- Citação :
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O que foi aquilo garoto? - Perguntava Saiako encostada na saída do vestiário.
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Do que você está falando? - Retrucou Kimura ainda ofegante pela luta.
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Parecia que meu irmãozinho era outro. Seus olhos... - Respondeu, pensativa.
Sem dizer uma palavra, Kimura a deixou sem respostas e saiu em direção aos chuveiros masculinos. Estava cansado e incomodado com sua dor de cabeça que aumentara desde então. Na verdade, nem ele mesmo se lembrava do que acontecera na recente peleja. Apenas flashbacks nublados por uma neblina avermelhada, onde só percebeu que quase havia assassinado seu oponente enquanto caminhava para a saída da arena. Naquele momento, ainda sentia muita fúria. Não só de Mo, mas de todos que o vaiavam. A intensidade de seu sentimento era muito mais do que estava acostumado a "engolir" das incessantes provocações de seus colegas na academia. Suas brincadeiras realmente o tiravam do sério. Mesmo assim, enquanto tomava banho, com a cabeça encostada na parede gelada, ouvia os ecos e gritos do próximo combate.
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Deixou-me falando sozinha? - Disse Saiako no banheiro masculino.
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EI! O QUE ESTÁ FAZENDO? SAIA DAQUI! - Gritou Kimura, tentando esconder seu corpo.
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Só quando me disser o que aconteceu. - Disse, sentou-se lentamente no banco de madeira que dividia os chuveiros.
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Eu não sei. Eu não sei... - Respondia o genin, angustiado por não conseguir se lembrar.
Agora, toda fúria que sentia no combate havia se transformado em grande remorso. Podia ter matado aquele ninja, por causas de suas brincadeiras e provocações infantis. Seja qual for seu sexo, era muito novo para morrer. -
Eu não deveria ter levado tudo tão a sério... - Pensava ao fitar o vazio. Aqueles pensamentos criavam um grande nó em sua garganta. Tão grande que o fez começar a soluçar e então chorar. -
Não sei o que está acontecendo comigo. - Sussurrou caindo de joelhos. Sua irmã o fitava com olhar frio e tenebroso. Com seus olhos amarelados de pupilas verticais, ela não podia esconder a satisfação em vê-lo sofrer, enquanto as pesadas gotas do chuveiro molhavam corpo nu do garoto, onde o sangue de Mo enegrecia a água que descia pelo ralo.
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Você sabe não é? - Disse Kimura engolindo os soluços. -
O que está acontecendo comigo?-
Sei. Na verdade, soube por acaso. Mas cabe somente a você descobrir. - Falou ao se levantar e começar a sair.
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DIGA-ME! DESGRAÇADA! PARE COM SEUS JOGUINHOS! - Desesperou-se, tentando ficar de pé.
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Ha, ha, ha... Se está tão desesperado, vou facilitar para você... – Sussurrou ela com um olhar malicioso.
Kimura acompanhava as passadas de sua irmã para a saída, tomando cuidado para não deslizar no piso molhado. Ele forçava sua concentração para escutar sua irmã sussurrar que naquela noite, estranhamente, seu pai iria sair de casa. -
Lá pelas vinte e duas horas. Apenas o siga em segredo. - Disse ela, contraindo a lateral da boca em mais um sorriso macabro, esticando sua grande língua para fora da boca. Kimura agora estava muito mais angustiado. Principalmente após as insinuações de sua parente. Sentia medo do que aconteceria se a obedecesse. -
Poderia ser mais uma de suas brincadeiras maldosas. - Mas sua curiosidade era muito maior. Queria descobrir o que se passava com ele, afinal, sua vida e seu futuro estariam em jogo.
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E vê se cobre as partes, garoto. - Completou Saiako, despedindo-se num shunshin. Foi então que Kimura percebeu que já estava no corredor da arena, onde todos os transeuntes já o observavam atônitos ao vê-lo completamente nu, ainda com manchas de sangue coagulado criando veios em sua pele branca enquanto derretiam e escorriam aos seus pés. Um de seus pesadelos havia se concretizado: Estava molhado e nu, sob os olhares de todos. Sua vergonha deixou-o sem palavras e logo o garoto correu aos trancos e barrandos para retornar ao banheiro e terminar o banho. Onde ficou pensando no que fazer quando a noite chegasse. A dúvida aidna o perseguia, mas estava decidido a investigar.
FIM