…:: Quarto de Konihamaru ::…
Konihamaru dormia profundamente e novamente a criança assolava os seus sonhos, mas algo mudara. A criança apresentava-se com umas vestes pretas e com uma lágrima no canto do olho.
- E aqui estou eu novamente perdido no meio desta escuridão. – Dizia Konihamaru olhando á sua volta e caminhando lentamente em direcção á criança. O ar parecia estar cheio de “gás” e o cheiro tornava-se então insuportável aos narizes mais sensíveis, contudo era respirável como se fosse oxigénio. – Então, o que se passa hoje? – Dizia Konihamaru sentando-se junto á criança e olhando-a nos olhos.
- Tudo está a mudar… O que eu pensava ser não é mais, o que não era passou a ser. – Balbuciava a criança, tudo coisas que a inicio pareciam não fazer sentido nenhum.
- O quê? – Dizia Konihamaru atónito com as palavras que a criança parecia dizer, mas a criança continuava mesmo quando Konihamaru falava. – Mas o que estás a dizer? Não estás a fazer sentido nenhum. – Dizia Konihamaru confuso enquanto via a criança a começar a chorar.
- É tudo tão simples… No entanto tu não percebes. – Dizia a criança chorando cada vez mais.
- Mas é tão simples o quê? – Dizia Konihamaru já um pouco preocupado.
- Tens que… Acordar. – Dizia a criança parando de chorar de repente e olhando profundamente para Konihamaru.
Ao ouvir isto, Konihamaru, sente-se a desmaiar e acorda com um respirar um pouco ofegante e olhando para a janela apercebe-se que ainda é “noite jovem” (madrugada) e ao olhar para o relógio confirma as horas.
- Hm… 5h da manhã… Interessante. – Dizia Konihamaru voltando a deitar-se mas sem conseguir dormir. – Que seca. Acho que preciso de ir espairecer um pouco. – Dizia Konihamaru levantando-se sem fazer muito barulho e indo tomar um breve duche e após se arranjar e agarrar nas suas duas espadas e na sua bolsa ninja prepara um café o qual leva para beber no caminho.
Enquanto caminhava pela noite escura apenas iluminada pelas estrelas e por algumas velas que aos poucos iam perdendo força, Konihamaru mete ao acaso a mão no bolso e sente algo.
…:: Porta de casa de Konihamaru ::…
- O que é isto? – Dizia Konihamaru confuso tirando o que parecia ser um pequeno papel todo amarrotado para fora do seu bolso. Esse papel parecia ter uma morada e só ai Konihamaru se lembrava do que era, mas rapidamente começava a ter certos estímulos que o faziam divagar na sua própria mente.
…:: Flashback ::…
Konihamaru entra rapidamente e olha em toda a sua volta mas fixa especialmente o olhar no rapaz. Aquele rapaz parecia-lhe familiar como se já o tivesse conhecido. – Então, é para ir para mais uma missão e estes são os meus parceiros não é? – Dizia Konihamaru um pouco entediado.
- Nem por sombras, Konihamaru apresento-te o Yuzo Kaguya. – Dizia o Kazekage apontando para o rapaz. Yuzo trazia vestido um colete chuunin e um hitaite de suna. Parecia ser um rapaz serio mas de poucas palavras, pois nem se apresentou após a pequena introdução do kazekage. – Yuzo, este é o Konihamaru Rashidori. – Dizia o kazekage.
De repente os olhos de Yuzo abriram-se imenso e estes ganharam um brilho especial. Algo devia ter despertado algum sentimento nele. – És um… Rashidori? – Dizia Yuzo soluçando um pouco.
- Sim, sou. Porquê tanta admiração? Sou o último Rashidori vivo. – Dizia Konihamaru olhando para o lado.
- Por acaso não és não. – Dizia o homem aproximando-se de Konihamaru e pondo-lhe o braço no ombro. O homem parecia jovem mas parecia estar um pouco doente, parecia também ser um ninja de suna e naquele momento esboçava um sorriso enorme na cara como se estivesse perante uma maravilha do mundo.
- Não sou? Mas como é que você sabe isso? É claro que sou! – Dizia Konihamaru um pouco frustrado por tais palavras do homem.
- Sais mesmo ao teu pai. – Dizia o homem continuando a sorrir.
- Mas você conheceu o meu pai? Mas alguém me explica o que raio se está a passar?! – Dizia Konihamaru olhando para o rapaz e voltando a sentir algo estranho em relação a ele.
- Konihamaru, o Yuzo é… - Dizia o kazekage tentando encontrar as palavras certas. – O Yuzo é teu primo.
Na sala fazia-se um silêncio enorme e Konihamaru engolia em seco. Suores frios começavam a descer-lhe então pela cara e parecia estar a ter alguns espasmos nas mãos. – Meu… Meu primo? – Dizia Konihamaru lentamente olhando para Yuzo e para o Kazekage.
- Sim. E aquele é teu tio, Souji Kaguya, bem não é teu tio de sangue, mas ele casou com a tua tia, irmã do teu pai, do qual amor surgiu o Yuzo, logo ele faz parte da tua família. – Dizia o kazekage explicando de uma forma muito sucinta.
- Então eu e ele somos… ? Eu não sou o ultimo Rashidori vivo? Aquele homem é meu tio? – Konihamaru bombardeava todos naquela sala com imensas perguntas. O silêncio havia dado lugar a uma enxurrada de perguntas que pareciam não obter no tempo exacto uma resposta concisa.
- Sim. Ele é teu primo e eu acabo por ser teu tio. – Dizia Souji com uma pequena lágrima ao canto do olho. – Finalmente conheci-te, e pareces ser ninja. Por aquilo que o kazekage me contou és muito forte e muito nobre. – Exagerava Souji abraçando Konihamaru. – Certamente todos os teus familiares ficariam orgulhosos de ti, e eu também estou. – Continuava Souji deixando Konihamaru quase petrificado. – Agora vamos. Eu e o Yuzo temos que ir fazer um treino. Se depois quiseres aparece, é no oásis do deserto. – Dizia Souji saindo do gabinete com Yuzo deixando apenas um pequeno bilhete a Konihamaru.
…:: Fim do flashback ::…
Ao retomar consciência de si Konihamaru lembrava-se de tudo. – Tio… Primo… Este bilhete tem a morada deles. Já sei. Vou até lá e fico a saber onde eles moram. – Dizia Konihamaru bebendo dois goles do seu café e terminando-o logo de seguida fazendo-se depois ao caminho.
…:: Casa de Souji. – Entrada ::…
Não tardava muito até Konihamaru chegar á morada e conferindo se era aquela Konihamaru decide espreitar. – Sim, parece ser esta. Pelo menos é o que diz no bilhete… E eu já passei por aqui tanta vez, incrível. – Dizia Konihamaru caminhando á volta da casa e espreitando por algumas janelas.
Ao chegar á janela da frente que estava á direita da porta, Konihamaru é surpreendido por uma voz que vem das suas costas.
- Procuras algo rapaz? – Dizia uma voz grossa que parecia ser a de um homem de já alguma idade e bastante séria pondo Konihamaru em sobressalto que se virava e via que o homem era o seu tio.
- Tio… O que faz aqui? – Dizia Konihamaru sorrindo um pouco e pondo uma mão na cabeça.
- Eu? Pois bem eu vivo aqui? – Dizia o tio de Konihamaru olhando com um ar terno para o seu sobrinho. – Vejo que és madrugador… O Yuzo ainda dorme profundamente, mas se quiseres podes entrar e conversa-mos um pouco enquanto tomamos algo, o que achas? – Dizia o tio de Konihamaru pondo a chave na porta e começando a vira-la abria a porta.
- Não, obrigado. Eu… Eu vim só dar um passeio para descomprimir… É melhor continuar… Ainda tenho muito em que pensar e depois tenho que voltar para casa para não darem pela minha falta. – Dizia Konihamaru raspando com o pé na entrada da casa fazendo levantar alguma poeira.
- Estou a ver… Bom então se não te importasses, eu gostava de te acompanhar nessa tua “demanda de pensamento”. – Dizia Souji fechando novamente a porta e pondo-se lado a lado com o seu sobrinho. – Além disso há tanto que eu quero saber e perguntar… Penso que também deves ter algumas perguntas. – Dizia Souji olhando para Konihamaru.
- Sim. Tenho imensas. – Respondia Konihamaru com uma expressão séria.
- Então vamos. – Dizia Souji lançando-se novamente ás ruas ainda cobertas pelo negrume da noite de suna.
Konihamaru e Souji percorriam então algumas ruas de suna parando junto a um terraço no qual começavam a falar.
…:: Suna. – Um terraço qualquer ::…
- Então… Soube que eras um ninja. – Dizia Souji tentando quebrar aos poucos a “tensão” que existia entre os dois.
- Sim, sou. Mas não sou muito forte. – Dizia Konihamaru lembrando-se de todas as derrotas que havia sofrido até á data.
- Ainda não és forte. Mas hás-de ser. – Dizia Souji pondo a mão sobre o ombro do seu sobrinho. – Então e o que me queres contar da tua vida? Alguma coisa em especial? Namorada? Amigos? Inimigos? – Dizia Souji procurando pôr Konihamaru á vontade para falar.
- Sim. Eu tenho namorada e uma vida cheia de amigos, pensava que era o único Rashidori vivo e nos últimos tempos vim a saber que não. Até agora a única “família” que conhecia era Matsuogy-sama. – Dizia Konihamaru. – Então e o tio, há algo que me queira contar? – Perguntava Konihamaru olhando com um ar profundo para o seu tio.
- Bom, eu pertenço como tu a um clã já extinto. Vagueei durante muito tempo até chegar a suna, era capaz de ser um pouco mais novo que tu. – Dizia Souji. – O meu clã envolveu-se numa guerra sangrenta apenas para conquistar uma vila e isso custou-lhes a vida. Os meus pais como não queriam que eu morresse e quase como uma tentativa de manterem o clã vivo, mandaram-me embora pouco antes dessa guerra e eu tive que sucumbir às suas ordens, e é por isso que estou vivo. Ao chegar a Suna tornei-me ninja e comecei também a formar-me na arte médica e então para além de combater, também curava. – Dizia o tio de Konihamaru. – Depois então conheci o teu pai, Izaki numa missão de protecção de suna e a partir daí fizemos juntos todo o tipo de missões, desde simples coisas como o reconhecimento de locais e recolha de informações até coisas mais complexas como a procura de ninjas desaparecidos e a morte de inimigos. Após já ter um certo nível de confiança com o teu pai ele convidou-me a ir a casa dele e ai conheci a tua tia, mulher por quem me apaixonei á primeira vista e pelos vistos ela também se sentiu assim por mim, minha falecida esposa, Yukiko. Tivemos um filho, o teu primo Yuzo, e passado um ano de ele ter nascido o teu clã entrou em guerra e eu de todas as formas tentei ajudar, mas eles eram muito mais. – Dizia Souji tendo alguma dificuldade em prosseguir. –
“Desculpa Yukiko, eu tentei”. – Pensava Souji enquanto olhava para cima e uma pequena lágrima lhe percorria a face esquerda.
- Isso também é muito difícil para mim. – Dizia Konihamaru virando a cara para o lado e dando dois passos afastando-se do seu tio e olhando para cima. – Eu nem cheguei a conhecer o meu pai… A minha mãe… A minha família. Isso custa-me muito. – Dizia Konihamaru enquanto dava um soco no chão com alguma força.
- Sabes… - Dizia o tio de Konihamaru enquanto se aproximava dele. – Tu eras o menino dos olhos de todo o clã. O teu pai e a tua mãe não podiam ser mais felizes vivendo 1000 anos sem te ter do que o que foram naqueles meses que te tiveram. Mostravas sempre uma cara alegre e era isso que dava espírito ao clã. Durante a guerra os teus pais esconderam-te tão bem que qualquer pessoa não te encontraria, mas pelos vistos encontraram e tu agora segues as pisadas do teu clã. – Dizia Souji com um sorriso terno na cara tentando animar Konihamaru. – Além disso, agora sabes que tens família e podes sempre contar connosco. A minha casa é tua também e sabes que ali tens sempre uma porta aberta. – Dizia Souji a Konihamaru que ouvia atentamente cada palavra.
O sol já estava a aparecer e Konihamaru lembrava-se. – Por falar em família… Tenho que voltar para minha casa ou a minha namorada ainda pode estranhar a minha saída. – Dizia Konihamaru.
- Ok. Então espero que apareças mais tarde hoje em minha casa para conheceres também um pouco melhor o teu primo e para ele também te conhecer a ti. E espero que leves a tua namorada… Haruko não é? Tinha muito gosto em conhece-la. – Dizia Souji.
- Está combinado então. É o que farei. Mas agora tenho mesmo que ir. Até mais tarde tio, esta conversa… Deu-me algumas das respostas que eu pretendia. – Dizia Konihamaru virando costas e correndo pelas ruas de suna para sua casa.
-
“A mim também meu filho… A mim também.” – Pensava Souji para si mesmo sorrindo enquanto caminhava em direcção a sua casa.
…::FIM::…
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Konihamaru sonha novamente com a criança... que sentido terão as palavras dela?
A conversa entre Konihamaru e o seu tio irá trazer novos desenlaces.
O que se irá suceder a seguir? Não percam o proximo filler porque eu... Também Não!
Ps: Espero que comentem ^^ E também espero que gostem ^^