Conselheiro | Outras Vilas
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Registo Ninja Nome: Hayato Isao Ryo (dinheiro): 1000 Total de Habilitações: 34 | Assunto: [Filler 20] - Duas Faces Dom 1 Jun 2014 - 3:02 | |
| Duas Faces ♦ ♦ ♦ " Nada é verdade, tudo é permitido. " ♦ ♦ ♦ - Anteriormente...:
— (Respiração ofegante). — após o bombardeio caí no solo, sem condições físicas de continuar aquilo e com mais da metade das reservas de chakra gastas, foi então que percebi...
— Arghhh...s-seu... Usando Sogü, a-achei que era um s-samurai brincando de ninja m-m-mas... arrghhh grrr... És um ninja mesmo, e-e-esta raça de m-merda cof, arrrghh. Mas, n-não importa... A-acabou a diversão. — proferiu o velho, se aproximando em meio a passos arrastados, saindo da nuvem de fuligem, explosão e poeira. Sua armadura amassada e enegrecida em diversos pontos e os soldados, mortos.
Então, este também desabou, tentou se rastejar no solo completamente destruído mas desistiu. Ergui minha mão até a saída do forte, tentando visualizar como seria se eu tivesse escapado e se eu não estivesse morrendo aqui, foi então que, fui para um plano completamente branco e lá, o samurai negro estava a me observar naquele plano, como se eu estivesse verdadeiramente ali.
— Quem é você? — questionei, completamente perplexo.
OST https://www.youtube.com/watch?v=Fpc5oVdsT0A Estava numa dimensão completamente clara que meus olhos se irritavam com tanta luz advinda de qualquer lado que meus olhos captassem. Analisei a mim mesmo e não foi difícil notar a falta de ferimentos, a falta dos equipamentos que antes me adornavam e me eram úteis. Agora só usava uma calça, coturno ambos pretos e uma camisa regata também preta que exibia alguns músculos definidos devido aos excessivos treinamentos.
— Onde estou? — exigi à aquele ser completamente misterioso que só pelo fato de me encontrar com ele deste modo o tornava ainda mais, embora, algo surgisse em meu coração como se tentasse me dizer algo, mas que eu rejeitava involuntariamente. Eu estava morto? Ah, então queria permanecer deste jeito, o local era quente, brilhante e aconchegante. Todos temiam a morte, mas no fim, não era tão ruim, não tinha dor, não tinha vazio... Apenas luz...
— Quem é você?! — perguntei novamente, desejava uma resposta, muito embora eu não estava descontrolado ou com raiva, como normalmente estaria se ainda estivesse vivo. Sentia que meu objetivo estava cumprido, havia salvado ela afinal... Involuntariamente, sorri e chorei, tentei impedir mas não importava, no fim, tinha morrido, cumpri meu objetivo e também livrei um tirano do mundo.
Examinei a face da entidade, era completamente obscurecida, mas não por um elmo mais porque de fato não havia nada ali. Era como se seu rosto não existisse, embora, sua boca ali estava, seus olhos brilhavam – não como uma estrela, apenas tinham um brilho emotivo, isso eu percebia – e seu cabelo loiro como o meu voava pela brisa que estava no local, que acariciava minha pele e continuava seu fluxo.
— Quem é vo...vo... — foi então que percebi, aquele samurai se aproximou em menos de um segundo e atravessou sua lâmina em meu coração com um intensidade que nem Katsumoto conseguia, todavia, não sentia dor, nem a mínima que fosse e foi que então que minha mente viajou.
Agora, estava no cenário de guerra que visitava às vezes, apenas em fragmentos. Um bando de mercenários cercaram o mesmo samurai que vi anteriormente, ao seu lado, uma pequena criança chorona. Cabelos loiros como ouro, um olhar assustado e um choro de desespero enquanto o samurai o protegia de olhares assassinos. No fundo, se aproximando da cena estava também um samurai, empunhando sua katana e sua armadura vermelha...reconheci o mesmo. Era Katsumoto.
Olhei novamente para o samurai preto e desta vez vi seu rosto. Tinha pele clara, como a do garoto, cabelos dourados, como do garoto e olhos também dourados, como o do garoto. Desaparecendo com o menino o entregou nas mãos de Katsumoto, suplicando-lhe que o salvasse e que fugisse com ele, aquele que viria a ser meu guardião aceitou, embainhou sua espada e correu antes de escutar o último pedido do homem: encontrar a mãe do menino e também salvá-la. Não demorou, o samurai foi cercado e apunhalado diversas vezes após um combate desvantajoso para ele... E a cena se desfez, dessa vez, voltei ao plano branco e seu rosto era visível.
— Agora entende? — perguntou-me. Seu rosto era visível também, lágrimas escorriam pelos canais lacrimais percorrendo seus caminhos por entre a face do homem. Após me golpear, a lâmina se desfez e este me abraçou como se tentasse procurar apoio para suas pernas não vacilarem.
" Espera... aquele sou... Eu!? " — finalmente você deve estar pensando, eu tinha descobrido algo que fazia sentido.
— P-Pai?! — perguntei enquanto involuntariamente chorava e o abraçava também, foi instinto, não... Foi sentimento. Algo como uma chama bastante vívida e quente atingindo meu peito, essa chama crescia cada vez mais e mais até se tornar, felicidade, algo que já não tinha a um bom tempo.
— Você cresceu, querido filho. Apenas lamento por ter te deixado, e por sua mãe também ter te deixado. A culpa foi minha. E-Eu sinto muito, filho. — disse para mim em meio a soluços, algo que compartilhava com ele naquele momento. — Sua mãe e eu estávamos tão felizes, tão agradecidos por ter você. Mas eu fraquejei, o inimigo se instalou em nossa casa, que já abrigava várias cobras em seu seio, mas eu lutei, lutei e lutei para dar fim ao veneno que permeava nosso clã, nosso país e nossa família... E fracassei miseravelmente. — terminou o abraço, limpando as lágrimas e colocando sua mão direita em meu ombro esquerdo enquanto me encarava num misto de lágrimas e alegria.
— P-Pai... E-eu encontrei uma organização, eles queriam me matar, matar todos da vila e controlar tudo... Katsumoto era dessa organização também, ele tentou me matar mas eu lutei, mas ele capturou ela, eu salvei ela mas...mas... — tentei terminar, entretanto não consegui, em vez disso, desabei sobre o solo invisível cobrindo meus olhos e soluçando sem parar.
— Calma meu filho, não se desespere! Ele está vivo então... Sabe, eu e sua mãe estamos bem no outro plano, mas devo confessar, nunca quis que a Liga o encontrasse, muito menos a La Hermandad. Queria que tivesse uma vida normal, não pacata talvez, mas desejei apenas que não se metesse nesta guerra. — proferiu segurando meus pulsos e olhando em meus olhos, fazendo-me levantar com esforço. — Tudo que esta guerra me trouxe foi desgraça, perdas e incontáveis tristezas, mas, o destino quis assim eu acho ou os deuses, afinal. Agora meu filho, deves voltar para lá, tua hora não chegou, até lá eu e sua mãe estaremos aqui, te esperando. Vença-os e viva bem. — disse se afastando lentamente enquanto uma segunda luz surgia ao seu lado, uma mulher. Tinha cabelos loiros, olhos azuis e pele branca. Estava vestida num longo vestido branco. Esta sorria para mim enquanto proferia palavras que eram carregadas ao vento até meus tímpanos.
— Nós te amamos, Katsuo-kun. — tentei me aproximar deles, tentei com todas as forças que tinha, entretanto, quanto mais me esforçava mais eles desapareciam numa caminhada para o horizonte, até desaparecerem por completo, foi então que despertei com a luz lunar a me banhar o rosto em meio as fumaças e chamas que tomavam conta do forte.
Após acordar subitamente, analisei o local. Os soldados corriam para longe do local por algum motivo, alguns gritavam que dois novos invasores entraram no forte atacando os soldados e os vencendo facilmente. Minha visão estava completamente turva, meus tímpanos zuniam e o cansaço, tanto físico como mental me abatia.
— V-Você...ain-ainda, está... viv...vivo? Grrrrr. — disse Katsumoto enquanto se rastejava até mim. Tentei me mover mas minhas pernas não respondiam, elas apenas pesavam como montanhas, assim como minha mente, mas meus pensamentos eram leves como nuvens... Talvez por causa que vi meus pais, talvez porque aquele encontro me livrou de todo ódio que sentia por aquele que me traíra – não sei como mas sim, eu sentia aquilo – ou talvez, pelo fato de eu ter salvado Inoue. A tarefa estava cumprida não? Não, ainda havia coisas a serem feitas!
— S-seu pai... Você... Todos eles! Vocês nos perseguem a séculos! Nos frustram, nós criamos outros planos! Nos matam, elegemos outros companheiros! POR QUE VOCÊS SE OPOEM A NÓS?! NÃO VEEM QUE PERSEGUIMOS A MESMA COISA?! APENAS QUEREMOS ORDEM, PAZ, ESTABILIDADE! E MESMO ASSIM VOCÊS NOS PERSEGUEM, NOS MATAM E NOS FRUSTRAM. POR QUE VOCÊS RESISTEM?! — rugia, elevando o tom de voz gradativamente enquanto subia em cima de mim e me enforcava.
— PORQUE NINGUÉM MAIS O FARÁ!!! — gritei em resposta, mas nem em ódio. A vida me era drenada do corpo a cada segundo que este aplicava sua força em meu pescoço. Minha visão turvou ainda mais, chegando a ficar completamente negra.
" Vença-os e viva bem! " — lembrei das palavras de meu pai, foi então que senti a esperança renovar meu corpo. Acionando a lâmina do braçal localizado no automail, fiz a lâmina saltar rapidamente brilhando com a luz lunar e elevando o punho golpeei seu pescoço, fazendo jorrar sangue do local e fazendo-o recuar enquanto bloqueava o local de corte, num instinto de sobrevivência.
— Grrrrrr! Arghhh!? ... M-maldito!... — exclamou o velho se ajoelhando perante mim enquanto a vida lhe esvaía pelas mãos. Me levantei, finalmente, encarando-o com um olhar de pena, e não de ódio. Por que?! Ele não fez de minha vida um inferno?! Por que eu não conseguia o encarar com ódio?!
— Hahaha... Não me encare desse jeito, moleque. Não vou dizer que você estava certo, e lhe dar tapinhas nas costas, também não irei chorar e dizer que eu estava errado, embora... Tenha demonstrado força, coragem, habilidade; São qualidades nobres... Tivemos bons momentos apesar de tudo não? — me perguntou.
— Muito poucos... — respondi o encarando.
— Huhuhu... Apenas desejava, ter te matado a muito tempo atrás. Grrrrr... — exclamou com um sorriso na face. Seus olhos encaravam os meus. Naquele momento, percebi que ele tinha certos sentimentos por mim, porém, escolhera sacrifica-los. Foi então que tombou para o lado direito com os olhos vidrados na lua, e com o tombo veio um alívio e tristeza em meu coração e mente. Alívio por ter livrado o mundo de sua existência e tristeza por ter que fazê-lo. OST https://www.youtube.com/watch?v=TuTco34h1Co Me aproximei de seu cadáver fechando seus olhos e posicionando seus braços colados ao corpo, como num funeral.
— Que você encontre a paz e ordem na outra vida. Requiescat en pace, mentor. — disse por instinto e sentimentalismo, enquanto, pegava seu livro que mais parecia um diário. Lágrimas fluíam como riachos em minha face. Estava caído ao lado dele, selado. E então desmaiei ao seu lado. Continua...
Considerações: Ainda terá o epílogo desta saga, fiquem ligados. Quase chorei no final e espero que isso aconteça com vocês também, ou ainda mais. |
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Administrador | Kumo
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Registo Ninja Nome: Shikaku Kinkotsu Ryo (dinheiro): 0 Total de Habilitações: 24 | Assunto: Re: [Filler 20] - Duas Faces Dom 1 Jun 2014 - 13:41 | |
| Uau, que final impressionante. Não estava à espera que as visões fossem aquilo! Foi um final realmente digno de uma relação que outrora fora de amor, mesmo que este fosse pequeno sempre esteve lá. Não chorei com o final, é complicado eu chorar , mas foi realmente muito bom, tanto a nível emocional como a qualquer outro nível. Agora quero ver o reencontro com a Inoue e como a pobre coitada deve estar! Continua ^^. (A primeira OST ficou PERFEITA com o Filler, parabéns!) |
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Conselheiro | Outras Vilas
Sexo : Idade : 26 Localização : Terra Número de Mensagens : 1017
Registo Ninja Nome: Hayato Isao Ryo (dinheiro): 1000 Total de Habilitações: 34 | Assunto: Re: [Filler 20] - Duas Faces Dom 1 Jun 2014 - 17:29 | |
| @ Tsu Eu também não chorei para falar a verdade, mas confesso que deu uma certa vontade, ainda mais quando reli o texto já postado no fórum com a primeira OST (que gosto imensamente e concordo com você, ficou perfeita! ). Meu intuito com as visões era este, algo parecido com o Naruto & Minato, mas com diferenças, mesmo que poucas (q). Também digo que já tinha pensado em colocar o pai do garoto para se apoderar do corpo dele e lutar contra o velho, mas nah, descartei a ideia, iria alongar tudo e precisar de muitas mais explicações sem falar que iria tirar uma parte da "evolução moral, ética e sentimental" do Katsuo.. Enfim, obrigado por ler Tsu, pretendo mandar o epílogo ainda hoje e despachar esta saga! Não pares de ler meus escritos! |
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