Numa preguiçosa manhã, Ran pensou no que faria durante o dia e se viu entediada quando pensou no seu treino diário. Era sempre a mesma coisa: flexões, corridas, treinos de arremessos e jutsus. Tudo feito sem emoção. Ela necessitava de adrenalina, de suor com sentimento, direcionamento de batalha. Então, aproveitando que seus pais decidiram ficar por mais tempo na região, teve a idéia de alterar o terreno para que a ajude de forma peculiar, treinando-a de maneira mais dinâmica.

Começou indo até a vila mais próxima para comprar material. Retornando na mesma manhã, passou rapidamente por seus pais, com um barulhento carrinho de madeira cheio de tranqueiras. Rapidamente chegou à paisagem bucólica onde treinava, despejou todo o material na pequena ilha no meio do lago e começou a pensar por onde daria início sua empreitada.

“Já sei.” – Falou consigo enquanto sumia dentro da mata com algumas cordas nas mãos.

Correu por alguns minutos e encontrou um amontoado de maciças pedras que haviam deslizado do monte próximo na última chuva torrencial. Por um breve momento analisou e percebeu que existia cerca de dezoito pedras boas o suficiente para o que queria. Assim, pondo as cordas nos ombros, começou a planejar como as carregaria até o seu campo de treinamento. As pedras estavam cobertas de lama, o que dificultaria a pegada, mas isto não deteve a intrépida ninja.

Decidiu por começar com as de pequeno porte, eram oito ao todo, e cada uma tinha o tamanho de uma bola de futebol. Pegou a primeira sem problemas. Colocando-a sob o ombro esquerdo e começou a andar pela floresta. A lama escorria por entre seus dedos e faziam a pedra escorregar com freqüência, mas conseguiu sem problemas. Ao perceber que demoraria a trazer todas as pedras até lá, retornou com o carrinho de madeira para acelerar o processo.

Amontoando as outras sete pedras no carrinho, Ran começou a empurrá-lo com força, fazendo-o ranger. O peso havia aumentado consideravelmente, mas isso só serviu para abastecer sua força de vontade. Seus pés rasgavam o solo lamacento enquanto avançava por entre a relva até chegar ao local indicado, quando despejou todas as pedras ruidosamente. Havia se cansado um pouco, mas isso não a deteve.

Agora era vez das pedras de médio porte, eram nove e possuíam o tamanho aproximado de um tambor de óleo. Analisando novamente, percebeu que no carrinho caberia apenas para uma pedra. Então teve uma idéia interessante. Já estava suada do esforço anterior e decidiu por tratar este desafio como mais um treinamento. Separou três pedras. Colocou uma no carrinho, e utilizou as cordas que havia trazido. Amarrou o carrinho em sua cintura e atou outras duas pedras em seus braços, na altura de seus cotovelos.

Suspirando profundamente, iniciou sua caminhada. As pedras tinham um arrasto enorme e o solo lamacento só atrapalhava. Um passo após outro, Ran esforçou-se por entre o tortuoso caminho. O carrinho rangia enquanto era arrastado e seus braços já estavam ficando com marcas da pressão da corda. O suor escorria e seus pulmões queimavam em busca de ar para energizá-la. Indo e vindo por três vezes, empilhou as pedras médias ao lado das menores. Restava agora a maior de todas.

Descansou por instantes antes de encarar a maior pedra. Ela era um pouco menor que uma carroça e conseqüentemente não caberia no carrinho. Sabendo disso, passou a corda por toda sua lateral, amarrando-a firmemente. Juntou as cordas amarradas na rocha por cima do ombro esquerdo e fez a primeira tentativa. A pedra não saiu do lugar. Tentou mais uma vez e a pedra foi arrastada por poucos centímetros, o que fez Ran vibrar. “Ela pode ser carregada.”

Mais uma vez tratou a situação como um treinamento e decidiu por se superar. Juntando toda força de seus músculos, a ninja começou a penosa caminhada. Seus pés afundavam na lama a cada passada. Seu corpo já doía enquanto atropelava vagarosamente todos os obstáculos naturais da floresta, até chegar a sua área de treinamento. Encostando a grande pedra no grosso carvalho, sentou-se a seu lado e deitou-se ofegante.

Após descansar do tremendo esforço, resolveu continuar a construção de sua área. Dessa vez precisaria de alguns troncos fortes. Como conhecia o terreno, sabia exatamente onde encontraria. Adentrou na mata por alguns minutos e achou algumas árvores boas para o corte. Sacando a sua Kunai Dai, a ninja aproveitou para treinar seu kenjutsu. Começou pela árvore mais grossa.

Aproximou-se e ergueu sua espada por cima de sua cabeça numa postura marcial e começou a desferir golpes certeiros. A árvore tremia e suas poucas folhas caíam no chão. A cada golpe, tentava acertar a marca de seu primeiro golpe, melhorando sua precisão. Pancada após pancada, o tronco começava a ceder diante da força da ninja. Suas mãos calejadas começavam a suar e doer. Seu ritmo não diminuía. Prestando atenção em sua postura. Precisaria de mais força para terminar antes do sol se por.

Assim, após minutos de golpes a primeira árvore pendeu. Mas seu trabalho não terminaria com a derrubada. Precisava tratar a árvore, tirando sua casca exterior e em seguida dividindo-a em troncos menores, do tamanho aproximado a um ser humano. E foi o que fez. Árvore após árvore, Ran levantava sua espada no alto e desferia golpes fortes e precisos. E logo que a árvore caía, ela raspava sua casca e mais uma vez desferia seus golpes, agora numa postura baixa, já que se posicionava em cima dos troncos caídos, sempre tentando acertar a marca do primeiro golpe.

Passando-se duas horas, a ninja já havia derrubado o suficiente para compor seu campo de treinamento. Entrou na floresta novamente e retornou algum tempo depois com o carrinho de madeira. Levou toda sua produção para uma área próxima as rochas que coletara anteriormente. Foi então que sentiu fome. Não havia trazido nada para comer e estava exausta para conseguir comida na natureza.

Sem alternativas, Ran cambaleou até o acampamento onde seus pais estavam e, ao chegar, sem dizer uma palavra, debruçou-se sobre a mesa quase que cochilando. Sua mãe já havia preparado uma grande refeição composta com peixes e alguma ave que a garota não soube reconhecer. O que importava era saciar sua fome, para logo mais à tarde, retornaria a sua construção.

Fim da Parte I.
Continua...

OFF: Desculpa o Double Post...

Estou à procura de uma nova maneira de escrever meus treinos e minhas missões. Como aconselhado, procurei ser menos descritiva na paisagem e mais descritiva nas ações.

Se ficou bom, digam-me por favor. E se ficou ruim também, quero melhorar!

Beijos.

A parte II foi avaliada, só faltando avaliar este [Parte I].
Ou pode ser considerado um só?

Estou a divagar...
Aguardando.

Habilitações Ninja :
Ninjutsu: 4,25
Taijutsu: 2
Kenjutsu: 5 + 0,75 = 5,75
Genjutsu: 2
Selos: 3,5
Trabalho de Equipa: 2

Habilitações Corporais :
Força: 4,25 + 1 = 5,25
Agilidade: 5,5 + 0,25 = 5,75
Controlo de Chakra: 5,75
Raciocínio: 3,25 + 0,5 = 3,75
Constituição: 5,25 + 0,5 = 5,75

TP: 3/5

Comentários: So por este treino devias levar como alcunha "Ran, a Faz-Tudo" xP
Quando quiser fazer uma casa ja sei quem chamar ^^

Mais uma vez excelente texto e gostei muito de o ler.
Lamento o atraso na sua avaliação ^-^''