O sol ardia mais do que nunca em Iwa, percebo isto enquanto durmo e acordo por isso. Durante os minutos seguintes, aprumo-me com meu traje habitual: um colete branco sobre o peito, calças boca de sino brancas, sandálias azuis, tanto nas costas, e bolsa de armas nas nádegas. Em seguida, alimento-me com pães frescos e suco. Antes de sair do meu lar, peço boa sorte ao meu avô, dando um caloroso beijo em sua testa enrugada, me despedindo de forma digna. Ao caminhar despreocupado pelas ruas de Suna, observo o movimento de comerciantes, suas cabanas e carroças, a correria desenfreada de crianças, as fofocas das mulheres e a patrulha de shinobis da vila. Neste meu andar, reflito sobre o quão deveria me tornar forte o bastante para protege-los, sinto essa responsabilidade em minhas mãos, sinto que não sou feito para ser uma pessoa comum, semelhantes as ali presentes, sabia que meu destino na história, seria determinante na vida dessas pessoas... pfumt... chego ao campo de treino, lugar bem calmo, de terra macia, no entanto, bem mais dura do que a do deserto, de brisas calmas e aconchegantes, de troncos e alvos aos montes e judiados por kunais, de... “ Opa, meu sensei”
- Olá Smelost-chan, como vai ?
- Hey sensei, vou muito bem
- E o senhor ?
- Vou indo...Er...Sigamos ao treino
“Direto como sempre, kkkk”
- Vamos
Neste momento, ele se dirigia não a um tronco ou a um alvo, como sempre, tinha seus próprios equipamentos de treino, afinal, não concordava em muito com alguns treinos shinobis, ia a uma aréa deserta do campo e me dava uma pá...
- Cave um circuito
- Tem até a tarde para isso
- Mas o que...
- Vamos logo, tempo é dinheiro e poder
- Lembre-se disso...
Furtava a pá de uma sacola, então, enfio a pá na terra e levanto, com uma certa dificuldade, um montante de areia, lançando-o fora, sinto um ardor nas mãos, continuo, levanto outro e outro e outro, de forma ritmada. Após duas dezenas, sinto um dor entre a palma da mão e os dedos, já se avermelhava, olho para o sensei, enquanto, ele me olha seriamente...” Não vou parar agora”... Enfio e levanto, novamente, a pá, analisando que quanto mais a usava mais me familiarizava com ela, embora, a dor aumentasse cada vez mais e sua textura de madeira ajuda quanto a isso. Após mais uma dezena, não aguenta mais aquele ritmo e peço tempo ao meu sensei para beber água...
- Agora não
- Por favor...Está quente
- Siga com isso, agora !
“Aff, que saco isso !”
Não havia o que fazer, devia continuar. Me posicionava e lentamente tentava retornar ao ritmo, cavando mais e mais e avaliando a delineação do terreno, para ficar perfeito, afinal eu era do tipo perfeccionista. Passa-se meia hora e minhas mãos já começam a calejar, no entanto, sabia que não adiantava argumentar contra meu sensei, somente olho-o com semblante raivoso ele continua me acompanhando seriamente. Após terminar, a metade do circuito minhas mãos sangravam levemente e sem menos esperar, meu sensei aparece ao meu lado oferecendo água, não demora a pegá-la e bebe-la com gosto...
- Não beba muito, vai ficar preguiçoso e pesado !
Retirava, então da minha boca, e voltava ao seu lugar. A raiva contaminava meu corpo, no entanto, uso-a para trabalhar com mais empenho, o que, realmente, foi bem difícil, porém, altamente útil. Assim, repito e repito por mais duas horas, com o suor pingando em todo corpo e, principalmente, no meu rosto moreno, já desgastado pelo sol, e as mãos... “Meu deus !!” ... totalmente vermelhas, repleta de calos e com muito sangue em locais pontuais. Apesar disso, ao avistar o circuito, percebo a sua completa forma. Explodo em alegria, uma tal que faria de novo todo o projeto... “Faria ?!?!” ... Embora estivesse muito animado, meu corpo não se aguenta mais sozinho e venho a desmaiar. Um pouco depois, acordo apoiado em uma das árvores recebendo um brisa sensacional, e com alimentos ao meu redor, procuro meu sensei...
- Vamos coma !
- Você merece !
- Estou indo, amanhã nos vemos aqui no mesmo horário
- Tchau
E de um galho, logo em cima de mim, vejo-o sumir entre as árvores. Pelo jeito, agradei-o, no entanto, amanhã terá um novo desafio, preciso agradá-lo novamente. Me alimentava, portanto, do que ali havia, para recuperar minhas forças e voltar para casa, afinal um longo dia está por vir...