Estava no dojo onde morava, o dia estava nublado e o clima tenso e a relação do loiro com o homem responsável por ele piorava a situação. Sentado na sacada pensava estratégias para lutas, geralmente, suas lutas eram muito físicas sempre acompanhadas de espadas e jutsus Doton para distrair o foco e atacar com um golpe mortal, infelizmente já estava se tornando muito repetitivo e fácil de prever os movimentos. Precisava de novo estilo de combate caso precisasse usar para variar, algo diferente e que nunca experimentou. Decidindo fazer um treino foi até o jardim atrás do dojo.
Convergindo chakra por todo o corpo e recriando suas qualidades físicas e uma parte de suas capacidades como ninja, usando a terra criou um bunshin (Tsuchi Bunshin no Jutsu). O loiro retirou a camisa ficando apenas de calça e bota preta, estava começando a abandonar as vestes elegantes de samurais que costumava usar. Se lançou no chão pousando com as mãos, gemeu com o impacto, a grama amortecia a queda e dava um ótimo cheiro matutino que inebriava suas narinas. O clone sentava no chão observando seu mestre.
Desceu uma e duas vezes. O esforço foi tremendo. Já fazia algum tempo que não praticava, uma ou duas semanas talvez. O garoto nem sabia descrever mais direito a sensação, era como se estivesse recuperando a prática. Os músculos se esticavam e se ajustavam, ardendo e pesando como se estivesse martelando algo com um martelo extremamente pesado. Visualizava singelos trinta abdominais para recuperar um pouco da resistência que perdeu ao ficar parado por uma semana e também fortalecer o corpo e sua constituição. Gradativamente o suor começava a se acumular na testa, não ousava descer, era como uma pequena luta para o garoto afinal se caísse nos olhos iriam incomodar um pouco e a essa altura não queria parar com o aquecimento, balançou a cabeça como um cachorro que balança o corpo após ser completamente molhado. O suor se misturava a relva e seu cheiro impregnava as narinas do clone e do próprio que ficava meio retraído.
O exercício foi difícil. Se jogou para o chão quando chegou na meta. Ofegava fortemente sem nenhuma pausa regular ou algo parecido, o clone pegou uma jarra de barro artesanal com água doce potável e entregou ao loiro, então ele tombou a jarra na boca bebendo um litro em poucos segundos. Isso vai te fazer mal o clone falou para o garoto, mais ele deu de ombros e em seguida derramou um pouco na face para retirar aquele suor e o aspecto grudento da face. Pulou para o alto ficando ereto, saltava algumas vezes virando-se para frente e para trás e movimentando as pernas freneticamente como se estivesse a imitar uma corrida. Movimentando o pescoço com movimentos circulares para não deixar aquela região sofrer com a falta de alongamento. Fez dez polichinelos para alongar os membros principais (pernas e braços) sempre movimentando o pescoço para aliviar a carga de pressão acumulada.
Depois de ter feito o exercício virou-se para sua cópia, que levantou-se imediatamente. Ela já sabia do que se tratava, estava na hora. Eles rapidamente tomaram a posição de combate. Katsuo concentrou uma dose moderada de chakra nas pernas e partiu para o ataque, ziguezagueando como uma serpente tentando evitar que o destino de seu ataque fosse descobertos. O original dirigiu um soco contra a face da cópia, ela habilmente se desviou gingando para o lado, então, elevando o seu pé direito e girando no próprio eixo em 360º para um contra-ataque contra o original. Kumonin abaixou-se deixando o pé dele voar acima de sua cabeça, não dando tempo para uma fuga ou outro ataque o original tocou o chão com a mão direita, seguidamente girou também no próprio eixo em 360º realizando uma rasteira baixar contra o calcanhar do clone. Ele caiu no chão em cheio.
” Peguei!_ Pensou. Saltando para longe do chão pulou contra o clone debruçado devido a rasteira, planejando um golpe mortal e finalizador virou o corpo apoiando o ombro com intuito de golpear com o ombro direito contra o peito do oponente, infelizmente não foi assim. A cópia rolou o corpo para o lado, surpreendendo o garoto que sofreria uma lesão considerável no ombro. Raciocinando rápido e quase que por instinto realizou os selos necessários numa fraca de segundos, juntando as mãos e coordenando os dedos em selos combinados e convergindo chakra no corpo afundou na terra sem sofrer danos (Dochū Eigyo). Como um pinguim que salta para fora da água e majestosamente retorna sem danos. Aproveitando isto recolheu informações rápidas.
Emergiu do solo sem provocar qualquer alteração nele. Retirando um pergaminho do bolso o abriu no ar, pressionando os kanjis decifráveis com a mão direita uma besta e uma aljava de couro com alguns virotes nela surgiram. Agarrou rapidamente as duas coisas pendurando a aljava no ombro, carregando a arma com cinco virotes.
— Vai apelar?_ Ironizou o clone partiu para o ataque. Sumindo na atmosfera e reaparecendo atrás do original, chutou-lhe as costas enviando para o céu e desapareceu novamente, sua sombra se projetou e uma cabeçada foi-lhe dirigida impactando o loiro contra o solo criando uma cratera considerável (Kage Buyo). O original gemeu enquanto pensava em algo.
” Não vou acertar esse merda tão fácil, estou aprendendo a usar ainda. Já sei!”_ Falou fermentando um plano em sua mente. Rapidamente retirou uma kemuridama atacando em seu próprio pé e criando uma cortina de fumaça, então realizando alguns selos criou um clone que pegou a arma e afundou no chão (Dochū Eigyo).
— Ikuso!_ Falou o original correndo contra o clone quando de repente vários espigões de terra voaram contra ele. No impulso se lançou para o lado caindo de mal jeito no chão, rolou algumas vezes ralando-se múltiplas vezes principalmente no dorso. Gemendo se levantou mais novamente o clone já mandava mais espigões. Juntando as mãos como em uma oração e concentrando chakra conseguiu convergir em energia elemental criando uma parede de dois metros e trinta centímetros de espessura, onde, os projéteis foram bloqueados sem dificuldades (Doroku Gaeshi). Massageou o local dos hematomas com certa dor e também sua cabeça, que aquela altura já sangrava de modo a escorrer pela face e ir para mais baixo do corpo atingindo o tórax.
O clone surgiu ferozmente como um leão sedento por sua refeição. Pulou direcionando um potente chute contra a costela direita do kumonin, que pego desprevenido foi atingido e impactado contra própria parede que criou. Realizando os selos o clones já convergia o chakra em energia elementar para conjurar mais espigões de terra para feri-lo gravemente. Rapidamente o original tocou a parede criando um selo especial, saindo do caminho o selo ativou-se instantaneamente e um pilar de terra surgiu indo de encontro ao clone, que demonstrando sua destreza dançou para o lado rindo com a tentativa patética do original (Hitoshirenu Wana).
— Acho que ganhei!_ Falou o clone. O ninja verdadeiro deu o sinal para o clone que estava abaixo da terra com a besta aguardando pacientemente, cumprindo a ordem ele viajou pelo solo indo para trás de uma árvore cuidadosamente sem fazer barulho. Katsuo levou a mão calmamente a bolsa ninja vasculhando-a na busca de sua hikaridama, o clone se aproximava com um sorriso vitorioso estampado na face, um sorriso de orelha a orelha. Então ele começou a realizar os selos para executar o original e... BOOM (Hikaridama). Uma pequena esfera amarela surgiu diante dos olhos dos dois e eclodiu, o original fechou os olhos, uma luz cegante ofuscou os globos oculares do clone que gemeu com as mãos nos olhos numa tentativa desesperada de voltar a enxergar.
— Essa não..._ Exclamou com medo na voz, o medo de tudo isso ter sido milimetricamente planejado, como foi o caso! Katsuo abriu os olhos e rapidamente retirou duas shurikens atadas a fios de aço, rapidamente as lançou com força alterando a trajetória e fazendo-as envolver o tronco da cópia e imobilizando-a completamente (Ayatsuito no Jutsu), em seguida, realizando mais selos e convergindo o chakra na terra transformou num fluxo de lama poderoso que jogou a cópia incapacitada contra a parede de terra feita anteriormente (Doryū Taiga) impossibilitando fuga ou esquiva do golpe que viria a seguir.
— Agora!_ Gritou o original dando o sinal para seu clone aliado que estava a dez metros escondido numa árvore com a besta carregada. Ele emergiu da sombra da árvore, empunhando a arma a distância com as duas mãos aproximou-a do rosto estabilizando a arma para não tremer, olhou fixamente na mira ajeitando-a num ponto letal da anatomia da cópia e fechou os olhos respirando fundo, claak. O gatilho foi puxado acionando o mecanismo de roldanas e corda com pressão acumulados lançando o virote do centro bem no pulmão direito do clone. Ele gemeu de dor e puff, se desfez em uma nuvem de fumo.
” Fui a isca, distrai ele com a armadilha usando de teatralidade. Usando a bomba de luz consegui tirar a visão por preciosos segundos onde o imobilizei com um jutsu básico de prisão de cordas, depois disso fiz o fluxo para impactá-lo contra a parede para dificultar ainda mais a fuga e o clone finalizou com aquela maravilhosa arma a distância... Foi um bom plano. “_ Pensou, explicando para si mesmo o próprio plano que fermentara em sua mente dando uma utilidade muito importante a besta, uma nova arma que adquiriu e estava começando a treinar com ela para usar como uma arma estratégica.
FIM