Hiyama Kyohei
Treino 10
Revisões
- Pronto. - Takaeru dava-me uma palmada nas costas, empurrando-me para a frente dele. - Vamos aproveitar esta aula matinal para rever alguns jutsus teus e ajudar-te um pouco na área do Genjutsu. Primeiro, quero que refaças os dois jutsus que te ensinei na noite de anteontem.
Dei dois passos para trás e preparei-me. Concentrei chakra e com poucos selos criei dois clones ao meu lado. Totalmente idênticos, não se notavam serem feitos de pedra. Sem esperar por ordens superiores desapareci com um shunshin e voltei a aparecer detrás de um deles. Com um Konoha Reppu rasteirei o clone que estava anteriormente à minha esquerda. Depois com três palmadas ascendentes (Shōgekishō) elevei-o no ar e atirei-o contra o chão com um Konoha Daisenpu. Quando ele aterrou desfez-se em pedra, tal como era esperado do jutsu.
Em seguida fiz novos selos e concentrei chakra Doton ao longo de todo o meu corpo. Em menos de um minuto submergi totalmente e voltei a emergir para mostrar que já tinha algum controlo sobre o Doton: Dochū Eigyo no Jutsu.
- Tudo bem. Faz agora alguns jutsus teus. Luta contra o clone se isso te ajudar.
Concordei de imediato, acenando apenas com a cabeça. Voltei-me para o meu clone e ele, tal como eu, concordava com a ideia apresentada. Afastei-me dele com dois pequenos saltos e pus-me numa posição defensiva. O meu clone correu para mim e no último momento desapareceu com um shunshin. Quando notei, estava à minha esquerda e fazia dois selos. Tentei atacá-lo e ao acertar-lhe com um forte murro (Gangeki) vi-o desaparecer numa nuvem de fumo. No segundo seguinte, era eu que levava um forte murro na cara e era atirado vários metros para a minha direita. Rebolei no chão até parar e quando finalmente parei apenas tive tempo de concentrar chakra e fazer alguns selos. Conforme bati com a mão no chão várias senbons de pedra eram lançadas na direcção do clone que me voltava a tentar atacar. O jutsu de última hora não resultava, com o clone a defender-se de quase todas as senbons e comecei a fugir para ganhar tempo. Concentrei chakra nos meus pés e subi alguns metros pelo tronco de uma árvore. O clone seguiu-me e nessa altura larguei-me para dar uma cambalhota no ar e aterrar em pé. Fiz três pequenos selos e com um pouco de chakra criei duas cópias minhas. Eram apenas ilusão, mas esperava que o clone não suspeitasse disso. Depois com um salto para trás, ambos os três Kyoheis fizeram os mesmos selos e depois esperaram que o clone chegasse ao chão. Entretanto, já o clone de pedra destruía uma das ilusões com uma kunai e ao tocar no chão via o seu tronco ser perfurado por um de vários espigões de pedra que emergiram num ápice. Cansado voltei a aproximar-me do meu professor e esperei pela lição do dia.
- Já está? - Perguntou-me ele sem tirar os olhos do seu jornal. Mantive-me calado como resposta. - Ok. Mostra-me que genjutsus sabes. Preciso saber em que ponto estás.
Suspirei. Sabia que Genjutsu não era a minha área, já Aki mo tinha dito e mostrado. Procurei no meu reportório de artes ninjas, que ilusões sabia provocar e só me lembrei de uma muito simples. Fiz alguns selos, concentrei chakra e criei a ilusão de que uma pedra se encontrava no colo do sensei.
- A sério? É isto que sabes fazer? - Retirou o jornal da frente e olhou-me algo desapontado. - Vais dar-me mais trabalho do que pensei. Vamos ver como te safas...
Sem me dar conta, o meu corpo começava a pegar fogo. Primeiro as pernas e em poucos segundos as chamas subiam para todo o resto do meu corpo. Entrei em pânico e lancei-me ao chão para rebolar na terra. As chamas não paravam, tinha a sensação de estar a ser queimado. Via as minhas roupas a serem devoradas pelo fogo e notava o meu coração a bater cada vez mais rápido. Raciocinava a mil a hora, numa tentativa de descobrir maneira de apagar aquele monstro vermelho e laranja até que num lampejo de electricidade o meu cérebro acordou. Fiz um selo e concentrei parte do meu chakra. Disse para comigo mesmo "Kai" e quando abri os olhos outra vez, as chamas nunca tinham existido e a minha roupa estava tal como estava antes, apenas mais suja de poeira.
- Óptimo. Já o conheces, a tua próxima reacção já não será de pânico. O tempo parece que vai piorar não é?
Estranhei a pergunta e olhei para o céu. Estava limpo, pelo menos nos standards de Kumo. Sem aviso um trovão caía mesmo à minha esquerda! Saltei de susto e a alguns centímetros de onde aterrei, um novo trovão caía.
-
Ninjutsu? - Pensei eu. Era estranho a pontaria daquelas descargas eléctricas. Dois outros caíam quase seguidos, um à minha retaguarda e outro atràs de mim. Tentei mover-me mas conforme me mexia o meu corpo parecia levar pequenos golpes eléctricos. Era como se estivesse a apanhar vários choques de electricidade estática! - Kai! - Concentrei mais uma dose de chakra a electricidade que sentia no meu corpo desaparecia gradualmente.
Takaeru olhava para mim. Parecia estar a ficar agradado com o meu desempenho. Dobrou o jornal em quatro e arrumou-o na cadeira de rodas.
- Vá. Vai-te embora. São quase horas do almoço e tens que ir trabalhar. Pede ao velho Tohma para te arranjar um livro sobre ilusões shinobi conhecidas.