Administrador | Konoha
Sexo : Idade : 33 Localização : Jardim à beira-mar plantado Número de Mensagens : 3508
Registo Ninja Nome: Ayame Midori Ryo (dinheiro): 5470 Total de Habilitações: 228,5 | Assunto: [Filler 10 - Haarina Kristea] Visita Qua 3 Set 2008 - 22:48 | |
| Kristea olhava em redor, de joelhos dobrados, sentada no telhado de sua casa. Sem Ryu por perto, sem a sua mãe, sem os seus amigos, ausentes para o Exame Chuunin, sentia-se sozinha. Tinham-se passado poucos dias depois da aventura com Broly naquele estranho mundo. Ainda não fora chamada ao céu nem tão pouco o irmão a visitara. Tanto havia acontecido e em tão pouco tempo. Uma brisa afagou-lhe os cabelos e envolveu-a, aquecendo-a naquele tempo frio. - A pensar? – disse uma voz masculina atrás de si. Kristea olhou para trás: - Kristian! – mudou o tom de voz e perguntou-lhe: - O que te traz aqui? O rapaz de cabelos cor de sangue aproximou-se e sentou-se ao seu lado. - Eu disse que nos veríamos mais tarde. Mas não foi só esse o motivo que me trouxe aqui. Kami-sama deseja ver-te. Estou aqui para te levar comigo. - Oh, claro. - Mas primeiro… Podias mostrar-me onde está a sepultura da mãe? - Segue-me – disse ela, algo reticente, enquanto saltava para o chão. Estranhamente, ao chegar ao chão, sentiu o vento a amortecer-lhe a queda, fazendo-a flutuar um pouco antes de aterrar. - Se limpares a tua mente, conseguirás controlar esse poder. É a primeira vez que o fazes? – explicou Kristian, que aparecera ao seu lado. - Sim. - Mas é uma característica dos controladores do vento. Eu não a possuo. Uso outros elementos. Nós somos como o Ying Yang, completamo-nos em termos de poderes. Mas depois Kami-sama explica-te melhor. Vamos? Os gémeos continuaram, em direcção ao seu destino, aonde não tardaram a chegar. - Aya… Mãe… - leu Kristian em voz baixa. Kristea desviou o olhar. Ter que encarar aquele monumento frio fazia-a sentir-se mal. Não conseguira impedir a morte da mãe. Uma luz fê-la despertar. Kristian fazia alguma coisa à sepultura. Assim que a luz desapareceu, revelou uma estátua da sua mãe como anjo. - Já que não fui um filho normal, o mínimo que posso fazer é honrar a sua morte com este presente. - Kristian… - murmurou Kristea, emocionada, tentando suportar as lágrimas que teimavam em assaltá-la. Aquela estátua de mármore branca, de formas humanas, cabelos longos e asas de penas. Como Aya seria se fosse um anjo… - Kami-sama espera-nos – disse ele, quebrando o ar pesado. Estendeu-lhe a mão. – Vamos? - Vamos – respondeu ela, pousando uma das suas mãos sobre a que ele lhe estendia. Exactamente sete segundos depois, as grandes portas brancas e douradas do céu surgiram e abriram-se perante os dois, revelando uma luz brilhante e quente. Fazendo sinal para avançarem, Kristian deu o primeiro passo em direcção às portas. E então entraram, enquanto as portas se fechavam atrás deles. - “Vou transportar-nos directamente para junto de Kami-sama” – transmitiu Kristian. O espaço à sua volta ganhou forma e cor. Uma enorme porta das cores do céu estava à frente. - Kami-sama está aqui. Entra. - Não vens comigo? – perguntou ela. - É uma conversa entre ti e Kami-sama, mais ninguém. Para além de que tenho que tratar de uns assuntos… Vá, vai. Kristea caminhou em direcção à porta. Enquanto entrava e fechava a porta, trocou um olhar com o irmão, que a observava. - Ah, Kristea! Por favor, aproxima-te – disse Kami, que falava para um pergaminho flutuante, que escrevia sozinho o que lhe era dito. Ela acercou-se, parando perto de Kami. - Senta-te, por favor – pediu ele, virando-se para o pergaminho: - Continuamos mais tarde. – E o pergaminho desapareceu. Ela olhou para trás e viu uma cadeira, onde antes não estava nada. Sentou-se. - Então, como estás? – inquiriu Kami. - Estou bem… Julgo eu… - Ainda não ultrapassaste a morte da tua mãe, pois não? Kristea desviou o olhar e não falou. Realmente, era verdade. - Bem, deixemo-nos de rodeios e vamos directamente ao assunto. A tua vida é preciosa. Tu és filha dos descendentes dos criadores de dois mundos. O teu pai, Arian, é descendente dos criadores do seu mundo. A tua mãe, Aya, é minha própria descendente. Ou seja, tens sangue puro de ambos. Do teu pai sangue mágico e da tua mãe sangue humano. Graças ao teu sangue puro e descendência de deuses, és aquela que é responsável pelo equilíbrio dos mundos. Tu e o teu irmão, claro. Não penses que estão sós, porque não é verdade. Tal como vocês, há outros responsáveis pelo equilíbrio. Mas não são descendentes de deuses. São descendentes de demónios. Vós tendes que manter o equilíbrio que eles querem destruir. A diferença de poderes dos dois grupos é já notória… - A culpa é minha, não é? É por eu ser inútil… - interrompeu Kristea, não acabando a frase. Kami olhou para ela, para aqueles olhos verdes que ameaçavam rebentar em lágrimas. - Não tens culpa. Não sabias de nada até agora. O teu irmão tenta compensar. Mas vós sois como o Ying Yang. Completam-se. A terra e a água, controladas pelo teu irmão, estão quase perfeitamente controladas. Falando em termos ninjas, ele é algo tipo um jounin. O fogo e o vento, que são controlados por ti, ainda estão muito básicos. E estás a usar de maneira errada os gogyou. Sim, eles são parte do teu poder. Mas tens que descobrir a dança. - Gogyou no mai? - Sim. Mas só com bastante treino é que o conseguirás dominar. Não é fácil, ninguém te pode dizer que é. No entanto, tenho a certeza que conseguirás. A dança dos elementos… Será que ela alguma vez executaria tal jutsu? Parecia-lhe extremamente belo, mas complicadíssimo. E depois de tanto tempo, finalmente lhe haviam explicado o que ela não compreendia. Gostava de perguntar outras coisas, mas talvez fosse um pouco demais. Afinal, Kami dera-se ao trabalho de lhe explicar aquilo, não queria ocupar mais o seu tempo. - Há alguma coisa que desassossegue o teu espírito? Talvez sobre o teu passado…? – perguntou Kami, ao perceber o que a afligia. Kristea olhou para Kami. Como? Pois… Era possível, afinal, ele era Kami, era Deus. - Sim! Há tanto que queria saber! - Vá lá, pergunta. Se eu puder responder, fá-lo-ei com muito gosto. - Porque é que o meu pai é assim? Não era suposto ele ser bom? Kami pareceu ponderar a sua perguntar antes de lhe responder. - Ninguém o sabe ao certo, para além do teu pai. Ele era um rei excepcional até certa altura. Teria que recuar um pouco no passado. Não te importas? Kristea concordou prontamente. - Bem, tudo começou há 19 anos atrás. O teu pai foi ao mundo dos humanos pela simples burocracia de conhecer aquela que, tal como ele, tinha sangue puro, a tua mãe. Por incrível que possa parecer, eles deram-se terrivelmente mal. A Aya costumava dizer-me que achava a personalidade do Arian esquisita. Davam-se mesmo mal, só conseguiam ver defeitos um no outro. Até ao dia em que a Aya foi ao mundo do Arian. Aos olhos dos habitantes daquele mundo, ela não passava de uma mera humana, ao contrário deles. Ela foi menosprezada. »Enquanto a Aya vagueava sozinha pelo palácio, o Arian encontrou-a. Ela nem precisou de falar, ele percebeu logo o porquê de ela estar daquela maneira. Não suportando vê-la assim, abraçou-a, para que ela pudesse chorar e ficar melhor. »Nessa mesma noite, durante o jantar, o Arian não tirou os olhos dela. Quando a Aya se levantou para ir para o seu quarto, ele levantou-se de repente e beijou-a, em frente de todos. Declarou-se e confessou que a amava, perante a cara de surpresa dos presentes. Ela admitiu corresponder aos seus sentimentos. Uns meses depois, casaram-se e o Arian tornou-se rei. Jamais aquele mundo teve um rei assim. Pouco tempo depois, a Aya revelou estar grávida. Dessa gravidez, nasceste tu e o Kristian. O Arian e a Aya estavam babados com os seus filhos. »No entanto, a Aya continuava a ser desprezada por ser humana, por mais que o Arian tentasse evitá-lo. Ela entrou em depressão e, não aguentando mais, pegou em ti e voltou para o mundo dos humanos. Soube-se pouco tempo depois que o Arian estava doido, que tinha mudado completamente. Então fiz a parte que me competia e trouxe-o comigo para aqui. E pronto, é a história até onde não sabias… Kristea estava comovida. Embora estivesse triste, também estava feliz. Era um sentimento estranho. Afinal, os seus pais tinham-se amado tanto e ela era fruto desse amor. Agora era o seu dever descobrir o porquê de o pai ter ficado assim. - Ficaste esclarecida com a história? – perguntou Kami, ao ver o ar pensativo de Kristea. Ela anuiu. - Desejas saber mais alguma coisa? O olhar de Kristea brilhava: - Sim! O Ryu? Como está ele? Voltarei a vê-lo novamente? Kami sorriu: - Claro. Julgo que ele fez a promessa de regressar. - Sim, mas… Está a tardar tanto… Sinto-me tão sozinha sem ele… E sem a minha mãe… - Ele voltará. Até lá, o Kristian pode fazer-te companhia, se o quiseres e ele não se importar. Kristea manteve-se em silêncio por uns momentos, enquanto reflectia um pouco. - Bem… Não quero ocupar mais o seu tempo, Kami-sama. Muito obrigada por tudo. - Não tens que agradecer, estava apenas a cumprir o meu dever para contigo, que és minha descendente. - Com licença… Então Kristea levantou-se e, educadamente, saiu do grande salão. - Fiz o que me pediste… - disse Kami. - Obrigada! – respondeu uma voz feminina, que ganhava forma. Era um anjo de cabelos dourados, longos e esvoaçantes. – Ela agora sabe tudo o que precisa de saber sobre o meu passado com o Arian. - Será que foi melhor omitir-lhe aquilo? - Eu acredito que sim. Acredito que seja melhor para os meus filhos. Porque, apesar de ter morrido, quero continuar a olhar por eles, no céu. Principalmente pela minha Kristea… No exterior, Kristea encontrou-se com o irmão, que a esperava. - Vamos? Pediram-me para ficar contigo estes dias. Espero que não te importes – disse ele. - Claro que não – respondeu ela, sorrindo. Deu-lhe a mão e, em poucos segundos, estavam em frente de casa. Era já noite cerrada em Konoha. Após uma refeição leve, Kristea mostrou o quarto de hóspedes a Kristian e dirigiu-se para o seu. Tinha tanta informação para digerir e tantos porquês a invadir-lhe o espírito. Deitou-se. Estava cansada, embora não parecesse. No dia seguinte, iria treinar o gogyou no mai. Tinha que o aprender rapidamente, o seu irmão não teria que compensar a sua falta de poder. Com a luz da lua na sua face a embalá-la, adormeceu num instante. Pela janela do seu quarto, duas pessoas a observavam nas sombras. - É ela? – perguntou uma voz masculina. - Sim, é ela – respondeu uma voz feminina, terminando com uma risada que não aparentava ser amigável.
Última edição por Shibiusa em Seg 1 Dez 2008 - 18:26, editado 1 vez(es) |
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