Os fiéis seguidores de Broly, após se curvarem com respeito para o seu criador, separaram-se, dirigindo-se cada um deles para os seus respetivos postos, anteriormente discutidos em grupo.
- Tens a certeza que tens tudo controlado, Broly? – Questionou Makimoro.
- Obvio. Não sou propriamente um estrategista ou líder, mas preparei-me durante quase dois anos para isso. O plano vai resultar, afinal de contas, de nós os vinte só preciso que quatro sobrevivam. – Sorriu maldosamente, expondo claramente o que pretendia com os seus servos.
- Não me referia a este controlo, Broly. - Sussurrou ele, olhando desconfiado para Broly.
Passos mudos, curtos e de corrida. Sons de incontáveis vampiros que, em numerosos grupos, se espalhavam por toda a vila, conduzidos pelo seu apurado faro. Corações palpitavam em aceleração constante a medida que o início da guerra se acercava cada vez mais.
Um grupo de vampiros seguia, na sua velocidade sobre-humana, Mikami, enquanto outro grupo perseguia uma mulher de pele escura e longos cabelos lisos, ambos servos de Broly. Depois de darem voltas a várias vivendas e apartamentos, ambos os grupos se encontraram, encurralando os dois servos entre ambos os batalhões de vampiros, tendo ainda vários apartamentos modernos, desabitados, como obstáculos em ambos os seus lados.
- Aqueles não fazem parte do 13º esquadrão? Que lhes aconteceu, parecem diferentes. – Disse o vampiro equipado com traje dos ninjas da nova Hoshigakure, estranhando a aparência dos vampiros do outro esquadrão.
- Aquele não é o 17º esquadrão? Parecem os zombies dos filmes! – Disse uma vampira do 13º esquadrão, referindo-se, por sua vez, ao primeiro grupo.
- Funcionou… - Disse Mikami para a companheira, um tanto mais relaxado, aproveitando a oportunidade para escapar, escalando os enormes apartamentos daquela via.
Os vampiros de ambos os esquadrões viam-se, uns aos outros, de maneira diferente. Suas peles não refletiam aquela palidez habitual, mas sim um negro/acastanhado, e até acinzentado. Estavam podres, como se fossem cadáveres em decomposição, não possuíam olhos e andavam com dificuldade, como se tivessem vários ossos fraturados. O mais estranho é que os membros do mesmo esquadrão viam-se, entre si, de forma normal. No entanto, viam os elementos do esquadrão a sua frente totalmente alterados.
Um vampiro saltou do grupo do 17º esquadrão decidiu dar o primeiro passo, atacando num rápido movimento um ninja do primeiro grupo, tendo sido isto o gatilho do sinal de partida para uma enorme batalha entre companheiros de Hoshigakure. Ambos iniciado uma feroz batalha de sobrevivência, ignorando completamente as leis da sua própria vila.
- Ahah, espero que eles sobrevivem a isso, depois irão rir-se das suas figuras. – Disse Akane Murasaki, que flutuava sobre um dos apartamentos como se fosse um balão. Tudo se tratou de um genjutsu da talentosa “yuurei no kunoichi”, que contemplava o resultado do seu poder.
- Por Broly-sama! – Disse um servo de Broly alto, uma autêntica torre humana (vampírica), fazendo os dois outros servos que o acompanhavam a segui-lo e, diferente do grupo anterior, eles lançavam-se sem medo contra eles, chamando cada vez mais a sua atenção.
Embora se tratasse de três celebres jounins, acabaram por sucumbir frente a ninjas tão poderosos de Hoshigakure. Duas mordidelas foram suficientes para por abaixo a torre vampírica, um golpe de espada bastou para decapitar um segundo servo e, o terceiro, desvanecia em sangue após ter-lhe sido amputados ambos os membros inferiores.
- Prisão de terra - Proferiu Broly, que se posicionou durante toda esta luta contra o sentido do vento, com o intuito de não ser detetado pelo olfato apurado dos habitantes daquela terra. Ao redor de todo aquele aglomerado de vampiros, uma cúpula de terra surgiu, cercando aqueles vampiros por todos os lados. Seguidamente realizou o seu ninjutsu “assinatura”, wangetsu no kinzoku, e dentro daquela cúpula de terra surgiam, desde as paredes, teto e solo, dezenas lâminas de metal afiadas, perfurando tudo o que se encontrava dentro daquela proteção de terra, incluindo os seus próprios servos, sem hesitar ou lhes permitir quaisquer hipóteses de fuga.
- Esquadrão 14º, vamos cerca-los! – Disse uma vampira loira, a líder de um pequeno grupo de 10 vampiros, que rodeavam os kage bunshins de um servo de Broly, profissional em clones.
- Não tenho chakra para faze-los explodir mais. Estás a demorar Chikosshi (mil ossos) - Pensava o servo.
Nisto e, embora se tratasse de uma zona onde haviam poucas árvores, caiu uma “chuva” de folhas verdes, lenta e calmamente, como se fossem penas. Apesar da sua beleza e aparente inocência, assim que uma atingiu cerca de metro e meio do solo, rasgou-se numa veloz rajada, surgindo após este acontecimento uma estaca de osso que, de forma quase instantânea, ficou cravada no peito da vampira loira que, sem entender o motivo da sua morte, numa vida em que resistiu mais do que o esperado para um humano, tombou morta sobre o solo.
Os restantes vampiros entraram em pânico. Tentaram descobrir quem e de onde aquela estaca foi lançada. No entanto e, devido a ansiedade da situação, nada conseguiram descobrir até cada folha se rasgar ao nível da altura dos seus corações, e várias estacas de ossos serem disparadas do vazio, sem nenhuma falhar o alvo que era o órgão vital dos vampiros: o coração.
Após a matança, uma leve brisa aglomerou as folhas restantes, surgindo aos poucos um ninja de sobretudo branco, cor dos seus longos e volumosos cabelos.
- De acordo com o plano. – Disse Makimoro sem grande agitação.
-…então és um vampiro? - Disse Nezu
- É verdade meu jovem…mas mais importante que isto…gostas do meu café?
Nezu estava escondido na casa de um dos poucos moradores que permaneciam naquela vila, encontrando-o acidentalmente enquanto se deslocava de casa em casa, sentado a sua mesa a conversar abertamente. Foi onde entendeu que todos os habitantes fugiram para um lugar seguro até o término da guerra com os hunters. O vampiro aparentava ser inofensivo. Estava numa cadeira de rodas, era baixo, calvo, extremamente magro e frequentemente queixava-se com dores em todo o corpo, diferente daqueles selvagens que protegiam a entrada da vila.
- Tanto lixo nesta casa…mas tu não consegues levantar-te da cadeira? Mesmo sendo um vampiro? – Questionou, colocando o seu longo cigarro na boca. Era o seu calmante.
- Infelizmente não somos como os dos contos de fadas…”coff coff”. – Disse o velho. – Mas o que achas do meu café?
- É estranho…não disseste que vives sozinho? Se não moram aqui crianças, como foi parar no lixo tanta fralda suja? - Dizia Nezu apontando para o lixo quase a esbordar.
- CALA-TE E PROVA O MEU CAFÉ! Auch! AI AS MINHAS CRUZES!! – Queixou-se ele com dores.
- Cruzes?!
Enfim… não te irrites velho, já provo…– Disse Nezu, retirando a pequena chávena do pires, onde se podia ler “Koumori no Kuni”, bebendo tudo num único golo. – Magnifico! Adoro esse veneno, tem um sabor único! – Disse Nezu, fazendo a “nice guy pose” para o vampiro que, com a afirmação e a demora que o seu café levava para mostrar os seus efeitos, tentava se afastar na sua cadeira de rodas, transpirando em nervos. Após este curto espaço de tempo é que o mais recente companheiro de Broly se recordou que não é normal outros humanos serem resistentes a esse tipo de venenos. – Tu tentaste-me matar?!
E por instinto, a múmia-humana estendeu uma velha ligadura desde a sua epiderme até a uma grande medalha de ouro situada numa prateleira e, num impulso, bateu fortemente com a mesma na cabeça do velho vampiro, que mal forças para se esquivar possuía, ficando com “socitamuer ed alertse edadeicos” estampado na testa, que era “sociedade estrela de reumáticos” escrito ao contrário, caindo nocauteado no seu chão de madeira.
- Bro, companheiros… sabia que iria arriscar a minha vida ao acompanhar-vos, mas consegui…apesar dos meus receios, matei um vampiro! – Pensou em voz alta, cerrando o punho em sinal de vitória. Fazia-se acreditar que era uma mais-valia para a sua equipa.