O bar estava repleto naquela noite, dando trabalho às três garçonetes feiosas que zanzavam pela espelunca com desenvoltura para entregar as dezenas de canecas de cerveja ordenadas. O lugar fedia a suor e cerveja vencida. Com cerca de doze mesas repletas por piratas de todos os tipos, o proprietário ficava atrás do balcão na parede esquerda, onde alguns bêbados suplicavam por álcool grátis.
Que lugar agradável. – Ironizava a marionete-viva num dos cantos mais obscuros do lugar. Olhos atentos, seus olhos mecânicos espreitavam seu próximo alvo. Ele seria um alvo fácil sozinho, mas o homem sempre era acompanhado por seis piratas experientes. Aquele grupo não seria fácil de lidar. Daisuke precisava improvisar para retirar o Alfa de perto do resto dos lobos ou então liquidá-los um a um.
Observando os arredores, o nuke pensava na melhor abordagem enquanto estudava o linguagem corporal dos envolvidos. Não foi difícil perceber que um deles não tirava os olhos de uma garçonete. –
Essa seria a entrada. – Concluiu após rápida montagem estratégica. Mas como separar os outros cinco? Nesse momento o ninja notou que a garçonete voluptuosa tinha pedido licença ao patrão para se perder nos fundos do bar onde existia apenas um banheiro.
Tenho que agir agora. Levantando-se discretamente, ele se esgueirou entre as mesas laterais, atento a não ser percebido quando manipulou seu chakra para deixar seu corpo cada vez mais transparente até que finalmente sumiu aos olhos de todos. Invocando uma linha shinobi, Daisuke aproveitou para lançá-la contra uma das canecas às costas do barman.
E num leve puxão a caneca foi ao chão, quebrando ruidosamente. –
Que merda! – Esbravejou o dono do estabelecimento, terminando por agachar-se para limpar aquela bagunça. Agora era hora. Silenciosamente, o nuke invisível saltou pelas costas do homem e adentrou nos fundos do bar na direção da garçonete. Através de um estreito corredor o ninja disparou até descer por alguns degraus na direção do porão mal-cheiroso, onde a mulher se espremia dentro de um cubículo que lhe servia de sanitário. Pensando rapidamente, Daisuke calculou a possibilidade de a mulher ser ouvida nessas profundezas e logo percebeu que mesmo que ela gritasse por ajuda, suas súplicas nunca sobrepujariam o barulho que a turba bêbada fazia no andar superior.
Dessa forma, levando chakra à marca no pulso, ele invocou duas kunais e as arremessou com toda força contra as duas dobradiças, acabando por cerrar a porta de ser aberta. A garçonete se assustou com os ruídos e logo começou a se debater e a gritar, mas como previsto, ninguém a ouviria.
Segundo passo. – Pensou ao juntar as mãos num pequeno selo para transforma-se na mulher que acabara aprisionar. Subindo as escadas rapidamente, ele alcançou as canecas cheias já dispostas no balcão, dirigindo-se à mesa dos seis piratas e seu alvo. Logo no começo da caminhada, Daisuke já notava s olhos libidinosos do primeiro pirata. Caindo na personagem, o Akatsuki começou a sorrir e assim que se aproximou encarou-o com um olhar safadinho, puxando-o para as escadas laterais que davam para um conjunto de quartos. Aquilo até tinha sido fácil, pois o homem o seguiu sem pestanejar.
-
Você é bem avançadinha. – Comemorou o pirata, retirando sua espada e cinto parra deitar-se no colchão de palha dentro do quarto. Contudo, ao invés de ver a mulher retirando a roupa, viu Daisuke que desativava o henge enquanto invocava sua soqueira de metal, atingindo o pirata com um golpe certeiro na testa. O homem não teve tempo de alcançar sua arma e logo teve seu crânio esmagado pela força descomunal da marionete.
Menos um. Levantando-se, ele agora pensava numa maneira de separar os outros cinco... Ou pelo menos colocá-los uns contra os outros.
Já sei! Juntando as mãos num rápido selo, Daisuke espalhou seu chakra pelo corpo e o dividiu para criar um clone das sombras.
Já sabendo o que fazer, a cópia efetuou alguns selos e concentrou chakra pelo corpo o se misturar com a sombra do verdadeiro. Agora era a vez do original se transformar no pirata que acabara de matar. Baixo e atarracado, o homem tinha uma barba falha e cabelos pretos presos por um coque no alto da cabeça. Buscando o equipamento que o morto deixara no chão, Daisuke terminou seu disfarce e aguardou por mais dez minutos até que finalmente retornou ao grupo. Os homens afoitos logo fizeram festa com a chegada do “garanhão”, e como o ninja já estava acostumado com as gírias piratas, foi fácil convencê-los de que a mulher ainda se recuperava pela sua potência na cama. A gargalhada foi geral. –
Preciso mijar. – Avisou outro, dirigindo-se para fora do estabelecimento.
-
Espera... Vou contigo. – Esbravejou o outro pirata sentado à mesa.
A cópia não contava com isso. Com esperteza, o verdadeiro Daisuke caminhara até o grupo e quando estavam conversando sobre as ancas da garçonete, sua cópia saía da própria sombra para tomar o controle da sombra do que sentava ao seu lado, tentando retirar aquele pirata de lá com a desculpa de ir ao banheiro. Foi uma manobra inteligente, porém arriscada. E agora, a sombra tinha que lidar com mais um pirata.
Terei que improvisar. Assim, as portas se abriram e logo a brisa gelada da noite fez o corpo capturado tremer. –
Está frio aqui fora... Minhas bolas vão congelar. – Brincava o outro, dirigindo-se a um canto escuro para aliviar sua vontade. Seguindo-o às costas, o clone do Akatsuki saiu da sombra do inimigo e antes que esse pudesse gritar por ajuda, a cópia já rasgava sua garganta com a kunai que acabara de invocar.
O corpo sem vida foi logo amparado para não fazer ruído, deixando o outro sem perceber a aproximação. Enquanto isso, o outro pirata parecia inebriado com o alívio encontrado à beira de uma árvore, quando o nukenin chegou com velocidade. Aproveitando a inércia do movimento, Daisuke apontou a lâmina já ensangüentada e com tremenda força trespassou o pescoço do segundo alvo, prendendo-o contra a árvore numa morte instantânea. Agora só precisava encontrar uma maneira de enganar os outros três na mesa. Então, pensando rapidamente, a imagem invocou um pergaminho, abrindo-o apenas o suficiente para visualizar um selo. Injetando chakra no desenho após um breve selo, logo uma marionete veio à tona, a qual tocou para transformá-la no terceiro homem que acabara de matar.
Aquele controle seria difícil... Principalmente porque a marionete não podia falar. Mas não tinha jeito. Enviando chakra pelos transmissores de chakra, a marionete transformada foi ativada enquanto a imagem do nukenin transformava-se no outro. Agora só faltava retirar os outros três de vista para que pudesse finalmente atacar o alvo.
Merda trabalhosa! – Irritava-se em pensamento, enquanto cuidadosamente direcionava a marionete ao seu lado, acabando de entrar novamente no bar. Cambaleantes, os dois sentaram-se à mesa, sob as gargalhadas dos outros. O verdadeiro Daisuke já parecia bem enturmado. Com piadas e chavões, o Akatsuki disfarçado distraía o restante do grupo, enquanto manipulava seu chakra para enviar uma ilusão discreta para o cérebro do quarto elemento.
Agora só faltavam três seguranças e o alvo. Parecendo despreocupado, o gordo-alvo pagava tudo para todos com o dinheiro que pedira emprestado ao mafioso que contratara o ninja. Ostentando com dinheiro alheio, o alvo pediu mais uma rodada de cerveja quando percebeu uma confusão vinda do balcão da espelunca. Aos berros, a garçonete que ele achava que estava no quarto surgiu com as mãos feridas pelas pancadas que dera na porta para fugir. –
Alguém me prendeu! – Ela reclamava.
Merda. Fui descoberto. Estranhando que a mulher estava ali e não no quarto, os seis seguranças se entreolharam e antes que pudessem entender o que acontecia, o verdadeiro Daisuke com agilidade já enrolava a linha shinobi no pescoço do quarto pirata que rapidamente fora decapitado com a tremenda força que o nukenin puxara a linha. Agora a confusão instalara no bar.
Vendo o original agir, a cópia se revelou, levando chakra ilusório à mão esquerda, atirando-a com toda força contra a tepora do pirata ao lado que percebeu a movimentação, mas se protegeu com o braço no lado oposto, tardiamente percebendo que estava numa ilusão da imagem inversa. O punho que molda a mente direto no cérebro enviou a energia para as terminações nervosas e o genjutsu acabou por amplificar a dor de tal forma que o pirata gritou em desespero e caiu inconsciente. Nesse momento a cópia comandou a marionete que atacasse o outro, mas este já saltava de sua cadeira com o protegido nas costas. Os gritos e o desesperam com a cena violenta obrigava os freqüentadores saltarem pelas janelas e se abalroassem pela porta da frente. Uma verdadeira confusão.
-
Corra... Vou atrasá-lo! – Comandou o último pirata.
O gordo balbuciava e cambaleava na direção da porta quando a cópia e a marionete avançaram contra ele. Mas numa velocidade incrível, o pirata arremeteu contra eles, sacando sua cimitarra gigante num giro luminoso que dividiu a marionete e o clone num só golpe. Só então Daisuke percebeu que por azar ele deixara o pirata mais forte por último.
Essa não. Desesperado, o gordo empurrava os outros a sua frente que caíam por cima da mesas e cadeiras, ensandecido pelo medo da morte. –
Ok, não tenho tempo pra isso. – Reclamou o assassino. Disparando em grande velocidade contra o último pirata, arremetendo a perna num poderoso chute lateral, Daisuke mal percebera que o adversário se agachava numa rápida esquiva enquanto buscava um frasco de molho que jazia quebrado no chão.
Com uma das pernas ainda no ar, o nukenin sentiu a outra deslizar perigosamente, acabando por estatelar-se dolorosamente no chão através das cadeiras e mesas caídas. Com as costas danificadas, ele ainda percebeu a sombra do pirata que arremeteu sua espada contra seu braço direito, decepando-o num só corte. Mas quando se preparava para atingi-o no peito, Daisuke rodopiou em sei eixo e se teleportou para as costas do atacante, num selo hiraishin que havia imbuído na mesa em que estava. –
Mas o quê?! – Exclamou o pirata, elevando a perna na retaguarda para atingir o Akatsuki diretamente o peito. O impacto jogou o corpo metálico contra a parede destruindo tudo com várias avarias. Aquilo estava demorando demais e o gordo estava quase escapando.
Pensando numa estratégia rápida, ele se levantou e encarou o pirata com seriedade. Aquele homem era realmente forte. Porém, o Akatsuki percebeu que a única fraqueza do sujeito era o seu trabalho: Proteger o gordo. Então, sorrindo com malícia, Daisuke utilizou a última mão que tinha para arremessar uma kunai com papel explosivo na turba em que o gordo se misturava. O pirata percebeu a estratégia e saltou a frente da lâmina, atiçando sua arma para desviar a trajetória mortal. Mas era isso que o ninja queria. Utilizando uma técnica básica como o kawarimi, o nuke trocou de lugar com a kunai assim que o estalo dos metais a desviou de rota. Surgindo ao lado do pirata, a tarja explosiva estourou forte no local onde o nuke estava, criando uma confusão de destroços de vidro e madeira.
Aquela comoção foi suficiente para que o ninja protegesse seu corpo metálico às costas do pirata que sem entender o que acontecera, não escapou de ser perfurado pela farpas que açoitaram todo o recinto. Agora a carnificina estava completa. O pirata, cuspindo sangue, apoiou-se na espada como se desistisse de lutar. Enquanto isso, o gordo ainda rastejava para fora, por sobre os corpos dos bêbados que gemiam cobertos de sangue. –
Agora é hora da cobrança. – Brincou o nuke, agarrando o alvo como braço inteiro. Pena para o gordo é que ele não estava ali para negociar. A missão era uma só: Matar. E foi isso que fez... Olhando nos olhos do alvo, a morte sorria. E a longe, pela fria madrugada, o gritos do moribundo ecoaram sinistramente.
FIM
- Spoiler:
Querido avaliador... Caso existam pontos a retirar para chegar aos “7”, favor não abater no Raciocínio, na Constituição ou no Kenjutsu. Por favor.
Assunto: Missão Privada Rank A - Morte Encomendada 
Seg 11 Jan 2016 - 23:54
