braços de um indivíduo. E não qualquer um: Kride Uchiha.
Foi apanhada de sobressalto, mas não fez grande alarido com aquilo. Estava era um pouco incomodada por ele a ter pegado no colo e feito do corpo dela uma pequena boneca, sem se preocupar com o facto de a magoar com movimentos tão forçados.
- Kride. – Sussurrou a rapariga, a voz saindo-lhe a custo por ter acabado de acordar. O Uchiha ouviu-a, parecendo um pouco surpreso por a ver acordado – Pousa-me no chão, estás a magoar-me.
O Chuunin assim o fez, parando repentinamente a sua corrida com sucessivos Shunshin, e pousou a sua estudante por cima de umas das rochas do local. A Fukeru ainda sentia todos os músculos tensos, mas sentia-se mais livre agora que não estava a ser carregada. Voltou a espreguiçar-se e apenas nesse momento é que sentiu a chuva à sua volta, que começava a ensopar-lhe as roupas. Fitou Kride que não parecia muito animado pelo facto do cabelo molhado lhe estar a prender à frente da cara e pelas suas roupas estarem mais pesadas que o normal devido a tanta água.
- Não adormeças assim no meio da chuva. Por acaso és alguma criança? – Perguntou o konohanin com certa arrogância – Se não fosse eu a encontrar-te, sabe-se lá o que podiam ter feito contigo! – Terminou, virando costas para dar a entender que estava de partida.
Sokei não ficou satisfeita.
Aproximou-se de um Shunshin para a retaguarda do seu professor temporário e tentou um chute rasteiro com o Konoha Reppū. O Chuunin foi capaz de saltar para esquivar, virando-se, em pleno ar, na direção da sua aluna para poder resmungar com ela. No entanto, foi apanhado de surpresa quando ela, numa descarga de chakra, ativou o Sushii no Genjutsu para criar uma kunai ilusória que depressa foi arremessada na direção dele. O Uchiha sabia que era uma ilusão, mas mesmo assim agiu por instinto, retirando a sua kunai do bolso para bloquear a que foi projetada. Não houve qualquer choque de metal, como esperado, e a ilusão passou pelo corpo dele como se nada fosse. Quando o rapaz se quis repreender pelo erro, era tarde demais. Com recurso a outro Shunshin, a Fukeru estava nas costas dele, com os braços em riste.
- O cérebro é uma coisa que nem nós, Fukeru, podemos controlar totalmente, pelo que é normal ele tentar proteger o corpo de uma ofensiva como uma kunai, mesmo que esta seja ilusória. Obrigar o cérebro dele a proteger-se de algo que não existe verdadeiramente e depois explorar essa abertura para o verdadeiro ataque! Uma estratégia simples. – Pensou Sokei, juntando toda a força que tinha nos braços para dar mais impacto à palmada nas costas do seu professor – Asshō! – Gritou, não hesitando em acertar o seu alvo com o impactante Taijutsu. E, para sua surpresa, o corpo dele desfez-se em corvos que esvoaçaram para longe dali. A Genin pousou no solo, observando os corvos a reunirem-se a alguns centímetros afastados dela para formarem novamente o corpo do Uchiha, que a atingiu com um inescapável soco nas costas, atirando-a para o chão com alguns gemidos de sofrimento – Outra vez o Karasu Nuko! – Amaldiçoou a técnica, tossindo a custo ao perceber que as suas costelas haviam ficado danificadas após o ataque do seu professor – Apesar do usuário ainda ser atingido, ver o seu corpo a ser desfeito por corvos é demasiado confuso e anula o meu Kashikogan! Como posso combater isto?
Levantou-se e suspirou. Uniu rapidamente alguns selos e concentrou chakra nos olhos, fitando o seu professor. Colocou-o no Genjutsu Ennetsu Jigoku no Gen no qual ele veria o seu corpo a ser queimado violentamente, uma tentativa fútil contra um Uchiha. Então, aproximou-se de Kride com um Shunshin, no exato momento em que ele usou um Kai para cancelar a ilusão anterior, e focou toda a sua força no punho direito, empurrando-o em frente.
- Gangeki! – Gritou, tentando atingir a face do Chuunin. Mas, para sua infelicidade, este esquivou-se agilmente, ajoelhando-se à frente da sua aluna com o seu corpo por debaixo do braço esticado dela.
- Chidori Nagashi… - Sussurrou, concentrando chakra Raiton para o manifestar em faíscas espalhadas ao longo do corpo, moderando-as com mais chakra para lhes reduzir drasticamente o dano de uma técnica tão poderosa. Estas não demoraram a encontrar Sokei, percorrendo-a toda numa intensa agonia eletrizante. Ela vibrou durante uns segundos até cair, inconsciente, por cima dos braços do Uchiha. Este ficou a olhar divertido – Nem usei mais de metade do verdadeiro poder da técnica e ela cai assim aos meus braços? Bem, parece que, no final de tudo, vou ter de levá-la à casa na mesma!
E desapareceu com um Shunshin.