A tempestade continuava a enviar sua fúria sobre o nukenin, que se mantinha escondido entre os arbustos úmidos à beira de uma trilha lamacenta. –
Vamos lá Daisuke... Mimimi Daisuke... Cuide do posto para nós, Daisuke. – Balbuciava reclamações da missão dada por seu colega que administrava o Buraco, que agora estava preocupado com a mercadoria que passaria pelo novo posto de vigília do País da Areia. Ele havia saído mais cedo da comitiva por causa dessa missão.
Vamos lá. – Pensava ao levar chakra às pernas e disparar em toda velocidade na direção do posto-alvo. Agilmente e silenciosamente, ele ziguezagueava a vegetação com desenvoltura até levar chakra aos pés e disparar para a copa das árvores em velozes shunshin até chegar onde queria: Diante de um pequeno posto de fronteira, onde podia ver cerca de quatro ninjas da areia que tomavam café enquanto esperavam a chuva diminuir. "
Como vou tirá-los de lá numa chuva dessas?" – Pensava, tentando conceber alguma ideia até que viu a geografia do lugar e a ideia surgiu.
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Vamos lá Daisuke... Mimimi Daisuke... Não terá muita chuva, Daisuke. – Ainda sussurrava reclamações quando atirou-se em velocidade na direção da alta encosta rochosa que ficava do lado oposto ao posto-alvo, usando seu chakra para moldar a luz ao seu redor e tornar-se translúcido, invisível. Suas reclamações continuavam quando finalmente atingiu o topo, onde existia um emaranhado de rochas moldadas pela natureza. Lá de cima, o ninja ajeitou a capa de chuva para tentar enxergar a fraca iluminação do casebre onde os soldados jogavam cartas. Fazendo mira, ele se colocou atrás dos pedregulhos e injetou chakra nos braços para multiplicar sua força a fim de empurrá-los ladeira abaixo. Seus pés logo ganharam uma tonalidade azulada à medida que os prendia na lama para não escorregar, mas mesmo após alguns segundos de gemidos de esforço, nada aconteceu. As pedras permaneciam no lugar.
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Bom, vai ser do jeito mais bruto. - Suspirou ao perceber que teria que usar seus golpes para desprender as rochas. Assim, posicionando-se mais uma vez, ele envolveu seu punho com chakra e esperou o som do trovão para esconder o ruído do choque de seu soco. O brilho e o ruído não demoraram, e logo um grande relâmpago dividiu o céu e em seguida o ribombar do trovão tremeu todo o vale.
Agora! - Concluiu ao atiçar seu punho com toda força num potente Okashô que trincou a rocha. Como esperado, a pancada causou um grande desmoronamento que fez ceder a superfície da encosta, levando o descuidado nukenin junto. –
Merdaaaaa! - Daisuke escorregava descontroladamente na direção do casebre, tentando ao máximo diminuir o dano que recebia dolorosamente na descida por causa dos pedregulhos que quicavam para todos os lados, quando finalmente os soldados estranharam a movimentação e olharam pela janela.
Desesperados, os sunanins abandonaram o posto em desespero para testemunhar que tudo fora arrastado e completamente destruído, num espetáculo de rocha e lama. –
Nossa! Essa foi por pouco! - Comemorou um deles, sob a chuva. Enquanto isso, um pouco mais à frente, protegido pela escuridão, Daisuke se esforçava para ganhar a superfície, ferindo seus dedos ao cavar, quando finalmente saiu do barro que o encobria. Foi por pouco.
Pelo menos consegui o que queria. – Raciocinou ao ver que seu plano dera certo. Então, tomando um pouco mais de ar, o homem se esgueirou às margens da floresta que limitava o outro lado da trilha para observar os soldados que enfrentavam a chuva à procura do rádio para pedirem ajuda.
Distraído, um dos ninjas tateava as mãos na lama quando se afastou o suficiente dos outros para ser o primeiro alvo do ataque. Ele mal percebeu que o nuke se aproximava num veloz shunshin, elevando o braço com toda força em gancho, dando-lhe um forte "Lariat", usando a mesma força para puxá-lo com violência para dentro da mata numa só passagem. Derrubando-o no chão, o grisalho ainda o atingiu com um chute lateral no rosto para terminar por apagá-lo.
Menos um. Verificando que o grupo não tinha percebido o sumiço do companheiro, Hiroshi esgueirou-se novamente e juntou as mãos num selo ao usar chakra doton para se enfiar na lama como um verme. O segundo ninja passou por ele também à procura do rádio, quando Daisuke levou chakra à tatuagem e invocou sua linha shinobi para laçar o pé do alvo, puxando-o com toda força pela lama.
E quando o homem surpreso tentou gritar, o Akatsuki já caia sobre ele com o cotovelo arqueado. O sunanin soltou um gemido alto que foi abafado pelo som do trovão e logo ficou inconsciente.
Faltam dois. - Comemorou para retornar à lama e sair à procura de uma nova emboscada. –
Ei, onde estão os outros?! - Procurou o que parecia ser o comandante, apertando os olhos para tentar enxergar entre as grossas gotas d’água.
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Não sei. Devem ter ido mijar. - Gritou de volta o último, ainda ocupado em achar o rádio.
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É verdade. Ele foi mijar, mas vem daqui a pouco. - Respondeu Daisuke, já transformado por um dos colegas do capitão.
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Idiota! Num momento como esse?! - Retorquiu o comandante, dando de ombros ao continuar a procurar o rádio. Suspirando aliviado por não ter sido descoberto, o Akatsuki fingiu procurar na lama escura sob a chuva quando se aproximou do outro, passando por ele fingindo distração e quando mais um relâmpago rasgou o ar, o nuke levou chakra ao punho, arremetendo-o contra a nuca do sunanin, que caiu abruptamente no chão para receber outro golpe final, fazendo-o “dormir” quando um grito sobrepujou ao ruído da tempestade. –
Achei! - vibrou o comandante, retirando o rádio de seu bojo para solicitar ajuda quando percebeu que uma kunai acabara de cortar o fio do rádio. Daisuke tinha arremessado a arma com precisão milimétrica.
-
Mas o que...? – Exclamou o último, ao virar-se para testemunhar que apenas um nukenin estava de pé além dele. Olhando ao redor, o homem engoliu seu orgulho e tentou fugir pela estrada. Seus pés enfiados na lama diminuíam sua velocidade, mas não do loiro que usou sua energia mais uma vez para realizar mais um shunshin que o fez se aproximar rapidamente do último ninja, quando efetuou mais um par de selos para eletrocutá-lo ao enviar seu chakra raiton contra ele. Ensopado, o capitão caiu de joelhos e caiu inconsciente no chão. O serviço tinha terminado. A passagem estava segura, agora só faltava ele limpar o estrago que tinha feio na estrada. Dessa forma, pegando uma pá dentre os destroços do posto derrubado, ele começou a cavar para liberar a pista até a chegada da comitiva ao amanhecer. –
Realmente Preciso de férias. – Reclamou por último.
FIM