Prólogo | A Lenda da Princesa Sakura |
Capítulo I | O Início |
Capítulo II | Jantar |
Capítulo III | Fujikawa Hideaki |
Capítulo IV | Fujikawa Ichiro |
Capítulo V | Casa de Máquinas |
Capítulo II
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Jantar
Num dos amplos quartos da mansão Fujikawa estavam o garoto de cabelos verdes e a moça de cabelos loiros. Sob a luz emanada da enorme luminária de cristais davam os retoques finais antes do jantar.
_ Então, como estou? – perguntou Keigo a estender os braços e girar para que Aika o visse em 360º.
_ Só uma arrumadinha aqui – falava Aika a ajeitar a gravata do jovem – e mais uma ajeitada aqui. – disse ela a passar a mão no cabelo de Keigo que fecha os olhos quando tocado, deixando a loira sem graça.
_ E agora, estou digno de ser visto ao seu lado? – brincou ele para tentar descontrair.
_ Bobo. – sorriu ela. _ Mas sim, estás lindo. – disse ela a soltar mais um sorriso.
_ Sabias que tens um sorriso muito lindo? – elogiava ele, mas foi interrompido com um bater na porta que se encontrava aberta.
_ Keigo-san, seu pai já está a espera. – falou o mordomo.
_ Arigatou, Arfre-san, já estamos a descer. – agradeceu Keigo. _ Agora só falta uma coisinha... – dizia ele a ir até a cômoda e pegar uma caixa.
_ O que é isso? – perguntou a garota com grande curiosidade e quando o jovem Fujikawa mostra o que havia lá dentro, ela fica em choque. _ Que lindo colar. – Aika mal podia falar.
_ Vais usar isso hoje. – sorriu ele a ir para trás dela.
_ Keigo-kun... – tentava impedir que ele colocasse o colar em vão e acaba por aceitar.
_ Perfeita. – disse Keigo com os olhos reluzentes.
_ Ok, já estou sem graça, arigatou. – dizia ela enquanto dava um sorriso sem jeito com o rosto corado, mal sabia o que falar.
_ Vamos? – pergunta ele a oferecer o braço, que a garota prontamente passa seu braço por dentro.
_ Todos os jantares são assim? Parece que estou a ir numa festa na residência de um senhor feudal. – perguntava a garota enquanto percorriam o grande corredor do primeiro andar.
_ Sim, meu pai gosta dessa formalidade toda, com o tempo você acostuma. – sorriu ele que vestia um belo terno azul marinho feito no País do Rio, na Vila do Artesão.
(...)_ Sim, precisamos dar um fim naquele líder do sindicato, contrate um – falava Rintarō para seus dois outros filhos que já estavam à mesa, mas o som de passos na grande escadaria interrompe a discussão.
_ Wow... – exclamou o filho mais velho ao ver aquela bela loira de cabelos longos descer as escadas com um vestido azul claro que delineava o deslumbrante corpo.
_ Keigo-kōhai, não é nada educado trazer visitas sem avisar. – falou o velho Fujikawa que tinha até perdido o semblante bravo ao ver a jovem.
_ Sumimasen, Otōsan, não tive como avisar-lhe. – falou Keigo a se aproximar da mesa e todos se levantarem por causa da moça.
_ Arigatou. – disse ela um pouco nervosa à Keigo que havia puxado a cadeira para que ela se sentasse.
_ Otōsan, essa é Hanachiru Aika. Aika-chan, esse é meu pai, Fujikawa Rintarō. Aqueles são meus irmãos, Ichiro* e Hideaki**. – e todos a cumprimentaram apenas com um balançar de cabeça, estavam muito admirados com a beleza da garota para poderem se aproximar.
_ Prazer em conhecer vocês. – falou a moça ainda tímida com tamanha formalidade naquele momento da família.
_ De onde és, Hanachiru-dono? – perguntou super educadamente o esperto Rintarō que percebeu que o sobrenome dela era o mesmo da região onde vivia, logo devia ter alguma relação.
_ O clã de Aika-chan foi um dos primeiros da nossa província, mas há duas gerações que se mudaram daqui e essa é a primeira vez que ela volta para a terra dos antepassados. – falou Keigo a inventar uma mentira que deixou a garota um tanto quanto brava.
_ Ah, então não és daqui. Onde nascestes? – perguntou Hideaki, o filho do meio.
_ Ela é do País do Céu. – falou Keigo rapidamente, deixando todos assustados.
_ País do Céu? Não é um país praticamente extinto? – perguntou o velho.
_ Permita-me interromper, Fujikawa-dono. – falava Ichiro, o filho mais velho que tratava o pai muito educadamente. _ Estive lá há 2 anos, o país embora pequeno e pobre está a se reerguer aos poucos, não é de muito tempo que ele ‘renasceu’. – dizia o homem que tinha viajado até lá a negócios.
_ Explique-me melhor, Hanachiru-dono. Nem pense em falar por ela, Keigo-kōhai. – falou o pai a dar um olhar ameaçador ao filho.
_ Bem, primeiramente podes me chamar de Aika, Fujikawa-dono. Sobre o País do Céu, meus pais na verdade moravam em Iwagakure, porém o país ao lado tinha grande potencial, mas não recebia investimentos. Nos mudamos para lá, meu pai tinha algumas fazendas, produzia soja e leite. Com o tempo expandiu e passamos a produzir frutas e alguns cereais, formou-se uma vila ao redor das nossas terras e assim meu pai acabou por instalar algumas indústrias que atraíram moradores, assim mais investimentos foram trazidos, até que o país fosse novamente reconhecido como tal. Como cresci lá considero aquela como minha terra natal. – improvisou Aika um resumo de sua vida falsa, ainda arrependida por ter que mentir, mas agora já era tarde.
_ Pelo visto seu pai é um grande homem, um homem de visão, quero conhece-lo. E o que te trás até nossa humilde região de Hanachiru? – dizia o dono da casa quando interrompido pela refeição que era colocada na mesa. _ Depois falamos disso, espero que gostes da – falava Rintarō tão educadamente que nem parecia o mesmo maldoso líder do clã, mas fora interrompido novamente, agora por um homem de terno e óculos negros.
_ O que houve, Otōsan? – perguntou Keigo preocupado ao ver a feição de seu pai mudar a medida que o homem cochichava em seu ouvido.
_ Nada. Continuem o jantar sem mim. – falou o velho Fujikawa a tirar o guardanapo do colo e jogar violentamente sobre a mesa.
* Ichiro significa Primeiro Filho
** Hideaki significa Brilhante, Esplêndido(...)_ Adorei o jantar, foi bastante divertido. - ria Aika a se jogar na cama.
_ Depois que meu pai se retirou ficou um clima menos formal. Fazia tempo que não via Hideaki sorrir. - falou o garoto a tirar a gravata.
_ Deve ser bom ter uma família... ou ao menos se lembrar dela. - dizia a garota bastante pensativa enquanto olhava para os cristais do lustre no seu quarto.
_ É problemático, mas vale a pena. - falava ele a se relembrar do passado.
_ Keigo-kun, como era sua mãe? - perguntou inocentemente a garota, mas aquilo foi tão repentino que pegou o garoto de surpresa.
_ Minha... mãe...? Bem... era fabulosa. - limitou-se a responder Keigo. _ Acho que já é tarde para eu ficar no seu quarto, já abusei a vir terminar de me arrumar aqui, acho que devo me desarrumar no meu próprio quarto. Tenha uma boa noite, durma bem. - sorriu Keigo a ir até a cama dar um beijo na testa da loira que ainda estava deitada a olhar para o alto.
_ Keigo-kun... - murmurou Aika enquanto recebia o beijo, sentia uma gota de lágrima pingar em seu rosto. Definitivamente falar da mãe era algo que emocionava Keigo...
(...)Duas horas após o jantar, pouco antes da hora de dormir, era noticiada a morte do líder sindical que buscava melhorias para os trabalhadores da Companhia Fujikawa.