- Spoiler:
Anteriormente
Distante dali, o ruivo escondia-se sob o capuz da capa. A carroça sacolejava violentamente sob o sol a pino. Azura acompanhava a mulher que o vendeu a maçã horas antes, Agata, como ela havia dito anteriormente, que tinha lhe oferecido uma carona até o próximo país que iria vender. Ela conduzia os cavalos com destreza enquanto tentava conhecer mais sobre o misterioso homem que decidira ajudar inesperadamente.
- Então me diga... Erm... Azura-san. - A vendedora ainda parecia acanhada ao falar com ele. - Qual seu interesse em Chá no Kuni?
O ruivo estava distante, perdido em pensamentos. Quando ouviu a pergunta, olhou com a inexpressividade habitual.
- Eu estou... Procurando... Algo... - Ele respondeu.
- Algo?
- Eu não sei ainda o que é... - Ele fez outra pausa. - É apenas... Algo.
Filler 32
- Força da Natureza -
Dúvidas
Dois dias depois ele finalmente chegou. Cha no Kuni era um país pequeno, calmo e certamente diferente de Kiri, mas naquele dia o país todo estava estranhamente agitado, inclusive a cidade escolhida como destino. A carroça de Agata, a comerciante, parou próximo a área comercial da vila e descarregou as mercadorias com a ajuda de Azura.
A mulher ainda tratava o ruivo de forma diferente, e isso o deixava confuso. Decidira ignorar, não estava de fato interessado em saber o porquê daquele comportamento.
- Espere aqui, eu vou só apresentar minha mercadoria ao varejista e volto para conversarmos. - Ela partiu, mas parou depois de alguns passos, batendo com os calcanhares e virando. - Eu estava pensando… Você não tem rumo, então… Bem, eu poderia compartilhar a hospedagem com você. Eu estou disposta a fazer este sacrifício. - Então sorriu de forma maliciosa e entrou em uma casa de dois andares que o ruivo identificou como algum centro de comércio.
Azura ficou pensando nas palavras a mulher enquanto olhava-a partir. Pensou também que tinha de te certeza que permaneceria anônimo na multidão enquanto estivesse em Cha no Kuni, por isso cobriu a face o máximo que pode com o capuz da capa de viajem branca. Tivera sorte de achar assassinos inexperientes da última vez, mas sabia que dentro de Kiri existiam shinobis muito mais poderosos que ele… Não queria em hipótese alguma encontrar estes.
Agata voltou depois de poucos minutos para onde sua carroça estava estacionada e onde tinha deixado seu companheiro de viajem, mas apenas achou um saco de moedas antes outrora estava o charmoso ruivo. Ela olhou em volta procurando pelo homem, mas não viu mais nada além de pessoas desconhecidas indo e vindo.
Ele havia partido e misturando-se na multidão. Não queria que ninguém se sacrificasse por ele. A ideia era absurda até.
Andou por alguns minutos, olhava e distraia-se momentaneamente fazendo observações e anotações mentais dos transeuntes. Ele via rostos conhecidos, desconhecidos, suspeitos, inocentes e culpados. Fazia julgamentos e previsões precisas através de olhares rápidos e atentos. Talvez este fosse o motivo de ter sido nomeado estrategista pelos shinobis ao seu redor, não que fosse inteligente ou um gênio da guerra, mas era fato que sua capacidade de observação era superior e isso lhe proporcionava uma percepção muito ampla do que acontecia ao seu redor, ele podia prever. E esta percepção o fez notar os dois que começaram a segui-lo. Altos e anônimos, passariam despercebidos por qualquer um. Menos ele.
O ruivo tomou as precauções certas, uniu-se a um grupo de pessoas que caminhavam juntas em direção a uma imensa arena, algum evento importante estava prestes a começar e nada melhor que um evento importante para se perder no meio da multidão. Ocultou-se com sucesso, seus perseguidores perderam-no de vista rapidamente, mas poderiam estar em qualquer lugar.
Acompanhando o povo, Azura chegou em uma arquibancada. Aparentemente era hora do torneio começar.
O ruivo olhou com olhar de cético às batalhas que se seguiram. Ele percebera ser um evento fechado, visto que aparentemente todos os participantes eram membros de famílias famosas, e que muitos membros destas famílias estavam lá, assistindo em locais especiais.
Ele viu um kumonin poderoso derrotar dois shinobis facilmente:
“Poderoso, mas descuidado.” Ele pensou.
Porém o que lhe chamou a atenção mesmo foi uma luta peculiar. Um homem e uma mulher lutavam por suas vidas, mas… O kirinin percebia que havia algo errado, e não compreendia isto. Eles se olhavam de uma forma diferente, era quase imperceptível, mas não para ele, ele via a tudo. Os movimentos eram ferozes, uma luta cheia de jutsus e golpes cortantes, e ainda assim eles não pareciam lutar de fato. Ela desviava a maioria dos ataques contra o inimigo até que se tornassem meros arranhões. Ele parecia vibrar de desgosto a cada golpe que a atingia…
No fim, ela baixou a guarda de propósito e perdeu.
Azura não entendera o porquê.
No fim a última luta foi a mais interessante. Dois shinobis de konoha contra um de Kiri. Azura conhecia dois dos participantes, o kirinin e a konohanin adversários. Lembrara de ter lido um dossiê sobre o shinobi de kiri há alguns meses atrás, quando pesquisava sobre um assassinato que teria de fazer. Sua família era uma das parceiras do Amagi e tinha muita influência dentro da vila. Um adversário muito, muito superior a shinobi de konoha que conhecera através de algumas missões no passado. Não só isso, ela tinha um perfil diferente do perfil de um shinobi de batalha...
As probabilidades estavam difíceis para a dupla da folha...
E durou pouco. O ruivo podia narrar todos os acontecimentos segundos antes de acontecerem. Eram óbvios. O kirinin que lutava em arena era simples e eficiente, fazia os melhores movimentos para abater os adversários sem compaixão usando a fraqueza da kunoichi adversária para ferir o poder do irmão, quase como Azura mesmo faria. Quase.
Ela era visivelmente inferior ao irmão, ele por sua vez era equilibrado com o adversário e talvez não tivesse dificuldade em ganhá-lo se não tivesse lutando ao lado da parceira. A sua decadência foram seus sentimentos.
E o primeiro a cair foi ele... Acabou sendo atingido tentando proteger a irmã. “Isso foi Inútil”. Azura pensou.
A konohanin restante estava caída, imóvel. Era fraca e militarmente ineficiente, totalmente o contrário do adversário. Mas ela começara a chorar… E a partir daí tudo aconteceu diferente de como o ruivo havia previsto. Ele não estava torcendo para ninguém, que fique claro, estava apenas aceitando as probabilidades baseado no potencial deles. E de repente as probabilidades pareceram não fazer sentido.
A shinobi de konoha levantou-se gritando, um inútil desperdício de energia, mais ainda, ela havia mudado. Seus olhos demonstravam isto, ela havia se tornado uma assassina furiosa… Por um segundo Azura conseguiu entender o que ela sentia. Imaginava que perder o controle de si era uma sensação igual para todos, seja pelo senninka, seja por questão de sobrevivência...
O poder da combatente também pareceu mudar, estava rápida, decisiva e eficiente. Dominou a partida em alguns segundos e, em um único jutsu, derrotou o kirinin adversário… Mas não antes de ferir o próprio corpo para se assegurar que ele não morresse. Azura expressou a surpresa nos olhos diante daquilo, e sua mente encheu-se de perguntas. A plateia foi à loucura, eles invadiram a arena para dar graças à vencedora que desmaiara e ajudar os feridos, aquilo também foi estranho. O ruivo ficou observando tudo, até levarem os participantes e não restar mais ninguém no coliseu, se não ele.
Caminhou até o centro da arena, onde antes os konohanin estavam, e ficou lá, olhando o chão. Abaixou-se e pegou a hitaite que estava caída no chão, percebera que a shinobi vencedora deixara cair antes de desmaiar.
Olhava o equipamento que estava em suas mãos com uma insistência obsessiva.
Pensava no que fazer com aquilo.
- Comentário :
Pois é
Filler parado, i know
sinto que as descrições e o desenrolar poderiam ser melhores... Mas não quis alongar muito, na verdade estava bem ansioso para passar por esta parte da história logo. Bem, espero que tenham gostado mais que eu
Abraços, obrigado por lerem.