Prólogo | A Lenda da Princesa Sakura |
Capítulo I | O Início |
Capítulo II | Jantar |
Capítulo III | Fujikawa Hideaki |
Capítulo IV | Fujikawa Ichiro |
Capítulo V | Casa de Máquinas |
Capítulo I
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O início
À sudoeste do País das Flores de Cerejeira há uma região chamada Hanachiru*, banhada por mar e com grande diversidade vegetal e animal. Os dias são em sua maioria com características primaveris, com um vento agradável a soprar as flores nos vastos e belos campos planos. O clã Fujikawa** domina a área a vários anos a impor altíssimas taxas sobre os produtos feitos ali, em sua maioria perfumes, essências e remédios, criando assim uma grande desigualdade social com grande exploração da mão-de-obra que vê na produção dessas mercadorias o único sustento.Manifestações acontecem por toda a província, com pessoas a exigir melhores condições de trabalho e também redução das taxas de exportação.
O líder dos Fujikawa's, Rintarō, é um homem sério e de poucas palavras, está sempre com um semblante nervoso e trata o sucesso de suas indústrias de perfume e remédios como único objetivo de vida. Tem o cabelo jogado para cima de um verde tão claro que chega a beirar o branco. Há rumores que ele assumiu a direção ainda muito jovem, após a morte misteriosa da mulher que era a próxima na lista para gerir a companhia...
* Hanachiru significa Flores Caídas
** Fujikawa significa Rio de Wisteria, uma bela flor - Citação :
- _ Papai, posso ir brincar nos campos da zona 21? As cerejeiras estão a florir. - sorria Keigo*, o filho mais novo de Rintarō, um garotinho com cabelo verde a bater no pescoço e olhos cor de avelã.
_ Não, você vai estudar com seu irmão. - respondeu Rintarō a virar as costas para a criança.
_ Mas papai, dizem que está tão lindo, queria muito - dizia Keigo quando recebe um olhar de seu pai que o silencia no mesmo momento. _ Tudo bem, como o senhor quiser. - disse por fim a abaixar a cabeça, mas com um semblante triste.
* Keigo significa Respeitável
_ Otōsan, aqui estão os últimos relatórios das fazendas 4 e 15. - diz Keigo de terno e gravata a entrar na sala do presidente e entregar uma pasta ao seu pai.
_ Não sabe bater na porta, não? - pergunta Rintarō nervoso a puxar com força a pasta das mãos de seu filho. _ Não tenho muito tempo, dê-me logo o resumo desses relatórios. - fala o pai a jogar a pasta sobre a mesa.
_ Be-be-bem, é... os trabalhadores se recusam a cuidar das flores enquanto não tiverem os equipamentos básicos de segurança, podíamos comprar esses - falava o jovem de 18 anos quando interrompido pelo pai.
_ Keigo-kōhai*, você me incomodou por isso? Demita todos. Soube que está a chegar um navio do País da Água com mão-de-obra barata, como são muito pobres aceitarão qualquer coisa, inclusive acho que devemos reduzir o salário em 10%. - falava o velho enquanto anotava algumas coisas na agenda.
_ Otōsan, acho que não é o ideal, podíamos fazer - dizia Keigo quando novamente interrompido.
_ Quando foi que eu pedi sua opinião sobre isso? Não me lembro de ter feito, e mais uma coisa, pare de me chamar de "Otōsan" na empresa, aqui sou "Fujikawa-dono**". - falou o pai com rigidez.
_ Sumimasen***, Fujikawa-dono. - curva-se Keigo e logo depois se retira da sala com os olhos marejados. Ao sair da sala do pai, o jovem de cabelos verdes corre por todo o pavimento com medo que alguém o visse chorar. Ele aperta o botão do elevador incessantemente, até que ao abrir a porta, ele entra com extrema velocidade e bate com bastante força em uma jovem que saía do equipamento, fazendo-a cair e bater a cabeça na parede do elevador.
* -kōhai é a forma de tratar os menos experientes. Contrário de -senpai.
** -dono é uma forma de tratamento antiga de grande respeito, usada aos superiores.
*** 'Desculpe-me' de uma forma mais formal, usada com chefes, superiores ou pessoas mais velhas.(...)_ Onde estou? - perguntava a garota loira a passar a mão na cabeça que doía bastante.
_ Estás na enfermaria da empresa da minha família. Gomenasai, acabamos nos chocando quando eu entrava no elevador. - dizia ele, mas percebe que a garota nem dava muita atenção. _ O que houve? - questiona.
_ Eu... não sei. Não sei quem sou, nem de onde venho, não sei nada. - falava ela a perceber que sua memória não estava boa.
_ A pancada deve ter lhe causado essa confusão. Você não sabe nem seu nome? - pergunta o garoto.
_ Não. - disse a garota a começar a entrar em desespero com as mãos na cabeça.
_ Por favor se acalme, vou chamar o médico agora.- disse Keigo a se retirar.
(...)_ Pronto, o resultado dos exames mostram que está tudo bem, não se preocupem. Agora a amnésia... bem, pode durar horas, dias, semanas, meses, anos ou até nunca se curar. - falava o médico em sua sala do único hospital particular de Hanachiru já no fim da tarde, depois da garota ter sido submetida aos mais diversos exames.
_ Nossa, não acredito que fiz isso. Gomenasai, gomenasai. - dizia Keigo a se desesperar, mas logo sente uma pele macia e calorosa pousar sobre a sua mão.
_ Não se preocupe, como não me lembro de nada não há nada para ter saudades e sofrer. - sorriu ela enquanto apertava a mão do jovem de modo que ele não ficasse nervoso.
_ Bem, em partes é verdade, mas me desculpe mesmo assim. - disse ele a receber um sorriso como resposta. _ Arigatou, Hayako-san, ela ficará em minha casa até que melhore. - agradeceu Keigo ao médico responsável pela saúde de todo o clã Fujikawa.
(...)_ Okaeri*, Keigo-san. - disse o mordomo ao abrir a grande porta da mansão.
_ Arigatou, Arfre-san. - sorriu Keigo enquanto a garota olhava encantada a mansão com seu enorme pé-direito (altura do piso até o teto), móveis refinados, grande escadaria e várias peças maravilhosas.
_ Qual o nome da bela jovem que o acompanha? - perguntou o mordomo a fim de cumprimentá-la de uma forma melhor.
_ Não sei... - responde Keigo.
_ Bem, de qualquer forma seja muito bem-vinda,
mademoiselle**. - diz o mordomo a se abaixar para cumprimentá-la.
_ Arigatou. - sorri ela a juntar as mãos e se inclinar levemente e logo o empregado se retira.
_ Temos que pensar em um nome para você, não sabemos quanto tempo isso vai durar. - pensava Keigo em voz alta.
_ Que tal Amane? - sugeriu a jovem, mas Keigo balança a cabeça negativamente. _ Lily? - e o mesmo aconteceu. _ Hina? Moeka? Karen? - e todos nomes Keigo não achava legal. _ Então prazer,
mi nombre és Rosalina. - brincou a garota a se curvar e estender a mão, rindo logo em seguida. _ Para mim tanto faz o nome, qualquer um que você escolher será bom... exceto Rosalina. - brincou novamente para que ambos rissem.
_ Eu estava a pensar em...Aika***, Hanachiru Aika. - disse ele receoso se a garota gostaria ou não.
_ Perfeito. - sorriu ela. _ Prazer, Hanachiru Aika. - disse ela a se abaixar.
_ Fujikawa Keigo, e o prazer é todo meu. - sorriu ele também a se curvar.
* Okaeri significa seja bem-vindo de volta.
** Mademoiselle significa moça, em francês
*** Aika significa Canção de Amor- Spoiler:
Bem, minha intenção realmente era fazer disso tudo algo rápido e não muito detalhado, futuramente abordarei melhor esse dia em que tudo aconteceu, por isso ficaram tantas "brechas"