Estava um dia nublado no País do Demônio, com nuvens um pouco negras e carregadas e uma brisa suave que se demonstrava ser agradável aos habitantes que recentemente sofreram com um clima ensolarado difícil. Dois jovens caminhavam juntos por uma via movimentada, trocando palavras que só eram audíveis entre eles. Um era alto, masculado, cabelos pretos, todo de preto e uma bandana de pano vermelha. O outro era alto, pouco masculado, cabelos brancos presos com uma fita e roupas pretas.

- Kazehaya, vá comprar você estas porcarias que tu adoras. - retrucou de forma carrancuda, o que era inédito tendo em vista o Buda que o rapaz era.

- Eu tenho um contato da Ordem que devo encontrar, e se eu for comprar pessoalmente não dará tempo, são doces caros e muito disputados pelas lojas, ainda não tive a oportunidade de provar. Por favor, ou queres que eu me atrase em um encontro oficial da Ordem? Poderia por a culpa em você se é isso que queres, afinal és meu companheiro de ação na organização. - falou, como um diabrete a maquinar diabruras contra seu parceiro que odiava doces. Hideki suspirou em uma agonia mental, desejando não ter o jovem Fuuma como seu parceiro, no entanto este pensamento logo se desvaneceu e este aceito a tarefa pelo bem da Ordem. - Quero aqueles pacotes em formas de animais,  chicletes de framboesa e tutti frutti, e para finalizar me compre a torta especial, com recheio de três tipos de chocolates diferentes, com três coberturas diferentes, chocolates e gomas de mascar que ficam picadas e em volta do bolo, se possível o bolo inteiro por favor. - proferiu retirando um montante pequeno de notas das vestes, preso num elástico e em seguida atirando para o nukenin.

- Você vai gastar todo o seu dinheiro em doces? E os suprimentos para a viagem? O aluguel da pousada? - perguntou, incrédulo.

- Meus ryos, minha decisão. Agora, nos encontramos na pousada após eu fazer contato com a Ordem. - proferiu de modo zombeteiro, sumindo em passos largos por uma bifurcação. Hideki revirou os olhos em desgosto ao ver a atitude de seu parceiro, caminhou em sentido contrário, indo em direção a loja.

Um jovem mascarado e de vestes bem curiosas, de cabelos longos e postura peculiar se apoiava sobre as numerosas vitrines de vidro que exibiam a enorme variedade de doces. " Qual eu compro? Hmmmm... São tantas opções, esse é ótimo depois de uma chacina,  este depois de dissecar alguém - a se eu tivesse este doce ao dissecar minha antiga namorada. Kishishishishishi..." Pensa o jovem insano viciado em doces que aos olhos de pessoas "normais", era apenas um artista de circo ambulante que caiu de cabeça no chão quando era um jovem bebê.

- Meu senhor macarrão ectoplasmatico espacial! Eu não mereço tanto... Eu quero um pedaço daquele, um pouco da torta de framboesa e quero toda a cobertura de chocolate da casa! - exclamou, exalando uma felicidade peculiar e insana que poucas pessoas naquele mundo entenderiam. O homem encarou o adulto esguio de aspecto cômico e estranho, e ao receber um olhar agressivo, que era potencializado pela máscara peculiar, começou a empacotar tudo.

Neste momento, a porta da confeitaria se abriu e o sino da porta ressoou alertando o dono e seus funcionários sobre um novo cliente. O albino encarou aquela figura estranha e soltou uma pontada de desprezo, notou que o mesmo se apoderava do bolo adocicado que seu companheiro havia pedido, todos os pedaços...

- Senhor, poderia deixar um pedaço de bolo para mim? - inquiriu Seiji respeitosamente, Dee virou-se, incrédulo, com uma raiva intensa germinando rapidamente e fazendo repudiar a alma do homem que lhe fizera tal pedido.

- ... Não. - declarou, encarando Seiji por breves segundos.

- Mas você vai comer todos? Só quero um. - insistiu, respeitosamente.

- Mas você vai comer todos? Só quero um. - falou o homem. lelé da cuca.

- Isso, poderia? - retrucou Hideki, sem notar a brincadeira infantil daquele ser desmiolado, aparentemente.

- Isso, poderia? - imitou, reproduzindo também a expressão corporal de Seiji.

- Não creio que isso sej... - falou, mas Dee também o fez, imitando suas palavras com perfeição, como se Seiji fosse um personagem de uma peça insana que era protagonizada pelo mundialmente infame, Dee.

- Vamos lá só um pedaço,confeteiro, um para viagem. - falou Hideki, tomando um pacote de plástico e retirando ele mesmo o bolo, pegando algumas gomas e balas, pagando e indo para a porta, de repente,  ouviu mascarado louco gritar e atingir o albino pelas costas, jogando-o violentamente contra o solo, estragando os doces. - Filho da puta! Seu retardado. - se recompôs imediatamente e notou os doces esmagados, não deu a mínima, afinal odiava estas guloseimas cancerígenas, estava puto da vida por ter sido atacado pelas costas por um doente mental.

Passado alguns segundos, uma imensa bola de fogo percorreu a loja destruindo e incinerando qualquer objeto ou pessoa que estivesse na trajetória. Correr não era uma opção, nem mesmo desviar, reagindo rapidamente, sacou uma kunai santottan com selo explosivo e atirou no teto do estabelecimento, fazendo o mesmo desabar. Os destroços caíram sobre o jutsu katon, isolando a área onde Dee e o confeiteiro estavam, criando um som abafado de explosão.

- Kishishishishi... Vou adorar te matar, assim como fiz com esse bastardo desrespeitoso. SEU MALDITO GULOSO!! - declarou batendo os pés em alegria e dando pulinhos de felicidade enquanto o sangue do confeteiro escorria pela sua luva. Realizando uma sequência de selos, criou três clones de doces que avançaram com uma chuva de estrelas e kunais de metal.

Seiji saltou para trás e concentrou seu chakra fuuton realizando uma sequência de selos, espalhando a energia elemental e a rotacionando, criando uma barreira que evitou o ataque.  Não satisfeitos, os clones voaram um atrás do outro em seguidos chutes voadores, vulgo voadora, atingindo o rapaz de cabelos brancos pela natureza óbvia e ridícula que fora excluída da análise do mesmo.

Caído no solo em meio a destroços, mordiscou um doce que estava hermeticamente selado numa vasilha de plástico própria, molhando no sangue do confeteiro e no fio de hemoglobina que vazava pelo nariz do albino, terminando seu petisco excêntrico. Dada a ordem, um dos clones começava a enforcar o rapaz, enquanto que os outros dois imobilizavam seus membros inferiores e superiores.

- Kishishishi... Fantástico, fantástico, faaaaantásticoo! Agora morra seu pentelho guloso de merda, e depois, aprenda a não tocar nas coisas de um Deus. - falou saltitando e batendo palminhas de alegria, enquanto que o garoto era enforcado. Seus pulmões queimavam, tentando extrair qualquer oxigênio, sua respiração falhava, seu rosto se avermelhava e seu corpo sugava todo oxigênio do corpo para mandar ao cérebro.

Continua...