Hiyama Kyohei
Treino 11
Fuzen Domu
- Nova aula miúdo. - Takaeru falava comigo enquanto eu estava de cabeça para baixo. - Vou-te ensinar um novo jutsu e irás depois fazer um pequeno exercício.
Preparando-me para ouvir melhor a explicação do meu sensei desci da árvore ao largar abruptamente a concentração do meu chakra nos pés. Bastou apenas uma pequena cambalhota para cair de pé e ficar de frente para o rapaz na cadeira de rodas. Em poucos minutos explicou-me um jutsu Doton que serviria para melhorar o meu desempenho ao nível do Taijutsu e supostamente treinar-me todo o corpo. Estranhei, mas ouvi na mesma com atenção. Quando acabou, pediu-me que recuasse e que experimentasse o jutsu. Fiz alguns selos, facto que Takaeru-sensei tinha referido ser necessário apenas enquanto não dominasse o jutsu e concentrei chakra ao longo dos braços. Segundo a explicação devia tentar concentrar-me o melhor possível e imaginar que os meus braços se tornassem resistentes como ferro. Concentrei o meu chakra Doton nos braços e quando notei tinha o braço esquerdo escurecido pelo jutsu. Porém, o direito não estava no mesmo tom, mostrando uma falta de equilíbrio no chakra do jutsu.
Repeti o jutsu sem me ser pedido. Selos e chakra nas duas partes do corpo. Desta vez numa maneira que os dois ganhassem aquela coloração negra. O resultado final foi um equilíbrio entre ambos os braços, porém a cor não era tão escura como da última vez.
- Isso vai ter que servir. Notas os teus braços mais pesados não é? - Takaeru-sensei retirava de uma kunai e atirava-me sem qualquer aviso prévio. Instintivamente pus os braços à frente da cara e a kunai embateu contra o meu braço esquerdo e caiu no chão. - Como notaste, o jutsu aumenta a tua defesa ao dar aos teus braços ou pernas uma resistência quase de ferro. Agora o exercício: cria três clones de pedra e afasta-te deles em seguida. Terás que fugir dos clones o melhor que possas, mal eles te toquem perdes e terás que fazer cinquenta flexões. - Fiz uma cara estranha ao ouvir o castigo. - Não podes perder a concentração de chakra nos braços, senão o jutsu vai à vida. Se isso acontecer, levas terapia de choque! - A mão direita dele começava a mostrar um brilho eléctrico e logo entendi a ideia. - Deves derrotar os clones com golpes de Taijutsu. Tens quinze minutos.
Tratei de fazer como me diziam, apesar de estar algo relutante. Só o facto de levantar os braços exigia já alguma força. Estavam com um peso considerável! Fiz os selos para o Iwa Bunshin e concentrei algum chakra. Três clones surgiram à minha frente e tal como o sensei me tinha dito, comecei a correr para ganhar algum tempo.
Era uma forma estranha a minha de correr. Por causa do peso extra nos braços, corria com eles para baixo e de tronco quase direito. Parecia que estava a carregar alguns garrafões de água em cada uma das minhas mãos. Os clones contaram até dez e só então é que começaram a seguir-me. Moveram-se com simples shunshins e cedo chegaram perto de mim. Concentrei um pouco de chakra nos pés e com um pequeno salto subi a um tronco e comecei a escalá-lo com o auxílio do Kinobiri. Desta vez estava a planear algo para tramar os meus oponentes.
Dois deles saíram da base da árvore, talvez tivessem pensado num plano, na altura não sabia. Aproveitei e quando estava a já alguns metros de altura, deixei-me cair e usei a gravidade a meu favor. Com os braços pesados como estavam, adquiri mais velocidade para um impacto directo com o clone e destruí-o com um murro fortíssimo (Gangeki) na cabeça!
Sentei-me na base da árvore. Notei que o meu próprio chakra já recusava manter-se concentrado naquela forma. Além disso, os músculos dos meus braços e das minhas costas pareciam queixar-se com o peso extra. Era um esforço enorme para alguém como eu, pouco habituado a combater assim. Com um salto fugi para a minha esquerda! Uma linha direita de espigões surgia a partir do chão e quase me apanhava desprevenido não fosse um reflexo meu. Continuei a correr para fugir de uma pequena chuva de senbons de pedra e escondi-me atrás de uma árvore. Não fazia ideia de onde estavam os meus atacantes. Fiz alguns selos e concentrei chakra apenas por prevenção. Sabia que iria precisar...
Olhei com calma para trás de mim. Ninguém estava ali, apenas o meu sensei que tomava atenção ao jornal do dia. Procurei por sinais dos meus clones, mas estes pareciam ser mais furtivos que eu. E assim era! Uma mão emergiu do chão, agarrando-me o tornozelo e impediu-me de me desviar de uma forte palmada no peito. Só depois os meus clones ficaram impressionados com eu desfazer-me em fumo e encontrarem no meu lugar um calhau. Aproveitei o elemento de surpresa para aplicar um Assho no clone que estava à vista e pressionei-o contra a àrvore, esmagando-o no peito! Era impressionante a força dada por aquele jutsu novo. Notei que os meus braços começavam a ficar mais leves. O meu chakra também começava a escassear de manter o jutsu por tanto tempo.
Estiquei o meu braço direito de uma só vez e por reflexo a lâmina de pulso escondida na minha armadura de braço ficou à mostra. Voltei a concentrar chakra nos pés e subi o tronco de uma árvore para parar a pouco mais de dois metros do chão. Apenas precisava de criar perturbações no solo, sem isso o clone não saberia onde eu estava e teria que voltar à superfície. Correu tal como eu pensava. Passados cinco minutos o clone perdia a paciência e mostrava a sua cabeça cabeluda. Afinal, ele era apenas um clone meu, eu conheço-me bem! Lancei uma kunai para a sua direita, atraindo-lhe a atenção para o lado contrário de onde eu estava e depois com a lâmina de pulso cortei-lhe a cabeça pelo pescoço. Algo que até a mim me meteu impressão...
Finalmente os três clones estavam destruídos. Larguei a concentração do meu chakra nos braços, algo fácil e senti-os ficarem leves como uma pena. Fui ter com o meu sensei, que ainda mantinha a sua leitura das notícias da vila e da guerra...
- Takaeru-sensei... Acabei.
- Óptimo. Mesmo assim, tens que fazer as cinquenta flexões. - Respondeu-me por detrás do jornal. Fiquei surpreendido. Quando é que um dos meus clones tinha me tocado? - Agarraram-te o tornozelo não foi? Podes ter usado o Kawarimi, mas só depois de levares o murro é que te trocaste. Quer dizer que até então eras tu quem lá estava. Vá... Pela minha contagem! Um...