Treino Anterior:

O quarto não era luxuoso, muito menos confortável. Aquele era um cubículo com cerca de quatro metros quadrados sem janelas, deixando a responsabilidade pela ventilação apenas para algumas frestas entre o telhado e as paredes de madeira velha. Estava frio, apesar do fogareiro que crepitava no centro do cômodo onde se fervia água para a próxima troca de curativos. É o jeito. - Pensava Daisuke, ao se sentar com uma expressão de dor em seu rosto. Não fazia muito tempo que tinha completado uma dura missão e agora pretendia descansar o quanto antes para curar seus ferimentos e sair dessa hotzone o quanto antes. Afinal, provavelmente os capangas do mafioso que assassinara ainda estavam procurando por ele em todos os hotéis que existiam no País da Neve e, por isso, resolveu hospedar-se numa pequena e humilde pousada à beira de um lago congelado.

Estendendo as mãos na direção do fogo, o ninja rapidamente conseguiu ouvir o leve ranger do velho tatame que existia no corredor, indicando que alguém se aproximava. Preciso tomar precauções antes. - Raciocinou enquanto levava chakra à tatuagem e invocava uma kunai com o selo hiraishin afixada no objeto. Apertando a arma com certa força, logo algumas gotículas de sangue brotaram das bandagens que se envolviam nos seus dedos. Ele estava pronto para se defender quando um suave odor de jasmim chegou às suas narinas. Nesse momento seu corpo descansou, pois... Nenhum capanga seria tão cheiroso daquela maneira. - Concluia com sagacidade ao tempo em que arremessava a kunai na direção do teto do quarto, precisamente numa das abas do ventilador-de-teto que rodopiava lentamente para fazer com que o ar circulasse no cubículo. - Enfermeira! - Identificou-se a mulher.

O akatsuki autorizou a entrada quando a moça adentrou no quarto com uma bandeja cheia de gaze e pomadas. Aquela seria mais uma dolorosa sessão de troca de curativos por todo o seu corpo. Todo o procedimento durou cerca de trinta minutos e quando a mulher saiu, deixou para trás o nukenin exausto e dormente pela pomada anestésica que lhe dava o maior barato. Uhuul! - E Daisuke recostava a cabeça na manta dobrada que usava como travesseiro, caindo no sono em instantes. Em seus sonhos ele via imagens surreais de anjos flutuando ao redor de seu quarto quando um deles lhe desferiu um grande tapa que de tão real deixou a impressão de ardência na sua bochecha esquerda. - Que merda. - Sussurrou irritado, pronto para dormir novamente quando uma discussão entre algumas pessoas no corredor chamaram sua atenção. Onde ele está, mulher? Fale. - Dizia uma das vozes num tom bem baixo como se não quisesse ser descoberto.

- E.. Eu... Não... - Ela falava com nervosismo quando um estalo ecoou pelo corredor. O ruído do tapa logo foi seguido por outro de queda e gemidos de dor. A mulher estava apanhando para defendê-lo. O coração de Daisuke começou a bater mais forte. Seu corpo, apesar de ainda dormente pelo forte analgésico, não foi páreo para a vontade de lutar do rapaz que usou a força de seus braços para se levantar o mais silenciosamente possível. Preciso saber quantos são e onde estão. Fugir simplesmente deixaria a mulher à mercê deles. - Sua mente de estrategista funcionava quando ele efetuou alguns selos e manipulou seu chakra doton na direção de sua mão esquerda, precipitando-a rapidamente ao solo. E como ondas de energia, o chakra começou a identificar todos os envolvidos na confusão por trás da parede. - Existem três com a mulher. Ela ainda está no chão. - Sussurrou para si.

Com ela no chão, posso utilizar armas de longa distância por cima. - Planejou enquanto usava mais uma parcela de chakra para invocar seis shurikens na medida que cambaleava até a fina parede. Ele sabia que teria que efetuar arremessos fortes o suficiente para que conseguissem atravessar a fina parede de palafita e ainda matar seus algozes. - Então vamos lá. - Disse ao se concentrar na direção dos homens que pareciam esperar que a moça se levantasse. Argh! E com arremessos com toda força, Daisuke açoitou a parede com os projéteis que, como planejado, fizeram pouco para impedir sua trajetória mortal. O silvo surdo do metal contra a carne foram seguidos por breves gemidos de dor que silenciaram rapidamente. - Ai meu Deus! - Assustada, a mulher gritou pelo corredor até se calar de repente. Outros. - O akatsuki percebeu. Em breve eles estariam no seu encalço. E mais certo ainda usariam a mulher como escudo. Era hora de sair.

Então, juntando chakra no punho direito, o nukenin caminhou até a parede que dividia a pousada do lago congelado e então usou sua força descomunal para desferir um fortíssimo soco que fez a madeira ruir, deixando o vento daquela fria manhã adentrar e apagar o fogareiro. Seu corpo dormente quase não sentiu o choque térmico, mas seus ouvidos perceberam a aproximação de cerca de cinco pessoas. Três pelo corredor e mais dois, dando a volta na pousada na direção do buraco. Estava cercado. Rapidamente os homens surgiram de ambos os lados e se revelaram. Eles não pareciam com capangas, mas sim com pessoas comuns, pois vestiam roupas de frio normais - muito diferente dos uniformes militares que os capangas usavam. Contudo, eles pareciam dispostos a usar seus ferimentos para matá-lo. - De quanto é a recompensa? - Perguntou aos homens que pareceram surpresos com sua afirmação. Não são capangas. Não parecem ter experiência. Só podem ser caçadores amadores. - Concluiu.

- Entregue-se, ou te levaremos morto! - Comandou um deles.  

A única coisa que Daisuke conseguia ouvir era "blá, blá, blá". Ele até achava engraçada toda aquela situação, afinal, teria mesmo que pagar pela parede que acabara de derrubar. - Maldito! - E sua breve risada foi logo interpretada por um ato de desdém e o primeiro homem às suas costas atacou com a vara de bambu que ele carregava. Brack! E a madeira se rompeu na testa do nukenin que pareceu sequer perceber o golpe. Não sentiu dor por causa dos analgésicos. Mesmo assim o golpe rompeu sua pele e o sangue desceu pelo nariz e gotejou até a bochecha. Os cinco pareciam surpresos porque o ninja ainda continuava de pé e sem tomar qualquer atitude, quando outro deles buscou uma garrafa seca de saquê deixada ao relento por algum bêbado, arremetendo-a contra a nuca do rapaz. Crash! - E a garrafa ficou estilhaçada com a pancada que tonteou Daisuke, obrigando-o a cambalear para frente agora com a nuca ensanguentada. Novamente não sentiu dor.

Mas preciso agir antes que me matem sem que eu sinta. - Brincou consigo quando olhou para o homem que acabara de acertá-lo com o objeto. Nesse momento os outros quatro sacaram suas adagas que até agora descansavam na sua cintura, numa demonstração de que não queriam mais levá-lo vivo. - Ok. Vamos começar. - Sussurrou enquanto usava toda sua força nas pernas para impulsioná-lo alto numa ágil pirueta por cima dos dois que guardavam sua retaguarda. Seus pés novamente tocaram o interior de seu quarto, deixando-o sozinho momentaneamente com estes dois. Assim não terei problema em defender todos os lados e apenas a frente e um flanco. O estrategista analisou a situação com inteligência, esperando o primeiro dos dois desferir uma estocada com a adaga na direção de seu peito. Rapidamente Daisuke gingou agilmente pela lateral e agarrou o punho deste, puxando-o contra si com toda força para desequilibrá-lo o suficiente. O primeiro homem gritou surpreso, mas logo foi posto para "dormir" quando o Akatsuki desferiu um forte soco na sua nuca.

O segundo homem percebeu que estava sozinho e vacilou por milésimos de segundo antes de atacar. - Inexperiente. - O sussurro do lutador foi a última coisa que esse homem ouviu antes de cair pesadamente no chão ao ser atingido por um fortíssimo chute lateral que o impulsionou contra a parede já danificada pelas shurikens. Brack! - E a madeira cedeu, deixando o segundo caçador cair inconsciente por cima de seus três amigos mortos. Nesse momento, os três que estavam do lado de fora se engalfinhavam para entrar no quarto e logo um deles conseguiu entrar. - Vai morrer! - Esbravejou ao se jogar contra Daisuke que, ainda sob os efeitos do analgésico, não conseguiu se esquivar com presteza, deixando a lâmina riscar seu peito já coberto por ataduras. O sangue novamente gotejou para fora do corte e a queimação característica pareceu incendiar a vontade de luta do nuke, fazendo-o usar uma parcela de chakra para usar o selo hiraishin preso à kunai que ainda girava no ventilador. Vosh!  

- Hã?! - E o homem arregalou os olhos sem perceber que o inimigo se teleportara para sua retaguarda, efetuando alguns selos enquanto enviava chakra para o punho direito que ganhou uma coloração arroxeada. Kiai! - E o Hiroshi atingiu o terceiro com um fortíssimo direto de direita na coluna. O tai-genjutsu do "Punho que Afeta a Mente" logo agiu para amplificar a dor a tal ponto que o sujeito gritou em agonia e caiu inconsciente no chão. Nesse momento, ao verem o que restou de seus amigos, os últimos homens se entreolharam com pavor e desistiram do ataque num instante. - Não vão escapar! - Gritou o estrategista, já sabendo que se um deles escapasse, logo a pousada estaria cheia de caçadores de recompensas. Então, rapidamente ele invocou um kunai com papel pegajoso, arremessando-o no meio dos fujões. E com um simples selo, o nukenin acionou a tarja no momento exato para que a gosma pudesse aprisionar os dois homens que escorregaram na gelo completamente cobertos pela gosma pegajosa. Agora o combate tinha terminado e Daisuke, ainda ferido, se sentava no quarto para esperar mais cuidados médicos.

Reservo.

Avaliação do Old Man Ryu

Ninjutsu: 97,75 + 0,5 = 98,25
Taijutsu: 111 + 0,5 = 111,5
Kenjutsu: 106,5 + 0,5 = 107
Genjutsu: 22,25 + 0,25 = 22,5
Selos: 62,75 + 0,25 = 63
Trabalho de Equipa: 6,5

Força: 117,75 + 0,75 = 118,5
Agilidade: 126,25 + 0,25 = 126,5
Controlo de Chakra: 162 + 1 = 163
Raciocínio: 55,25 + 0,75 = 56
Constituição: 117 + 0,75 = 117,75

Total de Treino: 5/5

Total de Habilitações: 985 + 5 = 990

Comentários: Nem vou comentar a escrita excelente e a fluidez do combate. Impressionante!

Falta pouco para as 1000 Habs em!

Tudo atualizado!