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Para quem avaliar, até ao próximo spoiler o texto é algo filler, não deverá dar grandes pontos por isso passem a leitura caso queiram. ^^
Hiyama Kyohei
Treino 7
Lanterna - Parte 1
- Boas! Sou Takaeru Nato. - Cumprimentou o estranho da cadeira de rodas.
Olhei-o de cima a baixo. Tinha um aspecto jovial, demasiado para estar naquela condição. Não se notava qualquer dano físico às suas pernas para ser obrigado a usar a cadeira de rodas como transporte. Usava um pequeno rabo de cavalo a prender os cabelos negros, um uniforme comum de Jounnin de Kumo e mantinha a sua hitayate presa numa das pernas.
- Bem, normalmente iria pedir-vos que se apresentassem, mas não é necessário. Tenho já todos os vossos dados... - Mostrou três pequenas pastas de papel, duas delas bem mais grossas que a que restava. - e por isso iria pedir-vos que passássemos directamente para um pequeno treino. Só para vos conhecer ao vivo. Por favor, sigam-me.
Sem mais palavras o Jounnin saía da sala e as duas raparigas iam atrás dele que nem ovelhas. Fiquei especado na sala, ainda sentado e espantado com o descaramento daquele homem. Nem sequer se dera ao trabalho de conhecer os seus alunos. Estava ainda a refilar comigo próprio quando cinco fios me agarraram nos braços, pernas e no tronco e me arrastaram para fora da sala com intervalos de choques eléctricos.
- Eu disse para me seguires!
Em poucos minutos estávamos embrenhados na mata de uma das áreas de treino de Kumogakure no Sato. Durante todo o caminho ninguém falou, mantendo um clima pesado e tenso, apenas interrompido pelos meus gemidos e guinchos sempre que era electrocutado pelos fios de chakra daquele sensei retardado.
- Muito bem. Este treino vai ser algo como um desafio que vai determinar quem é que eu vou ensinar. – Acho que nós os três ficámos a olhar de lado o sujeito.
- Desculpe. – Interrompi. – Mas não é suposto ser sensei dos três?
- Ninguém vos disse que iriam partilhar o mesmo professor quando vos deram as folhas de equipa pois não? Continuando, e por favor deixem as questões para depois. Dentro da mata que têm à vossa frente encontra-se uma lanterna que está a Norte da nossa posição actual. Aquele que a conseguir acender e a trouxer para aqui vencerá o desafio e será considerado meu aluno. – Retirava das costas da sua cadeira de rodas três pequenos sacos de tecido. – Têm aqui um fósforo, um foguete, um cantil com água e uma bússola. Caso queiram desistir do desafio, acendam o foguete e logo serão resgatados.
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Espera lá... Se só se tem um fósforo, após se acender a lanterna não se pode desistir. Isto é mesmo para nos obrigar a pensar bem no que queremos fazer. Sacana de merda. – Peguei no meu saco, examinei o pequeno foguete e a caixa de um só fósforo que estava no seu interior. Peguei-as com a mão esquerda e pu-las na minha bolsa. Ao lado estava o tal cantil, prendi-o à minha perna esquerda e a bússola guardeia num dos bolsos do casaco.
- Pode-se usar armas e ninjutsus contra os nossos oponentes? - Era a primeira vez que ouvia a rapariga de negro e azul a falar. Tinha uma voz bastante melodiosa e calma e fez a pergunta o mais directamente possível.
- Sim. Ninjutsu, Genjutsu, Taijusu, Kenjutsu, tudo é permitido. Tentem não matar quem vocês combaterem e não destruam o campo de treinos. Esclarecidos? - Todos anuímos com a cabeça. - Muito bem. Acho que podem par... - Não deixámos Takaeru acabar a palavra e saímos dali cada um com um rápido Shunshin. - ...tir. - Takaeru retirou de um pequeno pano aos quadrados vermelhos e brancos e estendeu-o sobre o seu colo para revelar um pequeno lanche. - Talvez os devesse ter avisado sobre os animais desta mata...
- Spoiler:
Podem começar a avaliar a partir daqui... De resto não tem grande coisa lá para cima.
Mal reapareci na floresta pelo efeito do Shunshin aproveitei para verificar a bússola. Apontava normalmente para Norte, mesmo à minha frente. Não poderia estar no caminho errado, mas isso também queria dizer que as outras duas estavam mais para a frente na mesma direcção. Se queria evitar problemas, teria que tomar um caminho mais longo e assim as minhas hipóteses de entrar em contacto com elas eram menores. Era menos energia que teria que gastar no final das contas. Com o Kinobiri subi a uma árvore à minha esquerda e fiquei num dos seus ramos mais altos. Daí percorri cerca de quatrocentos metros para a esquerda. Deveria ser o suficiente para ser eu a apanhá-las desprevenidas e não o contrário. Verifiquei a direcção mais uma vez com a bússola e finalmente comecei a viagem.
Conhecia já parte deste campo de treinos. A mata que o cercava não era muito profunda, porém era dos únicos locais de Kumogakure onde viviam animais selvagens e também era proibido caçar aqui. Devíamos preservar ao máximo a vida selvagem e o Raikage teve a ideia de criar pequenas reservas nos vários campos de treinos espalhados pela vila. Concentrando algum chakra na planta dos pés, agarrava-me firmemente aos ramos enquanto saltava entre eles. Despreocupado com o caminho que tomava, deixei-me aterrar num ramo mais fraco e caí de cara no chão quando este se partiu com o meu peso.
- Merda. - Olhei para cima. Muitos dos ramos não eram fortes o suficiente para aguentarem o meu peso. - Porra, terei que continuar a pé.
Procurei por um trilho já formado, mas não encontrei o que precisava. Destapei o meu braço direito apenas para mostrar uma pequena armadura de metal que o rodeava desde o pulso até ao cotovelo. Com um pequeno gesto, uma lâmina de pulso saía das ligaduras que tinha escondidas pela armadura e com ela comecei a cortar o mato para fazer um caminho. Com movimentos ascendentes e descendentes e com um pequeno passo a corrida, continuei o meu caminho. Corri alguns trinta minutos até o braço ficar dormente e ser obrigado a parar para recuperar o fôlego. Sentado numa rocha, olhei em frente. Alguém passara já ali, notava-se pela maneira abrupta como a relva estava cortada.
- Continuemos.
Com a ajuda de algum chakra nas pernas, comecei a correr mais depressa do que antes. O caminho estava mais limpo e... Ficava com o pé preso numa poça de água.
- Água? - Várias poças estavam espalhadas por todo o caminho. - Mas não chove desde ontem... Além do mais... - Puxava pela perna esquerda e nada. Quando notei, já a direita também estava presa naquela poça de água manhosa. - Ai a merda. Que se lixe.
Com cuidado descalcei o pé esquerdo e pu-lo fora da poça. Depois repeti o mesmo para o pé direito. Perdia os sapatos, mas podia continuar o desafio. Dei apenas mais um passo e fui catapultado para o céu. Um pilar de terra emergia do chão e pressionava-me no peito, empurrando-me na vertical para o alto. Quando dei por mim, estava já a cair desamparado no chão e apenas me safei com a ajuda de duas kunais e fio shinobi que prendi no último momento a um par de árvores.
Voltei a levantar-me. As poças de água eram cada vez mais e sabia que se pisasse numa seria como pisar cola. Ao mesmo tempo, aquilo era água! Concentrei um pouco de chakra nos pés, agora descalços e usei o Mizu no Kinobiri para passar aqueles corpos de água. Felizmente funcionou e não cheguei a ficar colado mais nenhuma vez.
- Agora para as armadilhas de terra... Tsuchi Bunshin! - Com alguns selos e mais algum chakra, dois clones meus apareciam a meu lado. - Vocês vão à frente. Eu sigo as vossas pisadas nos locais onde nenhuma armadilha seja activada.
Com este plano consegui avançar alguns metros até ter que repetir o jutsu. Mais alguns selos e chakra e com a ajuda de mais um par de clones avancei até ouvir estrondos e notar fumo a vir da minha direita. Sem em dar tempo de aperceber o que se passava mesmo ao lado, uma bola gigante de fogo passava a dois centímetros de mim. Os meus clones eram destruídos pelo jutsu Katon e eu ficava à vista das duas raparigas que lutavam ferozmente. Quando olhei para elas notei que a batalha já se desenrolava a algum tempo. A de preto, que dissera chamar-se Tsukikage, tinha várias partes da sua roupa queimadas, até parte do folho da saia ainda com uma pequena chama a consumí-la. A outra, a tal de Nikkou, estava toda molhada. Da cabeça aos pés, a própria roupa deixava ver parte da roupa interior, com a qual me deixei maravilhar até ser atacado com uma bola de água na cara. Elas olhavam-se e pouco depois era eu o alvo de ambas as minhas supostas parceiras de equipa.
Rapidamente fiz alguns selos e com um pouco de chakra criei uma parede de espigões da minha altura. Foi o suficiente para me proteger de um Teppodama, mas o Dai Endan que se seguiu já me obrigou a desviar-me com o auxílio de um Kawarimi.
- Ei! Ei! Calma! Calma! - Gritei-lhes.
As várias bolas de fogo de um Housenka fizeram-me recuar cada vez mais. Tentei contra-atacar. Um conjunto de selos com uma batida com a palma da mão no chão e o meu chakra criava várias agulhas de pedra que atirei. Nenhuma delas acertava nas kunoichi, mas conseguia juntá-las. Só faltava arranjar um plano para as atacar.
- Tsuchi Bunshin! - Com alguns selos e mais uma dose de chakra, dois clones meus apareciam a meu lado.
Corremos lado a lado e vi os meus clones serem destruídos ao tentarem usar Taijutsu contra as duas raparigas. Uma destruiu o clone com apenas um Mizurappa, enquanto a outra lançou um shuriken e multiplicou-o até perfurar e destruir completamente o corpo de terra. Aproveitei o tempo que os clones me tinham arranjado para chegar perto delas e lá fiz a minha última sequência de selos e lancei o meu chakra para o solo. As raparigas eram ambas apanhadas pelos espigões. Para meu alívio, também elas se desfaziam em água e em fogo.
- Clones? Merd... - Não acabei a palavra, já que era apanhado na perna por um chicote de água! Olhei para trás e ambas as irmãs seguravam no chicote. Pouco depois era balançado em roda e atirado contra uma parede de pedra. -
Pedra? - Apalpei a estrutura com que eu tinha embatido. - FOGO! Com uma cambalhota desviei-me de um Endan. Este passava por dentro da estrutura de quatro pilares e para espanto dos três levitava com o ar quente!